“Geninho quer construir nova prefeitura no futuro loteamento do Jardim Centenário” estampou agora à tarde o site bate-pau eletrônico da cidade, mostrando farto material fotográfico de uma reunião do prefeito com interessados diretos, aparentemente, neste empreendimento. Em princípio, uma pretensão sem lógica para o momento e fora do seu tempo. Para que Olímpia precisa de uma superprefeitura, se há tantas outras questões mais sérias e mais diretamente do interesse do cidadão para serem resolvidas? A saúde, por exemplo, para sermos redundantes.
O materialismo exacerbado do alcaide às vezes nos deixa um tanto quanto agastado. Nosso burgomestre adora gastar dinheiro, isso já é do conhecimento geral. Não passa um minuto sequer sem ter uma idéia nova que implique altos investimentos. Por exemplo, mal conseguiu ainda reformar o prédio do antigo Daemo, hoje Daemo Ambiental, na Praça Rui Barbosa, onde pretende (ou pretendia?) instalar uma espécie de “prefeitura VIP”, e nova idéia já surgiu. Inclusive com investimento em projeto – aliás, quanto custou?, visto que um escritório de engenharia não vai trabalhar para o município pela “cor dos olhos” do prefeito.
Aliás, mais que isso: quanto custará o projeto todo, tão mais grandioso que o prédio novo da Daemo Ambiental, onse se gastou anunciados R$ 600 mil, mas cujos “acessórios” podem elevar esta conta para perto de R$ 1 milhão? E por que o projeto interessaria somente aos corretores de imóveis e empresários do setor? A alegação é a de que se pretende valorizar a região, os investimentos naquele setor. Por quê? O Jardim Centenário é transação de responsabilidade do município, portanto deve ser levada a efeito sem muitas firulas. Valorizar o quê, então, se não emprendimentos particulares – de “amigos” – que, sabe-se, começam a pulular por aquelas bandas?
Um prédio com cerca de 2,1 mil metros quadrados de área construída. Para que o local seja uma das áreas mais valorizadas da cidade. Para quê?, repetimos. Todas as nove secretarias (Educação, Assistência Social, Saúde, Planejamento, Governo, Finanças, Administração, Jurídica e Agricultura) irão para lá, com seus departamentos (Meio Ambiente e Imprensa), “além do Gabinete do Prefeito e Fundo Social de Solidariedade”. Além disso, o local terá “Centro Ecumênico e eventos religiosos, heliponto, Espelho D’Água com reservatório de águas pluviais (aproveitando, assim, a água das chuvas), praça de eventos e manifestações e duas pistas de cooper (passeio 1 e 2)”, completa a informação.
Um estranho projeto. Um estranho momento para anunciá-lo. Parece até “cortina de fumaça” para encobrir fato grave. desviar o foco das atenções porque sabedor o prefeito que tal pretensão vai gerar polêmica. Afinal, serão gastos ali, se sua vontade megalomaníaca for levada adiante, alguns milhares se não milhões de reais que, se bem utilizados, melhor direcionados, poderiam resolver questões básicas da população.
Ou o prefeito, do alto de sua imaginada proficiência, acha que já fez tudo, e que agora pode “brincar” de administrador, a exemplo de um adulto frustrado que na infância passou por duras carências, e uma vez crescido e endinheirado, começa a se auto-presentear com caros brinquedos. Só que com dinheiro alheio.
A MELHOR DEFESA
Repórter do “Planeta News” relata a este blog que sofreu ameaça velada hoje de manhã do secretário de Gabinete do prefeito Geninho (DEM), Paulo Marcondes, o “Paulinho da UVESP”. Foi no prédio da Daemo Ambiental, onde estava tentando ouvir as partes envolvidas na denúncia rumorosa dando conta de que a prefeitura e a Superintendência firmaram contratos do quase R$ 820 mil com a M. Martins Obras-ME, empresa com registro de endereços falsos na Jucesp.
À moda dos experientes “quebra-ossos” se aproximou do repórter e, à meia-voz, teria dito: “Você é novo ainda no jornalismo, cuidado! Você já publicou duas matérias e se publicar uma terceira vai se f(*)! Estou te avisando, porque eu gosto de você!” E saiu de fininho. Ainda hoje mesmo na seção de comentários deste blog, em resposta, o repórter-estagiário Cléber Luis escreveu:
“Meu lamento a esses que pensam que ‘intimidando’ vão calar a imprensa.
Quem não tem nada preso a ninguém, não tem o que temer. Podem falar, zurrar, esperniar: meu papel enquanto repórter e, por que não, como cidadão, vou continuar exercendo, mesmo que partam para a ignorância, como já o fizeram uma vez, e tentem me calar através de suas artimanhas. é preferível, se preciso, morrer pela verdade, do que existir (sim, estes apenas existem) na mentira, se apossando do que não lhes pertence, como muitos fazem, e pode ser que este seja mais um caso deste gênero, espero que a Justiça apure.
Pouco me importa o respeito ou admiração dessa gente sem excrúpulos, sem caráter, dignos da mais profunda pena; porque verão, no final, que perderam a chance de serem úteis à alguém durante sua pobre e insignificante passagem pela Terra. ‘A paz, se possível. A verdade, a qualquer preço!’ – esse é meu lema.”
Até.
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