O prefeito, o vice e vereadores eleitos: Um novo tempo?
Amigos, aproxima-se o dia da posse e da nova vertente política olimpiense assumir o Poder Executivo. Tudo é expectativa. Tudo é uma esperança de tratar-se de um Governo que, realmente, venha para melhor. Até agora o que se tem são promessas e nomes.
Promessas de se por abaixo as velhas práticas políticas, os velhos cacoetes, o mandonismo, as perseguições, enfim, promessas de um governo “de coração aberto”. Mas, não se pode esconder que o futuro prefeito, Geninho Zuliani (DEM), chega envolto em uma névoa de dúvidas e incertezas.
O que é natural, visto que experiência executiva ele a tem de forma superficial e rápida, adquirida ao longo dos dois anos que foi presidente da Câmara (2005/06). E é exatamente por não ter deixado uma boa imagem desta sua passagem pela chefia do Legislativo é que esta névoa se forma em torno dele.
Queremos crer que por causa das dimensões maiores, por a máquina a gerir ser mais complexa e abrangente, é que as expectativas se manifestem das mais variáveis formas possíveis, nas rodas de “tricoteiros” dos cafés da cidade. Como se comportará Zuliani, ao se confrontar com esta realidade?
E não basta dizer que as nomeações feitas e chamadas por ele de “técnicas” para o primeiro escalão irão garantir o que quer que seja, por si mesmas. O gestor será ele. E muito mais solucionarão problemas prementes estes “técnicos”, quanto menos ingerências políticas sofrerem.
Portanto, quem vai dar o perfil a seu “staff” é o próprio Zuliani, na medida em que lhes der a necessária liberdade para atuarem como os “técnicos” que o futuro prefeito os caracterizou. O perigo é a irresistível, para Zuliani, vontade da priorização do político em detrimento do técnico.
Sabedores que somos de que o exercício da política – para o bem ou para o mal – é a sua característica, a sua natureza, recomendável é que sempre fiquemos com um pé atrás. Quanto aos nomes por ele escolhidos, todos manifestaram boas intenções e desejosos de realizar bons projetos.
Alguns geram certa inquietação, como o vice-prefeito Gustavo Pimenta, por exemplo, assumindo a pasta da Assistência e Desenvolvimento Social. E não vamos aqui apelar para o surrado “não estamos colocando em dúvida sua competência” e coisa e tal, até porque reside exatamente aí a inquietação. Será ele capaz de gerir tão estratégica e sensível pasta?
Há informações não confirmadas de que Pimenta iria manter-se naquele cargo durante os primeiros meses do novo Governo, eis que ele teria ali uma “missão especial”. “Missão” esta que lhe teria sido dada exatamente por ser versado em leis, ser versado em Direito. Mas não foi possível confirmar a exatidão desta informação.
Portanto, é aguardar para se saber o que será daquela pasta em futuro próximo. Eliana Bertoncelo Monteiro para a Educação, nos parece um boa escolha, até porque ela é da área, é benquista no meio do professorado, é experiente na sua área. Como se diz, “está em casa” e tem tudo para dar certo.
Silvia Forti Storti, pedagoga, saudada como a “técnica” que Zuliani procurava para a área da Saúde – outra tão estratégica e sensível quanto. Um universo grande de problemas em busca de soluções aguarda a nova titular da pasta. Projeto a serem implantados e a manutenção da atual infra-estrutura são dois deles.
De Gilberto Tonelli Cunha a única ressalva – e confesso que é cisma minha – é o acúmulo do Daemo com Obras, pasta da qual ele ainda é o titular e na qual ficará por convite do prefeito eleito. E, neste caso, pode-se atestar a competência para a função. Quanto ao Daemo, parece também ser uma situação temporária, o que, na opinião de pessoas experientes, seria o mais razoável.
Amaury Hernandes, vem de São José do Rio Preto, onde foi secretário municipal de Trânsito. Acumulará o Planejamento e a Prodem. Outra cisma minha. Nos dois casos. Porque no Planejamento ele deverá exercer a função de “ponte” entre o Executivo e o secretariado, podendo se pautar por uma atuação mais política que técnica.
Ao contrário do contexto atual do Planejamento, onde sua principal função foi ordenar números e contas, arrecadação e despesa etc. Função eminentemente técnica, da qual não se poderia fugir. Quanto à Prodem, valeria implantar ali uma gestão mais específica, pois a empresa vem de uma situação falimentar, foi recuperada e hoje dá lucro. Não pode ser tratada mais como um apêndice do Executivo, ou “cabide de empregos” para ajeitar os amigos e correligionários.
Assessoria Jurídica e Chefia de Gabinete atendem mais aos desejos políticos do prefeito que outra coisa qualquer. O chefe de Gabinete, no caso Jayr Alencar, é mero executor das decisões do prefeito e, em alguns casos e momentos, seu confidente e “aconselhador”.
O jurídico atende determinações sobre esta ou aquela situação, orienta o seu chefe sobre legalidade, ilegalidade, constituicionalidade ou não disto ou daquilo e, neste caso, também será um dos “aconselhadores” de Zuliani.
Edilson César De Nadai é judicialista. Ou seja, adora resolver qualquer pendenga judicialmente. Na Câmara foi assim, na campanha eleitoral idem, portanto deve levar este seu conceito de assessoria juridica para o Executivo também. Pena.
Desconhecido nas rodas políticas é o futuro secretário de Administração e Finanças, Cleber Cisoto. Cargo de extrema importância no Executivo, porque dele derivam muitas outras coisas, inclusive o bem-estar coletivo gerado com a manutenção das contas em dia, do pagamento em dia – no caso dos funcionários, até adiantado.
Depois, temos a diretoria de Departamento de Esporte e Lazer, a cargo do professor de Educação Física Luis Sérgio Bailão, que terá que mostrar a que veio, sem dúvida, e o cargo de Coordenadoria dos Festivais do Folclore que, na verdade, não existe no quadro de comissionados da prefeitura.
Esta função, delegada à professora Maria Aparecida de Araújo Manzolli, pode até receber esta nomenclatura no âmbito da própria festa, mas para efeito de nomeação seria diretor de Departamento de Cultura? De qualquer forma, Manzoli chega causando polêmica e defecções.
Deverá ser a primeira decisão dura a ser tomada pelo futuro prefeito. Principalmente quando o vereador Beto Puttini chegar à Secretaria de Turismo, Esporte, Lazer e Cultura, que assumirá em cinco ou seis meses, conforme ele mesmo já antecipou.
Em tempo: a equipe zulinista deverá contar com mais um “estrangeiro” em suas bases, com a já certa vinda para Olímpia de um atual assessor do prefeito Itamar Borges, de Santa Fé do Sul, de nome Alessandro (o sobrenome ainda não circulou). Consta ser contador e “braço-direito” do Executivo santafeense. Deve assumir dia 5.
Além disso, parece haver também outro “estrangeiro” na cidade, assessorando à distância, que teria sido consultor no CEPAM e assessor da campanha zulianista. Já reside em Olímpia e ainda não se sabe exatamente qual será seu papel no Executivo.
Portanto, é com esse formato que o futuro prefeito Geninho Zuliani chegará ao Palácio da 9 de Julho no dia 2 de janeiro. Este é o formato primeiro de seu governo. Lembrando que o prefeito Carneiro, ao longo de oito anos, só trocou de secretários duas vezes, e na mesma pasta, a Educação.
Os demais de primeiro escalão chegaram com ele à prefeitura e deixam agora o prédio junto com ele. Não houve troca-troca de nomes, o que significa terem sido nomes bem escolhidos – salvo alguns percalços. Mas houve compatibilidades, presume-se. E esta é a a chave para qualquer Governo Municipal. Oxalá não seja diferente com este que chega agora.