Amigos do blog, a coisa ficou meio esquisita em relação àquela área onde hoje funciona o Centro de Distribuição do Minerva, no trevo da Assis Chateaubriand. O prefeito, conforme se lembram, resolveu ‘peitar’ o grupo Friovale, dono dali – comprou na gestão passada por mais de R$ 390 mil – para defender os interesses do Minerva, e o pessoal não gostou nem um pouco. Assim, fez publicar neste sábado no jornal “Folha da Região”, e na semana que vem sairá também no “Planeta”, nota de esclarecimento, onde refuta, primeiro, as publicações das matérias nos dois jornais e, depois, as bravatas do prefeito Geninho (DEM) que a empresa considerou, entre outras coisas, “lamentável”. Pelo “Planeta” posso falar, porque nele nada se publicou que não fosse baseado nas palavras do próprio prefeito, que por sua vez disse ter ouvido de um dos diretores do Minerva os queixumes. Não houve acusação nenhuma contra a empresa, nem sequer um pré-julgamento sobre se é ou não responsável pelo desemprego anunciado pelo Chefe do Executivo. E não houve, também, nenhum tratamento desrespeitoso a ela, como alega. Não no “Planeta” – e quem leu a matéria na versão impressa ou quiser lê-la agora, está na internet (www.planetanews.com.br), vai ver isso. Agora, pela “Folha” deve falar ela mesma, e da parte do prefeito idem, ou fala ele, ou um de seus muitos assessores, se for o caso. A Friovale considerou “lamentável” a cogitação feita pelo prefeito de desapropriar o imóvel em benefício do Minerva, “o que corresponde a uma violência aos princípios básicos do direito e uma interferência dasarrazoada do Poder Público na esfera privada”, conforme diz a nota em seu trecho final. A Friovale diz, ainda, que “está sediada na cidade de Olímpia, pagando impostos e aqui pretende permanecer”. E diz mais: “Se não for possível manter um acerto financeiro com o Minerva”, já está buscando outras empresas e parceiros para operar a Câmara Frigorífica “que poderá gerar tantos ou mais empregos do que atualmente é gerado pelo Minerva”. Está demarcado o ringue e definidos os contendores. Vai falar mais alto, no entanto, a habilidade política do prefeito para apagar este incêndio provocado por ele mesmo. Pela nota, fica claro que a força não prosperará nesta seara. E que se o prefeito mantiver sua postura dura em relação à Friovale, o Minerva vai mesmo, embora. Portanto, muita calma nesta hora.
OUTRA NOTA
Também é interessante que se façam observações quanto a um artigo publicado na “Folha da Região” de hoje, intitulado ‘Tentativa de Aborto’, e assinado pelo advogado, escritor e poeta Mário Francisco Montini, que se assina como ‘conselheiro do Thermas’. Um ataque frontal àqueles que hoje buscam um espaço democrático dentro do corpo administrativo do Clube. Mas, o artigo tem lá sua importância, porque torna público aquilo que o grupo em questão vem denunciando perante os associados de modo geral, há tempos, e discutindo em suas reuniões. A prática de ceder espaços comerciais para “os mais chegados”, inclusive membros do conselho, o que, segundo o grupo, é no mínimo imoral. O conselheiro do clube faz a ‘confissão’ disso em sua escrita. Defendendo a não realização de licitação para a cessão destes espaços. “O Thermas não é orgão público que demande licitação para contratar”, diz Montini. E fica a pergunta: é, por outro lado, órgão particular? Diz mais, Montini: “A Executiva do Thermas possui a discricionariedade de dispor dos espaços conforme lhe convém”. Será mesmo, senhor conselheiro? É sabido que o grande entrave do clube hoje, não manifestado por sua diretoria, mas perceptível em certas atitudes e posicionamentos, são os associados, necessários quando da concretização do “Sonho de Benito Benatti”, mas hoje uma ‘dor de cabeça’ para o exercício de uma mais ampla ‘discricionariedade’ da Executiva.
E O QUE FIZERAM
OS ‘UNGIDOS’?
O conselheiro Montini também justifica a cessão de espaços comerciais dentro do clube aos ‘mais chegados’, com o argumento de que eles são merecedores, ao passo que a diretoria não poderia ceder espaços comerciais “para quem jamais fez algo pelo Thermas, jamais contribuiu quando o clube era apenas ‘uma idéia mirabolante’ de um empresário de sucesso”. Talvez seja necessário dizer que este grupo é formado por sócios patrimoniais do clube, ou seja, aqueles que, no primeiro momento, se dispuseram a comprar cotas, para viabilizar, tornar realidade a edificação da “idéia mirabolante” do empresário Benito Benatti. Presume-se, portanto, que têm eles tanto direito, então, que aqueles, caso julgassem justo este critério de concessão. Ou não? Ao contrário do que argumenta Montini, é ilógico, sim, que a administração do clube privilegie “aqueles que foram por anos sustentáculo moral e material para a consolidação do melhor clube da América Latina”. Ele está falando de quem, exatamente? E o que estes ‘sortudos’ senhores fizeram de tão mais extraordinário que qualquer sócio patrimonial não tenha feito? De resto, o artigo de Montini é um libelo à não-democracia institucional que deveria imperar desde o princípio naquele espaço de lazer. E se, de fato, a diretoria está “ouvindo com atenção as idéias e respeitando as opiniões” dos contrários, deveria destruir, de verdade, o espírito de egoísmo e o personalismo que ora acometem tantas figuras que, da mesma forma, Montini, “se acham” em direitos e se auto-proclamam “salvadores” do Clube. O resto são falácias.
LATA DE SARDINHA?
A assessoria de imprensa do prefeito Geninho (DEM) está encaminhando à imprensa e fazendo publicar nos jornais e meios de divulgação ‘da casa’, que no carnaval de Olímpía, “mais de 30 mil pessoas” pularam nas quatro noites, no ‘cercadão’ da avenida. Isso dá uma média de 7,5 mil pessoas por noite ali, naquele exato local. Pior ainda, é quando diz a assessoria, que na última noite da festa, o show do Jeito Moleque levou para aquele canto da cidade, “mais de 12 mil pessoas”. De onde tiraram estes números, não dizem. O que deixa antever a informação é que são ‘chutes’, e bem para o alto. Se não, basta que apenas o amigo do blog avalie o tamanho da área em questão. Quanto pode medir? Com muita generosidade, talvez uns 100 metros quadrados? Tiremos então os espaços dos banheiros químicos, do camarote, da praça de alimentação lateral e frontal, além do espaço de segurança entre estes equipamentos e a cerca, mais o palco no fundo. Quanto se perdeu em espaço livre? A capacidade oficial de cada metro quadrado, com segurança, é de quatro pessoas. Há uma tolerância, em casos extremos, para até seis pessoas por metro quadrado. Portanto, calcular que por lá passaram nas quatro noites, no máximo oito mil pessoas, não é absurdo. A bem da verdade, 30 mil pessoas nas quatro noites não chega nem somando todo o público dos desfiles de domingo e terça-feira. Nestes casos, gente, vale a lógica material, não a propaganda. Menos, pessoal, menos…
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