Tendo por base os partidos políticos devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, já é possível que façamos um exercício logístico no sentido de formatar os agrupamentos de homens, vontades, partidos e idéias para as eleições do ano que vem. O chamado “quebra-cabeças” eleitoral que sempre acaba resultando em verdadeiro “balaio de gatos”, com vantagem para quem melhor sabe manejar os interesses, manipular as intenções. Se não, vejamos:
O prefeito Geninho, com seu Democratas, até por questões óbvias deverá sair em grande vantagem sobre seus concorrentes, se é que se pode chamar de vantagem a obrigação de gerenciar tantas vaidades. Mas, para quem almoça, janta e dorme política, não deve ser lá muito sacrificante, desde que seus objetivos sejam plenamente alcançados.
Um dos partidos que deve se aliar a ele é o PDT-12, que tem como presidente da comissão provisória na cidade Ana Rosa da Silva Gerolin, esposa do vereador do DEM, Primo José Álvaro Gerolin. Ela deve ser a candidata da sigla a uma cadeira na Câmara, já que Primo não deve concorrer à reeleição. O Partido Progressista-PP-11, do vereador Salata, também ficará atrelado ao grupo genista, só que Salata, hoje vereador suplente em substituição a Beto Puttini, secretário de Esporte, Cultura, Lazer e Turismo, vai ter que ralar muito, já que está num “ninho” de pesos-pesados aglutinados pelo alcaide, que não é bobo nem nada.
O Partido Popular Socialista, o PPS-23 de Marco Antonio Parolin de Carvalho, o Marcão Coca, ex-vereador, também estará no mesmo “bonde”. Trata-se de um dos pesos-pesados citados acima, a embassar a trajetória salatista. E ele, Salata, sabe disso. Tanto que à última hora chegou a procurar o PSDB para se coligar com seu PP mas não teria sido aceito. Geninho ainda contará com o reforço do Partido da República, o PR-22 presidido pelo vereador Dirceu Bertoco, candidato à reeleição.
O Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB-45, presidido pelo vice-prefeito e secretário de Assistência Social, Luiz Gustavo Pimenta, deve se coligar somente na majoritária com o DEM, deixando livre o caminho para a vereança, uma das razões que Salata correu a pedir “asilo”, após conhecer a lista dos “notáveis” de Geninho.
Outra sigla a engrossar a coligação genista será, sem dúvida, o Partido Social Democrata Cristão-PSDC-27, presidido pela advogada Tatianne da Silva Gerolin, filha do vereador e vice-presidente da Câmara, Primo Gerolin. Este partido abriga a cartorária Moema Tinte Assol, que é sua 1ª tesoureira, e candidata certa à vereança, pela segunda vez. O velho e tradicional Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB-14, do secretário Humberto José Puttini, vereador licenciado, também vai caminhar com Geninho, Puttini sendo mais uma vez candidato à reeleição.
Não há informações mais claras sobre o Partido Trabalhista Cristão, o PTC-36, mas por sua configuração tudo indica que também estará no “bonde” genista nas eleições do ano que vem. Seu presidente é Luiz Gustavo Galetti Marques, tendo como integrantes Márcio Augusto Matias Perroni (tesoureiro), Gustavo Matias Perroni (secretário-geral) e Agostinho Perroni (secretário), família com fortes laços políticos com o grupo no poder. Gustavo, inclusive, é membro da diretoria da Santa Casa.
Outro partido sobre o qual não há informação segura sobre de que lado estará é o Trabalhista Nacional, o PTN-19, de Jesus Ferezin, ex-vereador e ex-presidente da Câmara, pai do atual presidente do Legislativo, Toto Ferezin. É um partido composto basicamente por funcionários da Casa de Leis, como André Luiz Brocanello (vice-presidente), e o chefe de Gabinete Jordano Antonio Ganâncio (tesoureiro). Se não “correr por fora”, as chances de se coligar com Geninho também são muitas, ou quase absolutas.
O advogado ex-vereador Antonio Martins Correia volta à cena política por meio do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB-65. Neste caso, dizem até que não estaria propenso a ser apenas um coligado de Geninho. As más línguas falam em candidatura a prefeito bancada pelo poderoso de turno, com o fim de dividir e assim facilitar sua recondução à cadeira da 9 de Julho. Por enquanto são meras especulações. E o blog até aposta que Correia não se submeteria a uma coisa dessas.
O Partido Humanista da Solidariedade, PHS-31, que estava inativo, volta à ativa pelas mãos do advogado Aldo Puttini Filho, pai do vereador licenciado Beto Puttini. Acreditamos nem ser necessário aventar de que lado ele estará. Situação análoga é a do Partido Republicano Progressista, PRP-44, que tem como presidente o secretário de Governo da prefeitura de Olímpia, Paulo Roberto Marcondes. Com ele na agremiação estão o ex-secretário de Nilton Roberto Martinez, Juscelino Yoshida (vice-presidente), o diretor-presidente da Prodem, Vivaldo Mendes Vieira (tesoureiro), Silvana Marcondes, esposa de Paulo (secretária) e o funcionário público Santo Palmiro de Carvalho (vogal). Ou seja, é um partido genuinamente “da casa”.
O Partido Socialista Brasileiro, o PSB-40, mudou de mãos e também irá para o vagão de trás da coligação de Geninho com certeza. Saiu das mãos de Martinez e foi parar nas do vereador Guto Zanette, que agora é seu presidente, com direito a “trabalho preferencial” prometido pelo burgomestre, entre outras coisas, para cooptá-lo. Zanette botou na diretoria dois de seus assessores: Caio Augusto dos Santos Longhi (secretário de finanças) e Murilo Lucas Garcez Novais (secretário-geral).
O OUTRO LADO
Dito isso, agora resta-nos ver o que sobrou do outro lado, ou seja, para compor uma coligação visando o enfrentamento ao grupo no poder. Pode-se começar com o Partido Verde, o PV-43, que embora tenha perdido seu principal mentor, o cartorário Walter Gonzalis, que migrou para o PT, há um grupo que o assumirá com a mesma diretriz oposicionista em breve.
O Partido Social Democrático, PSD-55, agremiação partidária recém-criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em Olímpia tem como presidente Fernando Roberto da Silva, ex-chefe de Gabinete da Câmara, quando era presidente da Casa o vereador petista Hilário Ruiz. Portanto, acredeita-se ter o partido viés oposicionista, marchando com o grupo que deverá se opor ao Governo atual nas eleições de outubro.
Não se sabe ainda por onde o Partido da Mobilização Nacional, o PMN-33, presidido por Fabiano Garcia Trinca e que tem como tesoureiro Hélio de Sousa Pereira caminhará. Mas, considerando que o ex-vereador é oposicionista ferrenho a Geninho, até por conta da intervenção na Santa Casa, onde era vice-provedor, não é dificil concluir que irá engrossar as fileiras do grupo oposicionista que for para o confronto eleitoral.
E o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, PRTB-28, pesidido pelo ex-bancário Lupércio Bonin e tendo como vice-presidente José Carlos Seno Júnior, que foi candidato a vice-prefeito do pevista Walter Gonzalis, nas eleições de 2008? É o caso de esperar para ver com quem vai ficar. Outro partido em princípio oposicionista é o Social Liberal, PSL-17, que tem como presidente Leandro Marcelo dos Santos, o “Marcelo da Branca”, ex-parceiro do então vereador Walter Joaquim Bitencourt, de quem, nestas eleições, poderá vir a ser concorrente.
Já quanto ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB-15, nem é preciso gastar muito espaço por aqui, uma vez que é dele que deverá sair pelo menos um dos prováveis candidatos oposicionistas à cadeira da 9 de Julho, o vereador João Magalhães, seu presidente. O mesmo se pode dizer do Partido Republicano Brasileiro, o PRB-10, pelo qual a vereadora Guegué se elegeu. Com certeza estará compondo as hostes oposicionistas nas eleições vindouras.
No rol das incógnitas também pode ser incluído o Partido Social Cristão, PSC-20, presidido pelo comerciante Marco Antônio dos Santos. Nas eleições passadas integrou coligação com PV, mas em outra agremiação, o Psol, hoje desativado. Santos é pretenso candidato a vereador.
Olímpia contará também nesta eleição com o Partido Trabalhista do Brasil, o PTdoB-70, cujo presidente é o ex-vereador Antônio Delomodarme, o Niquinha, presidente interino da Associação dos Municipais. Desnecessário dizer que não integrará, em hipótese alguma, a coligação genista. Marchará, portanto, com a oposição. Em que bases é o que se verá mais adiante.
E tem ainda o PT, do vereador e ex-presidente da Câmara Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, que tambem irá “costurar” uma aliança com as lides oposicionistas, até por uma questão de tradição político-eleitoral na cidade.
Portanto, observem que, dos 25 partidos políticos que a cidade possui – 21 regularizados até o final de semana passado, o grupo genista deverá abocanhar 11, com quase certeza, e a oposição, seja em que situação for ao embate, por ora aglutina oito, já que dois da relação – PSC e PRT, ainda não se manifestaram. Faltam se regularizar ou ficarão fora da disputa, já que ainda não têm suas comissões provisórias, o PCB, o PCO, PSol e o PSTU.
Até.