A Câmara aperovou na noite de ontem, 4, o projeto de Lei 4.212, que autoriza a concessão, mediante licitação, da implantação, operação e manutenção de aterro sanitário na cidade. Foi aprovação definitiva, por sete votos a três. Votaram contra os vereadores Hilário Ruiz (PT), presidente da Casa; João Magalhães (PMDB) e Priscila Foresti, a Guegué (PRB). Os três argumentam que faltou maior clareza no projeto, discussão mais ampla e mais tempo para detalhá-lo, além de explicações sobre as vantagens que o cidadão olimpiense terá com a implantação aqui de aterro nestes moldes, para receber o lixo de qualquer espécie – repito, de qualquer espécie! – e em qualquer quantidade, de qualquer lugar do país.
E como já antecipamos aqui, a votação se deu por dois terços da Câmara – sete votos e não por maioria absoluta, como teimava o lider do Executivo na Câmara, e o próprio prefeito. Tanto não tinham certeza do que falavam, que ontem o vereador Salata (PP) protagonizou um momento irônico: quando fazia discurso, o colega Zé Elias de Morais saiu da Mesa e foi para o corredor e estava demorando para voltar. Enquanto isso, Salata falava, falava, falava…Nitidamente esperando Morais voltar. Chegou a dar um aparte que teria sido “pedido” por Primo Gerolim (DEM), que na verdade nem prestava atenção ao que Salata falava. Pego de surpresa, Gerolim fez menção de falar, mas Morais voltou e não foi preciso.
(Depois, soube-se que Morais foi ao corredor para ligar para o secretário de Governo, Paulinho da Uvesp, para que ele intercedesse e fizesse cortar o discurso de Salata. Deve ser por causa disso que pouco antes de Morais voltar à Mesa, o celular de Salata tocou, e ele não mais falou sobre o projeto)
Ao tentar argumentar que a votação prescindia da participação do presidente Ruiz, por ser maioria absoluta, como defendia, o vereador Magalhães desafiou Salata a deixar o plenário, para ser o projeto votado em maioria absoluta. Ele não saiu do lugar. Mas, não se deu por vencido: “Respeitamos a decisão do presidente, e pode encaminhar da forma que julgar pertinente”, disse, para não dar o braço a torcer. Assim, a votação foi por dois terços.
O que chamou a atenção durante a discussão do projeto foram as vezes tantas que se usou ali o nome da Açúcar Guarani, dando a entender que a empresa seria uma das maiores interessadas neste aterro. O vereador Dirceu Bertoco (PR) disse ter ouvido de diretores da Guarani que há um projeto de expansão da unidade em Olímpia, mas que tudo dependia de ter a cidade o aterro ou não. Caso contrário, a expansão seria feita em outra localidade onde existe unidade da empresa. Talvez esta seja a justificativa para a pressa de Geninho com o aterro?
Mas, mais acertadamente cobrou a vereadora Guegué: “Qual a vantagem que os munícipes vão ter com este aterro?”, perguntou, incisiva. “Há localidades em que a população é isentada da taxa de coleta de lixo”, complementou. “Por isso gostaríamos de discutir mais. Não precisa pressa. Nenhum benefício até agora foi anunciado para o povo”, completou. E Magalhães, diante da insistência com que vem se falando da Guarani nas discussões do aterro, perguntou: “O (aterro do) lixo é para Olímpia ou para a empresa?”.
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