Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: janeiro 2009 (Página 1 de 3)

O método da desconstrução: risco calculado ou medidas passionais?

Neide Gomes (Comissão Paulista de Folclore) e Toninho Macedo (Abaçai Cultura e Arte), principais mentores do Fefol-raiz

Neide Gomes (Comissão Paulista de Folclore) e Toninho Macedo (Abaçai Cultura e Arte), principais mentores do Fefol-raiz

Bom, amigos, fecham-se as cortinas dos primeiros 30 dias da administração Geninho Zuliani. Um balanço? Fisicamente, impossível. Empiricamente, talvez, já que até agora a cidade e seu povo viram e ouviram apenas um rol de boas vontades e intenções – ainda.

E boa vontade e intenções há muitas, sem sombra de dúvidas. E não há que se criticar tal coisa, uma vez que é começo de Governo, só 30 dias se passaram e tudo ainda está em fase de formatação. Mas, a inquietação, a expectativa exarcerbada, a ânsia por realizações quem impingiu aos corações e mentes olimpienses foi o próprio prefeito.

Afinal, foi ele quem anunciou aos quatro ventos mudanças radicais em setores críticos, estratégicos e sensíveis. Partindo daí, é licita a cobrança ou a impaciência de tantos quantos esperam mudanças, afinal, 30 dias já se foram, restam apenas outros 60 – dos 90 prometidos, nos quais “muitas coisas aconteceriam”.

Continuo convicto de que o prefeito Geninho mantém-se, ainda, fiel ao estilo factóide, bombástico, propagandista, atitudes até ‘naturais’ em políticos inatos como ele. Mas, seu estilo agora parece buscar um aprofundamento. Ou, pelo menos, uma maior amplitude, a mexer não só com o imaginário popular mas, também, a atiçar o senso comum.

Neste âmbito entraria o conceito do refazer a imagem, do método da descontrução como forma oblíqua de se fazer presente. Desconstroi-se o que já está formatado, reformula-se tudo, vende-se como produto novo, inovado, melhor acabado.

Não vai aqui nenhuma crítica velada ao Executivo – antes que as “milicias” arrepiem – mas apenas uma constatação e inquietação manifestas. Do direito democrático, aliás.

Mas, reparem os amigos que as pretensões cresceram, se agigantaram, e projetos correntes, incorporados ao dia-a-dia da cidade e seus munícipes, e outros mais ou menos correntes, estão sendo desconstruídos, para dar lugar a outros, no mesmo universo, porém com novas (e desafiadoras) formatações.

Se não, vejamos: o ‘resgate’ do Festival do Folclore – a volta ao começo, praticamente ao seu ‘berço’, melhor dizer nascedouro; o carnaval, mudando de lugar e de formato, cheio de pretensas inovações – embora só não tenha mudado num aspecto: o da falta de grana; e, mais crucial ainda, a estação de tratamento de esgoto, talvez o mais polêmico projeto já surgido em Olímpia nos úlltimos 30, 40 anos.

No primeiro exemplo, trata-se de desconstruir uma estrutura gigantesca erigida ao longo dos útimos anos – independentemente se certa ou errada -, para trazê-lo ao espaço menor (fisicamente falando) da autenticidade, das coisas mais naturais.

Isso implica em um novo olhar sobre o evento, em se adotar uma nova maneira de fazer a festa. Coragem, como já disse em post anterior, arrojo e determinação serão poucos para, ainda assim, obter o sucesso pelo que há de assência, num país onde cultura de raiz “é coisa pobre, de pobre e de preto”.

O segundo exemplo: carnaval, este vira-latas dos eventos locais. Nunca tem seu lugar garantido, seu dinheiro disponível, sua estrutura perenizada. Cada Governo, cada ano se diferencia, se modifica, porém nunca numa escala ascendente.

E, mais uma vez, lá vai ele, agora de volta à avenida, com propostas audaciosas, embora de pouca envergadura, já que começa do zero na tentativa de se fazer importante, mobilizador, despertar interesse, ser atrativo a crianças, jovens, adultos e anciãos. Somos reba diante de cidades menores, carnavalescamente falando. Neste caso, sejamos justos, o desconstrutivismo se faz presente como proposta de futuro.

E, por fim, o último exemplo. O esgoto. A estação de tratamento de. Tudo o que foi feito até agora, de nada valeu. Os recursos empregados, os estudos, os projetos, o aval dos organismos do Estado e da União, nada disso vale mais. Nem, tampouco, o tempo urgente para se resolver tão premente problema.

Uma nova área será escolhida, novos recursos terão que ser empregados, novos estudos serem feitos, projetos outros elaborados e mais correria na busca pelo aval do Estado e União. O começo do zero, do nada, a desconstrução primeiro, para se construir depois.

Para fechar este comentário, repito o título acima: tal método está respaldado por soluções seguras e garantidas? Será essa ideologia da desconstrução um risco calculado, ou meros atos passionais, no melhor estilo factóide da vez?

É preciso cobrar isso, porque depois as consequências serão graves e irreversíveis. E advirá um terreno fértil para germinar e proliferar velozmente o desalento.

O Forum continua sendo…

Olhaí, amigos, as coisas estão acontecendo no Forum Social Mundial em Belém do Pará. Nosso “correspondente” manda avisar mais algumas coisas. Leiam abaixo.

Diário do FSM 2009 7o. dia

Ontem chegou em Belém o “Nosso Guia” e seu séquito de 12 ministros! segurança mais do que redobrada. Participei de vários debates: Soberania Alimentar (com Marina Silva e outras “autoridades”), formação de quadros de militância social (com Frei Betto, ñ gosto dele!!!) e Economia Popular Solidária, todas as discussões muito intensas e profundas. Estou me municiando de mais informações, são temas muito pertinentes e o que percebo é que o FSM tem sido um espaço dialógico onde todas as contracorrentes podem se conectar, todos compromissados com o mesmo ideal: ser o contraponto ao modelo imposto! Infelizmente este espaço tem sido pequeno para a grandeza que se tem sido necessária! Amanhã será melhor! grande abraço…

Forum já está no sexto dia

Leiam aqui o relato do nosso Zéblog, no sexto dia do Forum Social Mundial, direto de Belém do Pará.

Diário do FSM 2009 6o. dia

Ontem começaram as atividades do FSM, imagine muitas atividades… são muito mais!!! Vi uma atividade com os povos das florestas (que neste ano estão tendo mais espaço) e à tarde fui participar de uma Oficina de Arteeducação. Discutimos a importância da metodologia freiriana nestes tempos de “crisis” e o quanto é importante e vital a contribuição dos Educadores neste processo. Dia 01 faremos uma assembleia geral para definirmos uma plataforma de ação que será encaminhada para a Coordenação Geral do FSM. (em 2010 acontecerá aqui o IDEA, que é o encontro internacional de Arteeducação). Muita bagunça e desorganização no trânsito (um caos!!!). À noite rolou um show do Seu Jorge (putz, uma multidão…). mas, enfim…Amanhã será melhor! grande abraço…

Vêm aí mudanças arrojadas para o nosso Fefol?


Os grupos autênticos serão agora ‘nobres’,
terão voz e vez nesta ‘volta ao começo’?

Amigos, no programa de hoje na Rádio Menina, conversamos com a coordenadora do Festival do Folclore de Olímpia, Cidinha Manzoli, que trouxe informações detalhadas sobre a pretensão do Governo Municipal em imprimir ao nosso Fefol uma mudança estrutural e de execução extremamente arrojada.

Mudança que demandará muita coragem, já que a pretensão é a de transformar completamente a maneira de se ver e de se fazer a festa maior da cidade, a partir de agora.

Arrojo e coragem – substantivos que podem até ser encontrados inseridos no significado um do outro -têm também sentidos diferentes, complementares, um acrescentando ao outro tudo aquilo de que o grupo de trabalho formado com esta missão terá que lançar mão.

Por exemplo, a coragem de enfrentar uma situação de mudança, primeiro no aspecto de que a festa se lançava aos braços do mercantilismo, sob o risco iminente de se tornar um evento plasticamente comercial, por extensão “vendável” – expressão depreciativa usada em festa passada por profissionais do “marketing” contratados à época.

Num segundo aspecto, a transformação do Fefol em evento “puro”, diria até “radical” no âmbito das manifestações, com ênfase aos grupos autênticos – aliás, pretende-se fincar de vez a bandeira da autenticidade, da verdadeira razão da existência desta festa, criada há 45 anos pelo folclorista, professor e pesquisador das raízes brasileiras, José Sant´anna, que nos deixou faz dez anos.

Esta mjudança passaria até mesmo pela reestruturação do recinto para os dias da festa, mudando e até erradicando, muitas das coisas que foram implantadas ao longo dos últimos anos, na busca pela amplitude do alcance da festa, que para tanto já estava ficando um tanto “mole” nos seus mais diversos aspectos, e excessivamente condescendente no que diz respeito aos elementos de dança, vestimentas, musicas e fé professados ali.

Tais mudanças, é sabido, tinham por finalidade facilitar, segundo a visão de quem assim entendia, a busca e obtenção de recursos junto a órgãos públicos e empresas privadas. Por isso a “malemolência” dos últimos tempos, o quase abandono das raízes e razões do Fefol, a mesclagem generalizada, com ênfase no belo, no brilho, no sorriso farto da morena bonita, em síntese, no parafolclórico.

As manifestações folclóricas, ficavam, então, relegadas a segundo plano, tornando a festa que era feita para eles, e até um certo tempo feita por eles, num evento onde a impressão que ficava é a de que estavam ali como um favor – já que seriam, na visão dos que assim agiam, algo pouco relevante no contexto do que se pretendia para a cidade.

Muito bem. Sai o Sebrae, entra o Abaçai. E o que advirá daí? Os planos, os projetos e idéias são alentadores e fartos. Para quem sempre buscou a “pureza” das manifestações, um verdadeiro bálsamo a aplacar todas as dores. As sementes estão sendo lançadas no fértil terreno em que se transformou a organização do próximo – o 45º – Fefol.

Espera-se que as chuvas e tempestades que vierem neste primeiro momento não sejam portadoras de desalentos, pelo contrário, sirvam de ‘adubo’ para que tudo floresça ainda com mais força, mais viço, e a colheita seja farta. Porque chuvas e tempestades, entremeadas por fortes trovões hão de vir, com certeza.

Assim devem estar os que provocarão tais intempéries, preparados e armados da coragem e arrojo necessários para não se deixarem arrastar pela enchente do retrocesso, às primeiras dificuldades.

E que a Abaçai, os demais segmentos formadores deste novo universo e tudo o que eles passam a representar doravante, se perpetuem, perenizem, tal qual o nosso folclore brasileiro. Mais ainda, tal qual nossos festivais do Folclore.

Mais um pouco sobre o Forum

Amigos, dei uma “copidescada” básica no blog do ex-ministro Zé Dirceu, do PT, num breve texto onde ele ressalta a questão econômica contida no Fórum Social Mundial (onde temos nosso Zéblog), que acontece em Belém-PA.

O FSM, como muitos devem saber, ocorre sempre em contraposição ao Fórum Econômico Mundial (reparem que ambos acontecem sempre no mesmo período), que está se desenrolando em Davos, na Suiça. Mas, enquanto lá eles discutem a economia do mundo, enquanto lá se concentram os grandes líderes, os muito ricos mundialmente, por aqui, no FSM, ficam seus opostos.

Lá a economia, o frio metal é a pauta dominante. Aqui, são as consequências do modelo econômico vigente que ditam a pauta dos trabalhos. Aqui estão os “pobres”, os preocupados com o meio-ambiente, com as mazelas sociais, com as diferenças e quetais. No fim, relatórios são elaborados e cada um, como manda suas razões, seguem seus caminhos.

Mas, leiam abaixo o texto do amigo Zé Dirceu, com base em posições do empresário e responsável pelo evento, Oded Grajew.


Há anos FSM alerta para modelo econômico em crise

Bem lembrada, e muito procedente essa observação do empresário Oded Grajew, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial (FSM) e presidente do Instituto Ethos, de que as edições anteriores do evento já alertavam para os problemas do modelo econômico que levaram à atual crise financeira internacional.

Nossos aplausos, portanto, a essas considerações do empresário. Em Belém, na cidade sede do FSM 2009, em entrevista coletiva – coberta, conforme leio, pela Agência Brasil – Grajew também rebateu as críticas de que o evento é espaço apenas de reclamação, e não de propostas e soluções.

Apesar das alternativas apresentadas, explicou o empresário, elas não tiveram repercussão entre responsáveis por políticas públicas, nem entre os investidores mundiais. Outra crítica bastante contundente de Grajew é quanto à falta de visibilidade e a cobertura da mídia, que busca “folclorizar” o FSM.

O empresário ainda botou o dedo em outra ferida ao comentar que os recursos, agora repassados para socorrer empresas e bancos em crise, seriam “mais que suficientes” para o combate à fome e à pobreza.

“Diziam que os recursos eram limitados. Agora na crise, de repente, apareceram trilhões de dólares para socorrer montadoras, bancos e empresas falidas e que poderiam ter sido usados para combater a pobreza, melhorar saúde e a educação”, criticou Grajew.

MAIS NOTICIAS DO FORUM

Diário do FSM 2009 5º dia…

Nosso “correspondente” no Forum Social Mundial, em Belém do Pará, manda avisar que por lá está tudo acontecendo, como era de se esperar. Leia, abaixo, as impressões deste quinto dia de estadia.

Ontem participei da marcha de abertura do FSM, imagina 70 mil pessoas, caminhando juntas 7kmpelas ruas centrais de Belém. Foi demais!!! muitas palavras de ordem, os alvos são os mesmos de sempre, com poucas variações: Capitalismo, Preconceitos (de gênero, religião, raça, etnia, etc…), Transnacionais, Israel, etc. Ao meu ver só 2 questões: quem organizou não deve ser daqui, pois marcaram a marcha para a hora da chuva e a quantidade de lixo que ficava para trás…(mas este não é o Forum Ecológico???) De resto, tudo muito maravilhoso…hj começam as atividades. Amanhã será melhor!grande abraço…

O FEFOL VAI ‘RENASCER’ EM OLÍMPIA?


Imagens da noite de ontem na Matriz de
N.S. Aparecida e Câmara Municipal

Amigos, não se assustem com o título acima. Antes, por “renascimento”, do Latim renascere, por renasci, peguem do verbo intransitivo da nossa flor do láscio, inculta e bela, apenas o seu significado mais “radical”, ou seja, “tornar a nascer”, ou, ainda, “ressurgir”, que são bastantes, e esqueçam os demais.

Assim terão o entendimento suficiente para degustarem o título acima, com sua, digamos, metáfora – conforme classificou Toninho Macedo (na foto última, à direita, ao lado de Rosiane Nunes, na Câmara, ontem à noite) -, e também a curiosidade aguçada sobre seu real significado no contexto do Festival do Folclore olimpiense.

É que há um projeto de se “resgatar” a tradição do Fefol olimpiense, na busca, talvez, do crescimento cultural do evento, ao invés do crescimento comercial tão somente – com todas as suas implicações. Trata-se de trazer de volta às suas raízes, o legado do mestre José Sant´anna.

Para isso estão sendo adotadas medidas, para isso estão sendo agregadas aos tradicionais executores de nossa festa maior, pessoas outras que também lidam com o resgate e a preservação das mais puras raízes brasileiras, manifestadas em artesanato, fé, canto, vestimenta e danças.

Talvez o termo “resgatar”, no seu sentido mais amplo seja adequado para definir o trabalho a que se propõe este grupo, mas no caso de Olímpia, ele cabe, isso é sabido, apenas em sentido restrito, qual seja, aquele que o define como remição, o que já não é pouco.

Mas, enfim, o foco deste post é dizer que alguma coisa nova está para acontecer neste 45º Festival do Folclore, em agosto – e eis um derivativo que no âmbito da questão é delicado. Portanto, entendam o “coisa nova” como algo diferente do que já existe, e não como algo “remoçado”, “rejuvenescido”, que são outros dois sentidos para “renascer”, e que não cabem, absolutamente, no âmago do tema.

Enfim, vamos torcer para que isso não seja mero “fogo de palha”, para usarmos uma expressão popular – folclórica? A julgar pela movimentação havia da noite de terça-feira, 27, na Igreja e na Câmara, com a Missa pela intenção da alma de Sant´anna, que nos deixou há exatos dez anos – ecumênica, lindíssima, carregada de significados, como ele sempre gostou.

E, depois, com a implantação na cidade de um Núcleo de Ação Cultural, entidade que tem muito a ver com a preservação de nossas raízes, é esperar para ver se tudo realmente vai sair do papel, se tudo será efetivado na prática porque, sendo assim, não há dúvidas de que o Fefol de Olímpia vai, de fato, “renascer”, independentemente do sentido que se queira dar à metáfora.

NOVAS NOTICIAS DO FÓRUM

Conforme o combinado, vejam abaixo mais um “toque” do nosso homem no Fórum Social Mundial, passando para nosotros aqui em Olímpia, suas impressões do encontro. O relato é do quarto dia em Belém do Pará, mas do primeiro oficial, já que a coisa começa a acontecer hoje, com o “start” dado às duas da tarde.

Diário do FSM 2009
4o. dia, Pô ontem foi Segunda Feira!!!
Fui conhecer os “campi” onde acontecerão as diversasmuitasenormeseimensas atividades do Fórum,
o mais complicado é escolher do que participar, confesso que depois de 2 meses escolhendo, consegui filtrar umas 12 atividades. Como tenho de fazer o “repasse” quando voltar para a minha realidade, optei por participar de atividades que tenham conexão com a realidade do meu trabalho.
Economia Popular Solidária, Agrossocialismo, Arteeducação e Educação Popular. (ufa….)
Hj a tarde acontecerá a abertura oficial com uma grande caminhada (grande mesmo, 7km) pelas ruas centrais de Belém.
Fiquem atentos pois vai “rolar” o julgamento do Estado Brasileiro, que está sendo acusado, dentre outras coisas, de violação dos direitos da Criança e do Adolescente (será dia 29/01). Amanhã será melhor! grande abraço…”

ENQUANTO ISSO, EM BELÉM, O FSM

Começa hoje na capital paraense a nona edição do Fórum Social Mundial, com a presença estimada de 60 mil pessoas de todo o País, além de 30 mil estrangeiros. Durante os cinco dias do evento, estão previstas 2,4 mil atividades, incluindo debates sobre temas como meio ambiente, aquecimento global, crise econômica, miséria e exclusão nos países pobres, além da devastação da Amazônia.

Uma marcha pelas ruas e avenidas marcará a abertura do fórum, hoje. Começa às 14 horas e percorrerá cinco quilômetros, do cais do porto, no centro da cidade, até a Praça do Operário, no bairro de São Braz.

Os índios terão posição de destaque nessa marcha. Ao todo, cerca de 2 mil indígenas do Brasil e de outros países da região amazônica deverão participar do evento e, na Tenda dos Povos Indígenas, na Universidade Federal do Pará, discutirão temas como a demarcação de terras, projetos econômicos que afetam as suas comunidades e preservação ambiental.

Dentre as atividades previstas para amanhã está a discussão de propostas para elaborar um plano global de metas para a região amazônica. A iniciativa é do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (RJ).

Gays, lésbicas e transformistas também discutirão propostas para combater o preconceito e a violência. Um casamento comunitário entre gays e lésbicas está previsto na pauta. Naturalistas da Europa e da América Latina aproveitarão o evento para realizar uma caminhada nudista pela cidade.

Ou seja, como se diz na giria moderna, o FSM vai “causar” em Belém do Pará, com tanta diversidade de temas e acontecimentos. Fiquem atentos porque temos gente lá – nosso Zéblog – para nos passar os bastidores e as impressões de cada momento do evento, importantíssimo para o país e parte do mundo.

O QUE FOI QUE EU DISSE SOBRE O BBB9?

Amigos, segue abaixo a confirmação do que disse aqui na semana passada, sobre o sucesso do programa mais canhestro da televisão brasileira, o Big Brother Brasil, no caso a nona edição, da Rede Globo. Manifestei a minha indignação com o chamado “espirito do BBB”, como definiu – o já cansado do formato – Pedro Bial, para justificar a eliminação da garota-com-princípios-morais e éticos, Michelle, e a manutenção na casa da vadia-bombada-que-só-quer-‘causar’-e-posar-nua-depois, Priscila.

Na ocasião, eu disse também que os BBBs existem, e existiram até aqui, porque há quem pague por eles, há quem os assista, e há quem escreva sobre eles, replicando o interesse comum. Aí embaixo, vocês podem ter a confirmação, no texto extraído da coluna Ooops, do Ricardo Feltrin, postada no UOL.

“Uma breve comparação de médias de audiência de todos as edições do “BBB” mostra que a atual, a nona que a Globo lança do formato criado pela holandesa Endemol, registra os menores índices de audiência desde seu surgimento no Brasil, em 2001.

Tanto na comparação das três primeiras semanas, como na média geral, o “BBB 9” exibe um viés de baixa na audiência, que se intensifica desde 2004. Nas últimas cinco edições, a média comparada caiu de 47,5 pontos para 32 –uma redução de 33% no número de telespectadores.

Apesar disso, o programa está longe de ser considerado um fracasso. Enquanto está no ar, o “BBB 9” continua líder isolado, com quase o dobro da audiência da segunda colocada, a Record.

Do ponto de vista comercial, o “BBB”(clique aqui para acompanhar a cobertura do UOL) é provavelmente o produto mais rentável e lucrativo da Globo, com uma receita estimada este ano em R$ 110 milhões. Uma novela das 21h não fatura tanto. O “BBB” supera inclusive o “Domingão do Faustão”.

Somente em cotas de patrocínio completo, segundo a coluna “Outro Canal” informou, o “BBB 9″ arrecadou cerca de R$ 60 milhões. Outros R$ 50 milhões entrarão nos cofres da emissora até o final de abril, via merchandising, anúncios, anúncios extras, espaços vendidos na casam, assinaturas de pacotes na TV paga etc.”

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