Em campanha aberta pela reeleição, o prefeito Geninho (DEM) não tem perdido uma oportunidade de “plantar” seu discurso “desenvolvimentista”. Usa de todo artifício político-eleitoral, ocupa todos os espaços disponíveis ou não, muda de religião e credo a cada oportunidade, e voltou a conversar com desafetos e gente do povo, frequentando lugares que até dias atrás havia abandonado de vez. E como não poderia ser de outra forma, as redes sociais também têm recebido, diariamente, “torpedos-agenda”, futura ou passada.
Às vezes o alcaide se defronta com situação revés, como num encontro recente, onde teria sido apupado por dezenas de mulheres, e no mais das vezes, nem isso, apenas o silêncio após sua fala. Mas, segue intrépido o homem, afinal precisa jogar todas as suas cartas na reeleição, para dar sobrevida à sua caminhada política. Já falei aqui tempos atrás que da reeleição depende a carreira política de Geninho. A pretensão não disfarçada é candidatar-se a deputado estadual em 2014. Mas, para isso, terá que estar na prefeitura, com o poder nas mãos. Se não estiver lá, é porque o povo não lhe deu a chance de se redimir. E por que, então, este mesmo povo iria alçá-lo a um cargo no legislativo estadual? Assim lhe restaria a volta à assessoria de um deputado qualquer, como sempre fora.
Desnecessário dizer que tal idéia deve provocar-lhe tremendos calafrios. Por isso, tem andado por aí cada vez mais. Dizem que abaixou o vidro fumê do carro e começou a abrir a caixa de bondades. Para reforçar sua estratégia, está em gestação a criação de um Departamento de Comunicação, onde estariam agrupados todos os meios de se fazer chegar ao povo formador de opinião e àquele mais distante: rádio, internet, TV e jornal impresso. Uma espécie de DIP, aquele departamento que tantos “serviços” prestou ao Governo desde antes do Estado Novo até um pouco depois dele, quando virou o malfadado SNI, serviço de “inteligência” de triste memória, também (Quando afirmamos que este governo tem um viés totalitarista não estamos brincando).
A outra tática é calar as vozes discordantes. Não pela força, que entornaria o caldo. Mas, por outras tantas formas de convencimento. Haja vista o silêncio que impera nas instituições constituídas da cidade. Forças vivas da sociedade em total estado letárgico diante de determinadas situações, às vezes até naquelas que as atingem diretamente. O exemplo mais encandaloso está na nossa Câmara Municipal. Vereadores-avestruzes fingindo que representam o povo, e este povo fingindo que confia neles. Argumentam estar defendendo os interesses da cidade quando, na verdade, pensam, mais seletivamente, naquilo que pode contemplar seus próprios interesses.
Porque trabalhando para o povo estariam, se estivessem mantendo postura firme e decidida na cobrança da ordem administrativa, na vigilância do bom gerenciamento e investimento dos recursos oriundos dos impostos, e mais, até: estariam chamando o Executivo à razão e pugnando por apurar fatos onde há suspeitas de improbridade, dinheiro desperdiçado, obra mal executada ou executada com material e mão de obra de segunda, e assim por diante.
Mas, Olímpia padece de um mal crônico: a inclinação de grande parte de sua gente por uma “boquinha”. Ou por uma benesse para esta ou aquela instituição, associação ou agrupamento qualquer. E nunca antes nesta cidade, gente assim encontrou tão vasto campo para fazer prosperar seus ímpetos oportunistas. “Pagam”, depois, com o quê? Ora, com o silêncio, elemento tão valioso num estado de desgoverno como este que a cidade está vivendo, e com o “voto-olho-fechado”, aquele que é dado “apesar dos pesares”. E são estes seres os primeiros a arrotar moralismos diversos e opiniões difusas sobre a política e os políticos da urbe.
E é nestes pântanos de intenções e interesses, que germinam as ervas daninhas da falta de senso, da falta de responsabilidade com a coisa pública e, principalmente, a mais-valia política, o toma-lá-dá-cá desavergonhado. Ou seja, um terreno onde políticos de dúbias linhagens adoram caminhar.
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