Amigos, ouço via emissoras de rádio, na manhã e tarde desta sexta-feira, 21, que o prefeito eleito de Olímpia, Geninho Zuliani, pretende contar, em sua gestão, com uma espécie de “alinhamento” da midia local em geral, sob pena de, aquele órgão que não se sujeitar, ser, digamos, “excomungado” (exagero, claro! Lembrando que o termo não foi usado por ele, é uma livre interpretação, afinal, blog é isso, livre pensar).
Deixando o exagero de lado, Geninho deu a entender que quer a imprensa do seu lado, de forma incondicional, e deixa isso claro quando afirma que aquele que não quiser se compor, também não vai ficar aí criticando, tratando-o a ferro e fogo, para daqui quatro anos “querer alguma coisa” (confesso que não entendi a colocação e deixo claro que reproduzo aqui informação de terceiro, porque esta parte eu não ouvi).
Há até informações extra-oficiais de que ele pretende acabar com a Imprensa Oficial do Município, aliás criada pelo seu gran-officer, ex-prefeito Rizatti, em 2000. Eliminando-a, ele poderia, teoricamente, distribuir, equitativamente, a publicidade e as publicações oficiais do Executivo, bem como ainda os veículos passariam a contar com o reforço do Legislativo neste quesito.
Assim, acena para os órgãos de imprensa locais com a possibilidade de engordar um pouco seus caixas – se bem que, dentro da lei, o dinheiro que poderá dispender não significará muita coisa para cada um dos veículos.
Mas, seria esta uma tática “abafa-mídia” muito usada em tempos outros por estas plagas. Talvez então, quando deixa antever que não dará o mesmo tratamento àquele veículo que não se alinhar, esteja querendo dizer exatamente isso: “Está fora do bolão!”.
Querer simplesmente uma imprensa alinhada com seu pensamento, sua forma de agir e seu governo, é tentar se colocar acima do bem e do mal, acima das criticas que ele mesmo diz serem tão necessárias. E já de antemão se precaver contra aqueles que “vão ficar criticando para tentar alguma coisa daqui quatro anos”, é buscar suplantar o direito que cada um tem de defender seu ponto de vista.
Ou ele nunca ouviu falar numa coisa chamada independência, liberdade de opinião, expressão e pensamento? Numa situação de mostrar a que veio estará o prefeito eleito. E na posição de apontar erros e omissões estará a imprensa não-alinhada.
Até porque, querer a imprensa toda alinhada em torno de si em nada o ajudará. Porque será bajulação em cima de bajulação. A crítica verdadeira, honesta e sem subterfúgios não lhe será feita nunca. Então vai achar-se no melhor dos mundos, no paraíso político-administrativo.
Por isso, devia, isto sim, propor que cada veículo se portasse como imprensa livre, com livre acesso a seu Gabinete e aos seus auxiliares, de qualquer escalão, para a elucidação de qualquer dúvida, esclarecimento de qualquer questionamento. Isso é muito mais saudável!
Imprensa de bajulação não leva ninguém a lugar nenhum. E ele mesmo sabe disso, porque é useiro e vezeiro de esquemas midiáticos com finalidades político-eleitorais. E isso não é segredo para ninguém.
Entendo que ele fazendo uma administração que a todo momento é questionada, e a todo momento cada questionamento é explicado, esmiuçado convincentemente, seu Governo terá muito mais saúde política.
Por isso, estará começando mal, muito mal o futuro prefeito, se já sinaliza que terá seus preferidos e seus preteridos no seio da imprensa local. Porque os preferidos, muito pouco poderão fazer, a não ser se portarem como caudatários de suas convicções e vontades, enquanto o preterido, por avaliar o seu Governo de longe, filtrando o que se diz e o que se faz, pode acabar por trazer para si a parcela da opinião pública que, simpática ou não ao governante, prefira ver seu desempenho à luz de realidade, pelas lentes da verdade, nada mais que isso.
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