Amigos do blog, é com grande surpresa que recebo agora pela manhã a informação de que o prefeito Geninho (DEM), no fundo, no fundo, acaba de criar a figura do “prefeito-substituto”. Alega o alcaide que a nomeação do secretário municipal de Governo, feita na quinta-feira, 27, e publicada na edição de hoje, 29, da Imprensa Oficial do Município-IOM, é para, entre outras coisas, aliviá-lo do estresse natural do cargo. Geninho nomeou para ser seu “dublê” o ex-superintendente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo-UVESP, Paulo Marcondes, o Paulinho, que já trabalhou com ele, embora não por muito tempo, na Câmara Municipal, quando o alcaide foi presidente daquela Casa de Leis, em 2005/2006. Paulinho terá poderes para “fazer o meio-de-campo político”, o que é praxe numa função como essa. O secretário de Governo, já falamos aqui neste espaço, tem que ter trânsito em todas as esferas políticas da cidade, bem como com os meios de comunicação e estar aí “para o que der e vier”. Não interessa ao prefeito, imagino, um secretário com tais responsabilidades omisso, ou mesmo extremamente dependente da palavra do próprio. Mas, garante Geninho, conforme publicado no blog do Concon, eficientíssimo portador das “boas novas”, Paulinho irá trabalhar com o público externo (deputados, senadores, escalões dos governos Estadual e municipais da região administrativa) e com o interno (secretários municipais e, principalmente, vereadores da situação ou da oposição). “Ele vai aliviar o meu trabalho. (…) Tive uma crise de ‘stress’ e preciso delegar poderes. O Paulinho tem todas as qualidades que busco num ótimo secretário de Governo, será uma espécie de interface da gestão municipal em diversas frentes das quais irei passar o bastão de comando”, teria dito Geninho ao blog do Concon.
LÁ E CÁ
E, pelo visto, Geninho quer o secretário “correndo trecho”, como se diz. Por exemplo, assistindo ‘in loco’ todas as sessões legislativas, para dar um posicionamento ao alcaide, entre outras coisas. É claro que, neste aspecto, a coisa deve ter sido muito bem conversada, para evitar eventuais choques entre o secretário e a liderança na Câmara que, se bem avaliado, acaba de perder espaço político junto ao Governo Municipal. Geninho faz de Paulinho o “elo de ligação” (sic) com a Câmara e a oposição, relegando Salata a mero “elo perdido”. Assim como já havia relegado a segundo plano outras figuras que chegaram junto com ele ao Palácio da 9 de Julho. Um deles, inclusive, dada a impertinência, teria sido “alojado” num cubículo do segundo andar.
E MAIS
Paulo Marcondes tem título eleitoral registrado em Olímpia há cinco anos (desde quando trabalhou na Câmara, portanto). Ele é natural de Bom Jesus dos Perdões-SP (e Jesus perdoa sempre), e na capital paulista era da direção da Uvesp, braço direito do presidente, Sebastião Miziara. De resto, Geninho diz que seu mais novo secretário é “uma grande aquisição para o governo municipal”. Assim, agora fica em seis a cinco a disputa entre primeiros escalões “estrangeiros” e de Olímpia, os nativos. São onze secretarias municipais.
O TREM
Para quem não se lembra, o cargo ora ocupado por “Paulinho da UVESP” foi criado no final do ano passado, em meio a muita polêmica, num projeto que recebeu da opinião pública a carinhosa alcunha de “trenzinho da alegria”. Porque foram criados no total doze cargos em comissão, por meio de um projeto de Lei (nº 4.188) e um projeto de Lei Complementar (nº 48), para variar, aprovados em regime de urgência na sessão ordinária do dia 23 de novembro. Feitas as contas, seria um “trenzinho”, inclusive, bem caro. Junto às demais secretarias, diretorias e assessorias de secretários custariam aos cofres públicos até R$ 1,264 milhão. Foram criadas naquela ocasião duas novas secretarias, quatro cargos de assessor de secretário e seis de diretores de Departamento.
ESPECULATIONS
Inclusive, quando da criação deste cargo, especificamente, as especulações na cidade foram muitas, sobre a sua real destinação. Falou-se em Valtinho Bitencourt (ex-vereador, aliado de primeira hora do prefeito, até hoje relegado ao esquecimento) e depois falou-se no vereador Toto Ferezin (PMDB), cono forma de sacramentar uma maioria na Câmara Municipal. E foi passando o tempo e só agora, seis meses depois, quando ninguém nem se lembrava mais da tal secretaria, vem a novidade do “prefeito-dublê”, buscado em outras paragens, bem ao gosto do alcaide. Mas é sempre bom lembrar que acuidade e esperteza políticas nem sempre são tudo. Nem sempre são principais requisitos para se nomear alguém. É preciso que este alguém seja confiável, que cumpra a palavra empenhada, que não fique só no jogo de cena, só no ôba-ôba. Porque, ao primeiro “vou ver”, “vou analisar” que ele disser a um interlocutor, político ou não, dependendo do tema e/ou circunstância, cairá por terra todo o pretenso “elo de ligação” almejado pelo prefeito.
PARCEIRO
Por outro lado, toda aquela bravata do prefeito Geninho sobre a concessão dos serviços funerários não passaram de…bravatas. Hoje no cargo de prefeito, ele tem dado mostras de que está bem satisfeito com o que é feito ali, e nos moldes que está sendo feito, conforme previa o edital de concessão. Esta semana, inclusive, fez publicar decreto na IOM (4.718, de 17 de maio), reajustando os preços públicos para os serviços funerários. Assim, ele reajusta valores que, em 2008, plena campanha eleitoral, dizia serem exorbitantes, e por causa disso iria até cancelar a concessão. Mas, ao contrário, acaba de reajustar todos os valores em 5.3%. Seu lider na Câmara, Salata (PP), deve estar inconformadíssmo.
QUE TRUNFO É ESSE?
Ensina o “pai dos burros” que o substantivo masculino “Bedelho”, pode ser entendido como “Tranqueta ou ferrolho de porta”, “Pequeno trunfo, no jogo”, “Criançola, fedelho, rapazelho”, e que “Meter o Bedelho” significa “intrometer-se em assuntos em que não é chamado”. É bem tudo isso uma tal coluna publicada no semanário “Gazeta Regional”, de propriedade da assessora de Imprensa do prefeito Geninho (DEM), jornalista Andresa Maieiros. Seus autores, verdadeiros “tranquetas”, vivem de fazer gracejos ofensivos a um grupo de pessoas que não reza na cartilha zulianista, nem se apetece de sua burra. E vivem, também, de atacar o semanário Planeta News, a quem apelidaram de “Falseta”. Ao grupo, deram os apelidos de “Bigode”, “Cri-Cri”, “Lalo”, “Nulo”, “Tsé-Tsé”, e a Câmara Municipal, o segundo poder político local, apelidaram de “Associação da praça lá de baixo”, assim, desrespeitosamente.
FERROLHOS
O que choca nisso tudo é a forma do ataque e o conteúdo de baixo nível dos textos, que no entanto mostra uma evidência: não há argumentos convincentes, por parte deles, para rebater as muitas informações que os desagradam, e que alguns vereadores não temem tornar públicas, nem mesmo o “Falseta” teme sofrer represálias. Faria melhor o prefeito Geninho se orientasse estes seus “ghost-writers” a fazerem a publicidade dos seus feitos administrativos, já que trata-se de um espaço onde coisas mais positivas sobre seu governo poderiam ser publicadas. Até por que, sabe a população-leitora daquela publicação separar o joio do trigo, o ético do não-ético, o verdadeiro do falso, o servilhismo profissional do livre pensar, enfim, sabe distinguir entre o que se publica ali e o que se sabe de verdade sobre os fatos. E, mais ainda, acaba ficando ridículo o “esperneio” destes escribas oficiais que, sem ter como rebater as suspeitas, as desconfianças e a sensação de ‘dejavú’ político que paira sobre seus comandantes, justas ou não, optam pela baixaria pura. Caberia a eles rebaterem em alto nível, com argumentos convincentes, dados, números, documentos, que aquilo que se fala, se publica ou se critica, não tem fundamento, é mera “bedelhisse” (sic). Até porque, não é em todas as situações, em todas as questões, que o ataque é a melhor defesa. Pensem nisso (o pensar enquanto transitivo indireto).
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