Conhece aquela expressão “o roto falando do esfarrapado”? Pois é, ela cabe muito bem no episódio relacionado às compras do painel eletrônico feita pelo ex-presidente da nossa Câmara Municipal, Chico Ruiz (2007/2008), e a do armário digital e arquivo deslizante feita pelo também ex-presidente da Casa de Leis, Hilário Ruiz (2009/2010). O “roto”, no caso, seria o prefeito Geninho (DEM), que na reportagem feita pela TVTem postou-se de “autoridade ínclita” e saiu-se com esta: “Aquilo que for gasto tem que ser uma coisa que volte para a população como qualidade de vida”.
Geninho foi elegante, no trato da questão. Até porque não poderia ser de outra forma. Os “esfarrapados” Ruiz gsataram, no apagar das luzes de seus mandatos, R$ 214 mil. Chico terá que devolver R$ 144 mil, condenado que foi em primeira instância pela Justiça. Hilário, por sua vez, ainda aguarda o desenrolar de uma possível representação feita ao MP, mas neste caso, ao que tudo indica, ele terá justificativas que talvez a Justiça aceite. Se não, terá que, também, devolver algo em torno de R$ 70 mil. A TVTem perguntou ao prefeito o que daria para fazer com o montante somado.
O prefeito respondeu que daria para comprar um micro-õnibus, recapear 14 quarteirões, ou pagando a reforma da UBS do Santa Ifigência – R$ 74 mil, sobrariam R$ 140 mil “para usar na Saúde”. O prefeito só se esqueceu de dizer ao repórter, que os R$ 214 mil dariam para pagar quase 70% do gasto que vai efetuar com a compra – ou o pagamento – de placas indicativas de obras. Ou seja, que autoridade tem o prefeito para criticar quando o assunto é gasto indevido, dispendioso ou desnecessário? Por isso a citação lá em cima cai como uma luva nesta questão.
Para quem ainda não sabe, Geninho irá gastar – ou já gastou – R$ 307 mil com a confecção de placas indicativas de obras. A informação foi extraída do Diário Oficial do Estado-DOE, edição de 29 de janeiro passado, Seção I, Poder Executivo. O Pregão 01/2011, adjudicado pelo prefeito em favor de Edson Urbano Domingos-ME, tem o valor total de R$ 307 mil, relativos ao fornecimento de material e mão de obra “para confecção de placas para obras, para atender às necessidades das secretarias municipais de Olímpia”.
A suspeita de que este dinheiro servirá para pagar placas já usadas surgiu porque o reaproveitamento das atuais placas nem foi cogitado pelo Executivo Municipal. Não é estranho? Ou será que não dá para reaproveitar nenhuma, tanto tempo que ficaram indicando obras que nunca terminavam? Ou seja, nos casos do painel, arquivos e placas, “está tudo em casa”, como se diz por aí.
Até.
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