A Construtora Pacaembu, responsável pela construção em Olímpia das 786 unidades do conjunto residencial “Minha Casa, Minha Vida”, vai instalar escritório em Olímpia. A empresa quer ficar bem perto da obra, para evitar maiores problemas, e também para facilitar a vida do mutuário que quer encaminhar documentos e buscar informações. A empresa usa uma sala emprestada pelo Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais, na 9 de Julho, atualmente.
A instalação de escritório próprio na cidade vem também como resposta a algumas denúncias feitas aos responsáveis pelo marketing da empresa, Cláudia Lacerda e Willian Batista, da Lacerda Comunicação Empresarial, de Rio Preto, na semana passada, pessoalmente, pela editoria do semanário “Planeta News”. ‘Diante destas denúncias, a Pacaembu está em Olímpia procurando escritório para se instalar’, disse Willian Batista.
Estivemos visitando as obras na manhã desta quinta-feira, 27. Segundo o gerente de contrato do “Minha Casa”, engenheiro Denis Gomes Silva, “a obra está inteiramente dentro do cronograma”. “Na verdade, está 18% acima do planejado”, complementa Batista. O prazo de entrega, entre setembro a outubro deste ano, está garantido, segundo Renato Bazan, engenheiro responsável pela construção das casas. Também esteve acompanhando a visita a corretora Siene Santos.
TERRENO
Uma das questões colocadas pelo Planeta na visita recebida na quinta-feira da semana passada, diz respeito à transação do terreno onde a obra está sendo erigida, de 11.6 alqueires, ou mais de 225 mil metros quadrados, na região do Jardim Menina-Moça II, abaixo do seringal ali existente. De acordo com Batista, não houve intermediação. Ele não revelou o valor pago pela área, segundo ele porque os proprietários não autorizaram a divulgação.
Mas, garantiu a lisura da transação. “A Caixa aprovou o projeto e a negociação foi feita diretamente entre a construtora e o proprietário”. A informação que o jornal dispunha dava conta de que pelo menos três corretores teriam intermediado a venda, o que Batista não confirmou. “Ninguém fez intermediação”, frisou. Sobre a estipulação do valor, disse que varia de acordo com a “qualidade” do terreno.
Cada área correspondente à casa será depois transferida para o mutuário em forma de registro de posse, inicialmente. Este registro possibilita que o proprietário possa transferí-lo a parentes, se algo acontecer ao titular.
TAXAS
Quanto à denúncia de pagamento de taxas que mutuários estariam fazendo fora do compromisso formal cobrado por boleto da Caixa, Batista também negou. “A empresa reforça que o único local autorizado para receber é a Caixa. Se estão afirmando que pagam taxa ‘por fora’, é mentira. Está previsto que a Caixa é a gestora do dinheiro. Os que se julgam lesados devem procurar a polícia, tomar as medidas cabíveis.”
“Pessoas de má-fé tem agido em muitas cidades desta forma. Num destes casos, uma moradora denunciou o caso ao próprio prefeito. Ele a mandou procurar a polícia. É o mesmo posicionamento da Pacaembu.”
VISITAS
Quanto a visitar as obras, conforme sugeriu o superintendente da CEF quando da assinatura de contratos na Casa de Cultura, o engenheiro Denis Silva foi taxativo: “Não estão autorizadas, por enquanto. Vai haver o período certo, mas normalmente não tem (visitação em obras como essa).” Já Willian Batista diz que a possibilidade está sendo estudada, por meio de uma “casa-modelo” margeando a rua.
“Não posso permitir que fiquem atravessando a obra. Dificilmente (a visita) vai acontecer. Mas, se for exigência da Caixa, assim faremos”, observa Silva. “Sei que estamos lidando com o ‘sonho da casa própria’. E isso mexe com o emocional das pessoas. Mas, não podemos colocar em risco a integridade física delas”, explica Willian Batista.
NÃO-PAGAMENTO
Sobre o fato gerador do grande “barulho” em torno do programa na cidade, a afirmação feita por funcionários de que não estavam recebendo “há 22 dias” e por isso a obra poderia parar, também não houve comprovação. Os engenheiros Silva e Bazan, inclusive, disseram desconhecer o ocorrido com a empresa MPM, de Olímpia, à qual se referiram os trabalhadores. “Esta empresa é uma das que prestam serviços (à Pacaembu). Eram pessoas que haviam sido desligadas da obra e aguardavam o prazo legal, dentro da CLT, para receber”, explicou Batista.
“Todos os pagamentos para a empreiteira estão em ordem, em dia. E não há nenhuma chance da obra parar. Aliás, a empresa teve que fazer um seguro que exige, entre outras coisas, o registro do funcionário via CLT, e cadastro detalhado de cada empresa contratada”. De acordo com ele, o problema havido, foi “na ponta” da obra. Mas, hoje a empresa tem feito “em dia e na data estipulada, todos os pagamentos”.
Segundo o engenheiro Bazan, a MPM tem, hoje, no máximo 14 funcionários. “São funcionários da empresa, e qualquer problema, é da própria empresa. As contratações são pela CLT. E a Caixa vem acompanhando tudo. Se (o trabalho) não estiver regular, ela não paga”, explicou.
Ao final, Denis Gomes Silva procurou ser tranqüilizador. “Este será um conjunto modelo. A qualidade e os prazos estão garantidos. Tenho certeza que os mutuários vão ficar satisfeitos.”
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