Quando se ouve falar novamente no ranking criado pela Secretaria Estadual da Saúde visando obter o índice de satisfação dos usuários do Sistema Único de Saúde-SUS, em relação ao atendimento em hospitais e maternidades do Estado é que se torna ainda mais dolorosa, para nós olimpienses, a situação em que se encontra, hoje, a nossa Santa Casa de Misericórida. Porque entre 2008 e 2009, ela esteve na relação das melhores Santas Casas do Estado, conforme atestado pelo então secretário da Pasta, e pela própria Secretaria, o que deixou a provedora Helena de Sousa Pereira com a sensação do dever cumprido e causou euforia no prefeito Geninho (DEM).
Desta vez, a Secretaria da Saúde ouviu 158 mil pacientes em 630 estabelecimentos de saúde conveniados à rede publica paulista e divulgou somente os 35 melhores hospitais e as 20 melhores maternidades. Não se sabe, portanto, qual a posição que nosso hospital estaria neste levantamento, que foi feito em 2010, depois que o Poder Público, tendo à frente o prefeito e sua secretária municipal de Saúde, Silvia Forti Storti, tiraram de lá a diretoria apolítica que o dirigia há quase quatro anos.
A Santa Casa de Olímpia foi reconhecida como “um dos melhores hospitais de São Paulo” no começo de 2009. Ela foi oficialmente reconhecida pelo governo do Estado de São Paulo como um dos melhores hospitais que atendem pelo SUS. Na ocasião, a informação foi recebida pela provedora Helena de Sousa Pereira por meio de ofício assinado pelo então secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata (morto em julho do ano passado).
“O seu hospital está entre os melhores do Estado, de acordo com pesquisa realizada pelo Governo do Estado de São Paulo entre os usuários do SUS-SP”, dizia o ofício de Barradas. O estudo havia colhido, pela primeira vez, informações de pessoas que passaram por consulta, internação, cirurgia ou exames nos hospitais públicos de São Paulo entre 2008 e 2009. E mais: além de confirmar as informações sobre os procedimentos médicos pelos quais passaram, os usuários puderam avaliar a qualidade e agilidade do atendimento dos profissionais e da infra-estrutura oferecida.
É claro que notícia tão auspiciosa não deixou de contagir o prefeito. “A Santa Casa, em especial a provedora Helena Pereira, e os funcionários, os médicos, os colaboradores, enfim, todos estão de parabéns. Da administração municipal, a certeza de que o hospital terá todo apoio necessário. Quando vereador, fui um grande parceiro na busca de recursos para a Santa Casa. Como prefeito, me considero ‘amigo da Santa Casa’ e a provedora Helena sabe que pode contar com nosso governo municipal”.
Foram as palavras do prefeito na ocasião. Não pergunte a este blog o que mudou depois. Não saberemos responder. Estamos tão estupefatos quanto vocês, leitores.
SAÚDE DA
FAMÍLIA
A partir da próxima semana, os distritos de Ribeiro dos Santos e Baguaçu passam a contar com uma equipe de 10 profissionais cada, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem e agentes comunitários. Também estão sendo criadas duas Unidades de Saúde da Família-USF, com quatro equipes, ou seja, 40 profissionais, 24 deles contratados por meio de concurso público (que receberá inscrições a partir do próximo dia 6), uma no Jardim São José e outra na Cohab IV. A estimativa é de colocar em campo 40 profissionais médicos, enfermeiros e auxiliares, para atender cerca de 12 mil pesssoas mensalmente, o que daria 400 atendimentos por dia e, se forem quatro equipes, 100 pacientes por equipe/dia.
O programa Saúde da Família é, atualmente, a estratégia do Sistema Único de Saúde-SUS melhor avaliada por seus usuários, segundo pesquisa divulgada dias atrás pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-Ipea. Bem gerenciado, poderá aliviar consideravelmente a Santa Casa. Aliado à Unidade de Pronto Atendimento-UPA, poderá livrar o hospital de uma catástrofe em futuro não muito distante. O porém é eminentemente de cunho político: que não seja um programa para durar apenas até final de outubro do ano que vem.
MINHA CASA,
MINHA VIDA
O post de ontem – “Desmistificando o ‘Minha Casa, Minha Vida'”), acabou rendendo dois comentários curiosos, além do abono de grande parte – se não todos – dos leitores. Ambos vieram com o fim de reparar o que foi publicado, que longe de ser uma crítica ao empreendimento, foi apenas uma constatação, uma reverberação dos próprios mutuários que, ao tomarem conhecimento das dimensões das casas em que vão morar, manifestaram-se surpresos.
Um dos comentários foi do leitor que se assina “CURIOSO” (assim mesmo, em caixa alta). Diz ele:
Orlando, de uma pesquisada no valor de 174.000,00 o apartamento que esta sendo contruido no antigo terreno do Vieti, a metragem do mesmo é a mesma das casas de 54.000,00 do MCMV, com este agravante de pagamento de escrituras e outras coisas mais (condominio que deve ser um absurdo), fique atento e mande procurar a DILMA E O LULA que é quem criaram o progama
Desnecessário dizer que a comparação não serve. Usa-se um condomínio de alto luxo, cujo comprador receberá tudo pronto, e tudo de primeira, incluindo playgroud, salão de festas, piscina, quadra para jogos e outras “regalias”. Portanto, ali, paga-se pelo luxo, pela segurança e até mesmo pela vaidade de morar em um lugar de tamanha visibilidade como será aquele condomínio. Aliás, se comparação for feita, esta será desfavorável ao MCMV, porque aquele imóvel está só 3.2 vezes mais caro. É no centro, tem guarita, segurança e glamour. Isso tudo justifica a diferença. Ou não? Portanto, injustiça tal comparação, “Curioso”.
O segundo comentário é do leitor que se assina “Jorge”. Ele é mais prolixo no seu texto. Acompanhem:
Não conheço a casa do MCMV, aliás, nunca entrei em um imóvel popular, mas a informação traz um dado importante: o terreno é de 160 mts quadrados. Considero um tamanho excelente e, veja o mercado imobiliário, um terreno com estas dimensões pode custar em torno de 50 mil reais em uma área boa, ocorre que em bairros bons, com baixos indices de criminalidade, onde a vizinhança é decente, de pessoas honestas educadas que não colocam o som (geralmente funk e sertaneja) nas maiores alturas, com um monte de cães latindo, um montão de crianças remelentas na rua com as roupas esfarrapadas e bolsos dos shorts descosturados e tudo reflexo do baixo nivel cultural e economico dos habitantes locais, não se encontram mais terrenos para vender, pq já estao urbanizados. Por outro lado no site da prefeitura dá para fazer um tour virtual por uma das casas e é um espaço reduzido mesmo. O usuário vai ter que colocar beliche nos quartos se quiser ter um guarda roupa no local, mas para muitas pessoas isto vai ser um avanço, vai trazer dignidade para pessoas que sequer isto tem, pois a media salarial das pessoas é de R$ 800,00 que convenhamos não dá para alçar grandes voos, é um salario apenas para subsistencia e quanto aos valores das prestações, é preciso lembrar que não envolve o Poder Público municipal, o programa é do GOVERNO FEDERAL que trouxe um pouco de dignidade para as pessoas que vivem em moradias com certeza muito piores e o custo de R$ 74,9 mil, com tres dormitorios e dois dormitórios, com valor de R$ 54,9 mil não dá com este mesmo valor, para a pessoa comprar um terreno (onde ela quiser) e fazer uma casa melhor, com certeza ! e tem mais, as escrituras estão sendo registradas em cartorio gratuitamente, pesquise quanto sai a escritura de um imóvel no cartorio ? primeiro tem que fazer a documentação no cartorio de notas, nunca menos de R$ 900,00 depois tem que registrar no Registro de Imoveis, nunca menos de R$ 1.000,00 – só aí tá um presentinho de quase 2 mil reais com o agraciado pelo programa MCMV, sejamos coerentes: ainda não tá bom ? e o terreno saiu de graça doado pelo município.
Bom, não considerando o trecho em que o leitor de mostra um tanto quanto, digamos, preconceituoso socialmente falando, a idéia fica um pouco confusa, mas dá para perceber que ele está concordando com a linha geral do programa MCMV. Diz que o terreno é grande, mas esquece que nele há uma edificação. Depois diz que área deste porte, sem a casa, pode ficar na casa dos R$ 50 mil. Sim, pode, já que Olímpia experimentou, nos últimos dois anos, um “boom” ensurdecedor no setor imobiliário, supervalorizando alugueis (a ponto até de, em alguns casos, inviabilizar investimentos comercias na cidade), imóveis e terrenos (embora há exemplo de condomínio onde, por cerca de R$ 80 mil, se tem o terreno e a casa pronta, de muito boa qualidade, com prestações de R$ 490. É só pesquisar).
Quanto a “ser um avanço” para muitas pessoas, também não há dúvidas que será. Se não um avanço, pelo menos um alento. Já que para quem não tem nada, ter uma casa destas será considerada, embora erroneamente, uma “dádiva”. Quanto a não ser uma iniciativa do Governo local vimos falando isso desde o início. O Governo local é que insiste em fazer crer que é sua a iniciativa. Sobre o “presentinho” de R$ 2 mil trataria-se, pois, de um “presente de grego”, porque esta transação está sendo paga com dinheiro público.
E quanto ao terreno “de graça doado pelo município” lembramos que nada que envolve a relação poder-público cidadão-contribuinte é de graça. Na verdade, é tudo pago com dinheiro dos impostos. Portanto, pago pelo cidadão agraciado. O município, para poder “doar” para o mutuário, antes teve que comprar. E comprar com o dinheiro dos cofres públicos, que é proveniente dos impostes, que é pago por este mesmo cidadão. Portanto, de graça, onde, Jorge?
ARRUMANDO
A CASA
O prefeito Geninho (DEM) empossou na manhã de hoje, terça-feira, o novo diretor do subdistrito de Ribeiro dos Santos. Trata-se de Valter de Moura e Silva, o “Pé-de-Ferro”, que já ocupou esse cargo no governo Carneiro. O servidor Maurício Antonio Ângelo, que vinha desempenhando a função, foi exonerado. O prefeito teve que alterar a LC 52, de fevereiro de 2008, cujo projeto de Lei Complementar 118/2011, tornou-se a Lei Complementar 93, de 16 de agosto de 2001, baixando o resquisito para provimento do cargo, cuja exigência passou de Ensino Médio, para Ensino Médio Completo ou em Curso. Foi a forma que o alcaide encontrou para encaixar o novo diretor, que receberá salário de R$ 3,7 mil. Tudo isso faz parte de um rearranjo político no distrito, visando as eleições do ano que vem.
Até.