Amigos do blog, a cada dia que passa, se torna mais evidente que Olímpia está mesmo vivendo os ares de “um novo tempo”. Mas, infelizmente, tempos não muito favoráveis ao cidadão comum, ou àqueles que ainda buscam no fundo em torno de si a verdadeira verdade sobre atos, fatos e comportamentos. Parece que está se adensando nesta nossa querida urbe, uma espécie de “muro de moral e ética” construído especialmente para estes “novos tempos”, moldado a bel-prazer de seus “arquitetos”, com a função, talvez, de separar os simplesmente iguais, dos mais iguais que os outros. Estamos, ao que parece, sendo mergulhados num estado de exceção mal-disfarçado, onde os caprichos e desejos daqueles que se julgam acima de tudo e de todos, tenham que ser acatados e cumpridos, sem questionamentos. E fecha-se um círculo vicioso de interesses em torno deste “muro ético e moral” moldado à exatidão dos que estão ou vicejam em torno do poder, seja ele público, político, ou econômico. Exemplo acabado disso viveu a redação do jornal Planeta News esta semana, no tocante ao caso do ataque de um cervo-nobre (veja exemplar semelhante na ilustração) a dois funcionários do clube Thermas dos Laranjais. Houve uma nítida tentativa de intimidação da reportagem do jornal, bem como, também, uma explícita manifestação de intolerância contra quem buscava simplesmente a palavra de quem de direito sobre este acontecimento, ou seja, a diretoria do clube. Tão somente para cumprir um preceito básico do jornalismo, que é “ouvir os dois lados”, dar às partes interessadas, o mesmo direito à manifestação, às suas versôes dos fatos. Mas, fomos mal interpretados ou houve, de fato, intransigência por parte do clube, ou de alguém que se arvorou em fonte qualificada para dar as informações. Vamos aos fatos, abaixo:
CENSURA, DITADURA,
‘NOVOS VELHOS TEMPOS’, OU O QUÊ?
Conforme narrado pelo jornal: “A reportagem do Planeta News procurou na tarde de ontem, quinta-feira, 6, a diretoria do Thermas dos Laranjais, por telefone, para colher detalhes do acontecido. A repórter foi atendida por um funcionário que se identificou como gerente de Compras, Ivo Alves, que primeiro explicou que o animal vive em cativeiro há cerca de quatro anos, e que todos os dias, três vezes por dia, João José Gibim entrava no local para cuidar dele (consta que para alimentá-lo com uma espécie de mamadeira). Ele disse também que existe um veterinário que ocupa carga horária dentro do clube, e que agora está dispensando cuidados especiais ao animal. Mas, Ivo Alves, em seguida às declarações, pediu à repórter para ler a matéria antes de ser publicada. Diante da negativa, disse, irritado, que não sabia que estava dando entrevista para jornal, e que não queria ser identificado, sendo que a repórter havia se identificado antes de iniciar a conversa, quando ele deu os detalhes publicados acima. Em seguida, ameaçou, dizendo que ia processar se a matéria fosse publicada, e desligou o telefone bruscamente.” Parece ter ficado claro que o funcionário ficou extremamente irritado porque não pôde exercer o seu eventual pendor para “censor” com o texto do jornal. Ou então já estivesse contaminado pelo crescente musgo da intolerância e não-aceitação do contraditório, como parece começar a ser a praxe de figuras ligadas à administração daquele parque aquático. Seja como for, fica registrado neste blog o desagravo à jornalista e ao jornal. E a torcida para que os “novos tempos” propagadados, não sejam “velhos tempos” ressucitados.
LAMBANÇA E
CORRERIA
A esta altura, muitos dos amigos do blog já deve ter conhecimento da notícia-bomba vinda de Bebedouro no final da tarde de ontem, com repercusão hoje em todos os meios de comunicação. Para quem não sabe, doze pessoas foram presas e três não foram localizadas durante a operação “Cartas Marcadas”, realizada ontem pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE) para desarticular uma possível organização criminosa que estaria agindo na prefeitura de Bebedouro, aqui pertinho de nós. Quatro dos detidos são diretores da prefeitura, cargos que equivalem aos de secretários em outros municípios. Uma contadora, que presta serviços para empresas, também foi detida, além de proprietários de empresas de construção civil de Bebedouro e de Catanduva. As prisões são temporárias por cinco dias. O delegado seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos, afirmou que o grupo seria responsável por fraudes na modalidade carta-convite, previsto na Lei 8.666, de 1993, das Licitações Públicas, que determina que possam ser feitos convites diretos a empresas quando o valor, para obras, for entre R$ 16 mil e R$ 159.999,98. “Um grupo formado por quatro a seis empresas era convidado e havia rodízio de vencedores”, explicou. Vasconcelos informou que havia ainda superfaturamento de cerca de 10% nas obras (principalmente nas ligadas à Educação, como reformas de escolas) e essa diferença retornaria das empresas, sendo desviada. Por enquanto, não existe qualquer prova nem acusação contra o prefeito João Batista Bianchini (PV), conhecido por Italiano, segundo o delegado. Italiano é aquele que na eleição passada teve problemas com a Justiça Eleitoral, igual ao prefeito Geninho (DEM), lembram? Foi absolvido, igual a Geninho. Ambos concorreram e ganharam as eleições. Aliás, consta que os dois são bastante amigos. Áh, entre os presos que trabalham na prefeitura, e ocupam cargos de confiança do prefeito, estão pessoas responsáveis por licitações, obras públicas e o Chefe de Gabinete. O Grupo de Operações Especiais (GOE) da polícia chegou em Bebedouro com 18 mandados de busca domiciliares e 15 de prisões temporárias.
ALVÍSSARAS!
Felizmente, e muito felizmente, mesmo, alguém ainda anda preocupado em vigiar as coisas junto aos poderes constituídos deste país. Porque os mandatários atuais têm dado mostras de que não estão nem aí para as leis, o respeito, a decência e o decoro. E, muito menos, para a honestidade junto à coisa pública. Mas, devem eles, sim, colocarem suas barbas de molho porque, mais cedo ou mais tarde, a casa sempre acaba caindo.
NOSSA MEIA-ESTATAL
‘Petrobrás será dona de 45,7% da Guarani’, foi uma das manchetes de hoje na imprensa local. No final de semana passado, algo parecido foi estampado nos “jornalões” e nos veículos especializados em economia do país. Claro que vazado em outros termos, mas a leitura sóbria do acontecimento remete exatamente a isso: a Petrobras, por meio de sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis S/A, está comprando quase metade da Açúcar Guarani, por R$ 1,6 bilhão, a ser aportado em até cinco anos. A estatal, através da sua subsidiária, ingressará no capital social da Guarani, na base de um preço por ação de R$ 5,83, para obter, ao final dos investimentos, participação societária de 45,7% na empresa. A subsidiária da estatal também terá o direito de realizar investimentos adicionais, via aumento de capital, que lhe confiram uma participação de, até, 49% na Guarani. Ou seja, concluindo a leitura sóbria, dentro em breve teremos na cidade uma meia-estatal na área do açúcar, etanol e bioenergia. Em princípio, parece uma “fusão do bem”. É esperar para ver.
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