Entre muitas outras vantagens de termos nossas mães, é que haverá sempre um colo onde buscarmos refúgio. Também quando bate o medo do escuro, é a ela que recorremos. Porque todo marmanjo é assim. Ficou sozinho, corre pra mãe. Diferente da mulher que, não raro, se tiver certa bagagem na vida, acaba se virando sozinha. Às vezes, até, faz questão disso. Mas, nós, bicho macho, o chamado “sexo forte” não resistimos à tentação de pelo menos dar um telefonema pra chorar as mágoas, ou mesmo dar sempre uma passadinha para o café da manhã, almoço ou jantar. Caso não nos mudemos de mala e cuia pra casa da velha.

E ela está sempre lá. Braços abertos, soriso largo e feliz, a receber de volta o filho que um dia a trocou por outra mulher. Não faz diferente agora o prefeito Geninho (DEM), ao recorrer à própria mãe para cobrir a lacuna deixada pela ex-esposa, ex-primeira-dama Fernanda Zuliani. A condição de separada do alcaide ela assumiu ainda dias antes do Festival do Folclore, informação que pegou a tantos quantos de surpresa, e assunto de reunião inclusive entre os integrantes do “estafe” do próprio alcaide, para que ninguém ali fosse pego de surpresa na rua, e ter argumento para esclarecer o incauto sobre o que aconteceu.

Não há demérito nenhum neste acontecimento, todos estão sujeitos a isso. E faz bem o prefeito em não tentar esconder o fato, escamotear, pois isso geraria especulações as mais diversas acerca dos motivos, o que não seria salutar. Por isso tratou-se logo de oficializar a separação, embora até então não tivesse havido nenhum pronunciamento público por parte dos envolvidos na questão. Mas o fato já não era segredo para grande número de pessoas, próximas ou distantes do alcaide, seus familiares e amigos.

Os motivos não são do interesse público. Mas o fato em si, sim. Ainda ontem debati comigo mesmo se havia interesse jornalístico em dar uma nota sobre a separação do alcaide da primeira-dama, ou vice versa, mas na dúvida decidi por inserir apenas a nota cobrando um(a) titular para o Fundo Social de Solidariedade, sem entrar no mérito do porquê. Ali ficava implícita duas questões que o prefeito prontamente responde agora: por que nomear alguém para o Fundo? E: a primeira-dama não está mais lá? No texto abaixo, que extraio do blog-mensageiro-do-bem de Leonardo Concon, Geninho responde às duas questões.

“Mãe de Geninho assume, na prática, o Fundo Social e hoje se encontra com Lu Alckmin. Geninho agradece à Fernanda pela transição”, diz o título garrafal. O Fundo está amparado, e o clima é de bons amigos com a primeira-dama, está implícito nele. Segue depois: “A mãe do prefeito Geninho Zuliani (DEM), Aparecida Zamperlini Zuliani, é a nova presidente do Fundo Social de Solidariedade de Olímpia, bastando a nomeação sair publicada esta, ou na próxima semana, na Imprensa Oficial do Município (IOM). A confirmação foi dada hoje ao Blog pelo prefeito, em entrevista em seu gabinete.” (Sempre ele, repararam?)

E o prefeito, então, vai ao cerne da questão: “Eu já decidi: em virtude da minha separação com a Fernanda (Mendes Zuliani), a minha mãe está assumindo o Fundo Social de Solidariedade, inclusive hoje (quarta-feira, 3), ela está na capital paulista, acompanhada da Aline Caputti, assistente social do Fundo, em reunião com a dona Lu Alckmin (presidente do Fundo Estadual), em conjunto com demais primeiras-damas e presidentes de Fundo Social do Estado.” E mais: “O prefeito ressalta que a ex-primeira-dama está dando ‘todo o respaldo e transição necessárias à minha mãe e tem acompanhado de perto os projetos, passando todas as informações’.”

E não se esqueceu da vida em comum: “Ao concluir, o prefeito volta a ressaltar o papel da ex-primeira-dama: ‘Quero muito agradecer à Fernanda por esse período de transição e de carinho ao passar os projetos e toda a situação do Fundo Social de Olímpia para a minha mãe, que ela possa continuar esse trabalho produtivo e bonito que a Fernanda realizou nesses primeiros anos de meu governo’.” Portanto, para muito além das especulações, agora é oficial, de público. Tinha muita gente não acreditando. Mas isso também não é o fim do mundo.

CONTRA, MESMO!
Ontem postei aqui texto tratando da questão do aumento do número de vereadores na Câmara Municipal – 11, 12, 13 14 ou 15, quando disse, entre outras coisas, que “não há ali um vereador sequer que cogite não aumentar pelo menos em três o número de colegas. Mas também não há consenso nas 15 cadeiras. Pelo menos quatro a cinco edis já se manifestaram, ainda que não oficialmente, pelas 13 cadeiras”. Hoje pela manhã a vereadora Priscila Foresti, a Guegué (PRB), contestou a nota dizendo que é terminantemente contra o aumento de cadeiras na Câmara.

Para ela, não se acresceria uma cadeira sequer na próxima legislatura. E disse mais: que vai fazer campanha contra, caso se decida por aumentar o número de edis. “Vou publicar outdoor, fazer campanha na porta da Câmara e o que mais for possível”, disse ela. A vereadora é contra, também, a cogitada criação de cargos de assessoria para todos os edis – a idéia aventada nos bastidores é aumentar para 13 cadeiras e criar 13 cargos de assessores (hoje só a Mesa dispõe de quatro assessores comissionados). Feito o registro, oxalá outros vereadores decidam também “bater tambor” contra mais este avanço nos bolsos do cidadão pagador de impostos.

Até.