Amigos do blog, alalaô-lalaô-lalaô, acabou o carnaval. Agora é pé no chão. Meu último post aqui neste espaço gerou controvérsia. Sabem aquele blog maluco? Mais uma vez fez um escarcéu danado com o texto em que avaliava a primeira noite de carnaval no ‘cercadão’, ou ‘brete’, como preferem outros. Na verdade, não analisava o carnaval em si mas, sim, o comportamento de certas pessoas que não têm noção das coisas. Falei aqui de um assessor-braço-direito do prefeito Geninho (DEM) que subiu ao palco e, de microfone na mão, deitou falação que não parava mais, parecendo, ele sim, uma matraca louca. E disse que tinha cismado que o tal podia ter bebido um pouco além da conta. Inclusive dando-lhe o direito de fazê-lo, porque cada um sabe de si, e carnaval é isso mesmo, é um tempo para as pessoas perderem as estribeiras. Mas, observei que ele, assessor, não podia se expor, porque assim, estaria expondo, também, a figura do prefeito. Foi mais ou menos por aí o comentário (acessem lá, é o post anterior a este). Mas, movido sei lá por qual intenção, aquele leva-e-traz trapalhão que insiste em ser assessor de imprensa informal do Governo, distorceu tudo o que ali estava escrito e tascou texto no seu blog maluco sarrafando nosotros. E bem naquele seu estilo peculiar. Atacou este escriba, ao invés de chamar para o debate. Os pontos que critiquei no assessor ele não contestou, as observaçõs que fiz em torno do evento, igualmente ele não contestou, não argumentou, porque argumentos não há. Ficou apenas no superficial, na tentativa de transformar uma observação num ataque frontal à festa, ao assessor-braço-direito e ao Governo que ele defende com unhas e dentes. E se não postei nada de pronto foi por achar que não valia a pena responder a ele de imediato. Aliás, por entender que não valia a pena responder para ele. E se toco no assunto agora, é para dissipar a estranheza que, com certeza, meu silênico causou a tantos quantos acessam este blog. E para conhecimento do lambe-botas de plantão, não fui só eu que notou que o assessor-braço-direito estava demais, sobrando ali no palco. Até agora ele deve estar crente que abafou. Mas, pode tirar seu equino da intempérie que não foi bem assim. Há quem diga que só faltaram algumas bananas, um abacaxi e alguns balangandãs. É o fim.
No post “O medo do fascismo na hora do baile”, do dia 14, fiz esta analogia porque me pareceram assim serem as atitudes do assessor-braço-direito, e por isso me vieram à mente, também, as do prefeito que representava, atitudes gestadas por aquela ideologia inicialmente partidária. E elas me pareceram fascistas por terem tudo a ver com a fina definição do fascismo enquanto ideologia. O pensador e semiólogo italiano, Umberto Eco, esclarece que “há várias maneiras de ser fascista”. E hoje pela manhã acordei com a seguinte palavra na cabeça: protofacismo. Fui pesquisar, e olhem só como a definição cai como uma luva naquilo tudo que vi, raciocinei e comentei neste blog. Usei outras vias, mas no sentido lato quis dizer exatamente isso: “O ‘protofascismo’ é uma versão pós-moderna do fascismo, ganha adeptos porque sabe como despertar potencialidades do indivíduo ou do grupo até então negligenciadas. Para tal, usa recursos diversos: discurso agressivo e falacioso, gestos teatrais, abraços e beijos inautênticos, o gesto de tomar uma criança ao colo para ser fotografado, etc.” E mais: “O discurso protofascista geralmente seduz os incautos e os náufragos de alguma ideologia messisiânica”. Engraçado que foi do nada que acordei hoje com a idéia besta de que o Governo Geninho é protofascista. Cada uma.
Um episódio acontecido na noite de ontem na avenida, durante o desfile das escolas de samba passou despercebido de quase todo mundo, mas como aconteceu exatamente em frente ao local onde estávamos, tive o ‘privilégio’ de presenciar. A primiera escola de samba a desfilar, a Sempre Arrasando, do Jardim São José, trazia à frente do seu carro abre-alas, na verdade um trator puxando uma carreta, uma faixa com os seguintes dizeres: “Apoio, Guegué”. Uma forma que a escola encontrou para agradecer de público a colaboração da vereadora na confecção de alguns adereços da agremiação. Tão logo viu a escrita, o presidente da Comissão Organizadora da festa, Wadão Marques, obrigou a diretora da escola a arrancá-la, se não “seria desclassificada”. Sob protesto, a diretora concordou e, nos vendo por perto, veio narrar o fato que já tínhamos presenciado. É claro que esta decisão do presidente foi meramente política, porque não faria diferença nenhuma a tal faixa, nem traria “lucros” eleitorais para a vereadora frente todo aquele público, porque o pleito municipal ainda vai longe.
Fato é que o regulamento das escolas não trata desta questão, nem proibindo, nem autorizando, e não estamos em ano eleitoral municipal. Portanto, foi puro excesso de zelo do presidente da comissão carnavalesca, que ia ficar em maus lençóis se por ventura uma outra escola viesse também estampando algum agradecimento ou homenagem a vereador da bancada do prefeito, ou mesmo ao próprio. Então, para evitar ‘saia justa’ no ano que vem, coloquem alí, em algum artigo do regulamento, que as manifestações de caráter político-partidário ficam proibidas e tiram pontos das escolas. Embora, que eu saiba, em nenhum lugar se proíbe este tipo de manifestação, de resto salvaguardada pela nossa Carta Magna – é livre o direito à manifestação de idéias e pensamentos (Art. 5º, IV e LV). E agradecer por um serviço prestado, então, deveria ser permitido. Em suma, de maneira nenhuma e por nenhuma razão podia ter feito o que fez o presidente. Ele cerceou o direito individual da escola. Prefiro acreditar que tenha sido por excesso de zelo de Wadão Marques. Para não ter que classificar a atitude como protofascista.
A assessoria de imprensa do prefeito Geninho, está dando ênfase ao público presente nas noites de carnaval no ‘cercadão’ ou ‘brete’, como preferem alguns, naturalmente inflando os números. A barbaridade começou naquele blog maluco, que disse ter estado ali, na noite de sábado, seis mil pessoas. E aumentou em tamanho na tarde de hoje, quando e-mail direto da prefeitura fala em 12 mil pessoas somente na noite de terça-feira, por conta do show do Jeito Moleque. No total, diz a informação oficial, 30 mil pessoas viram o carnaval de Olímpia este ano. Quanto a este último número, nem somando as duas noites de desfiles, mais o público presente nos shows se chega a tanto. Se no sábado tivemos seis mil pessoas no ‘cercadão’, então tivemos algo correspondente a uma cidade de Altair, somada a Embauda, mais Borá, com seus poucos mais de 700 habitantes, o menor município do Brasil. O amigo raciocine e tente imaginar se cabem todas estas pessoas naquele espaço. E o que dirá, então, de 12 mil pessoas ontem à noite? Teríamos alí, toda a população de Guaraci, incluindo crianças e bebezinhos, mais a população de Embaúba, da mesma forma incluindo crianças e bebezinhos. A menos que a organização da festa tenha um mecanismo de apurar público oficialmente, e que não se chame ‘chutômetro’, ou que alguém tenha ficado na ‘porteirinha’ contando cada um que entrava, o mais razoável é jogar estes números para menos, bem menos da metade do anunciado, e ainda assim contando com o público dos desfiles. O resto é protofascismo.
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