Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVII

Tag: Fernando Cunha (Página 13 de 14)

DE NOVO, A SANTA CASA NO ‘OLHO DO FURACÃO’ POLÍTICO?

Não temos procuração para falar em nome da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, nem queremos fazer as vezes de “advogado do diabo”. Mas é o inconformismo que nos leva a elaborar este texto assim, quase no final do dia.

A irritação com a desfaçatez do governo municipal de turno é o segundo motivo. Se não, vejamos o título que deram a texto distribuído pela assessoria do prefeito Cunha (PR) à imprensa na tarde de hoje: “Prefeitura tenta ajudar Santa Casa e provedor recusa repasse com ameaça de suspensão de atendimentos e demissões”.

É muita capciosidade, para dizer o mínimo. Repetimos, nada temos a ver com a diretoria do hospital, nem relações muito próximas, eis que problemas já tivemos de sobra com ela, jornalisticamente falando.

Agora vejam também a má-fé do enunciado do texto:

“Moradores de Olímpia e região poderão ser prejudicados com a suspensão de atendimentos e demissões na Santa Casa de Misericórdia da cidade, nos próximos dias. Isso porque a provedoria do hospital alega falta de recursos, mas tem se negado a receber o valor do repasse mensal da Prefeitura da Estância Turística de Olímpia proposto para renovação do contrato.”

O governo municipal faz terrorismo junto ao cidadão, para justificar sua picuinha política frente à atual diretoria do hospital, talvez mais exatamente contra seu provedor, advogado Mário Francisco Montini.

Se o prefeito e seus asseclas têm diferenças políticas com a diretoria do hospital, que as resolva politicamente, mas no diálogo, de preferência aberto, para que toda a população saiba o que está acontecendo, ou o que pode acontecer com o seu patrimônio. Sim, porque não há como negar que a Santa Casa é patrimônio do povo que dela depende em seus momentos mais difíceis.

Com esta atitude de tentar jogar a população contra a diretoria do hospital, pratica-se o jogo do cinismo, desrespeita-se aqueles que direta ou indiretamente contribuem para que tenhamos serviços médicos condizentes com nossas necessidades.

O que não dá mais é para aturar esta mania que os políticos olimpienses têm, de usar o hospital como ferramenta de campanhas eleitorais, prometerem mundos e fundos, se comprometerem com isso e aquilo, e depois o que se vê é o hospital na mesma situação de sempre, ou seja, de mendigar uma “emendinha” aqui, outra ali, e nada se resolve de uma vez por todas.

Este que vos escreve confessa que alimentou certa esperança de que a coisa, desta vez, fosse diferente. Que, de fato, uma nova realidade fosse palpável. Que revoluções hospitalares estavam por vir. Mas, parece que repuseram na máquina a mesma película. E estamos, sinceramente, cansados de ver esse filme.

É inadmissível, também, por certo, usarem o governo passado como espelho. Olham para o retrovisor o tempo todo, estes governantes. Não devem, em hipótese alguma. Esqueçam de vez o que foi bem ou mal feito na vossa visão. Vocês prometeram ser diferentes, prometeram ao eleitor um “novo mundo possível”.

Cumpram!

E comecem pela Santa Casa. Mas comecem jogando o jogo aberto, claro, transparente. O que está se sucedendo lá? Tragam a público. Por que esta diretoria, ao que parece e aos vossos olhos, não serve? Estão atrapalhando vossos planos, vossos projetos de melhorias e reestruturação do hospital? Contem para todos nós.

Mas, por favor, poupem o cidadão já desesperançado com tantas mazelas vistas e vividas por este país afora, de suas idiossincrasias políticas, está na hora da política olimpiense amadurecer.

Um texto como esse nesta altura dos acontecimentos, quando o alcaide já caminha para o final dos seus 90 primeiros dias -a partir de quarta-feira começa a contagem regressiva dos 15 dias finais – é decepcionante. Esperava-se que viesse com uma proposta de solução para a Santa Casa, um projeto novo, que não o retrocesso do pronto-socorro, para corroborar com o discurso de campanha.

A certa altura, diz o enviesado redator: “O retorno do hospital, que chegou à secretaria de Saúde na tarde de quinta-feira (9), contrapropõe a oferta municipal, pedindo que a subvenção mensal da prefeitura deva ser de R$ 466 mil reais (sic), o que corresponde a cerca de R$ 5,6 milhões ao ano – quase 500% a mais do que foi aprovado pela gestão passada para este ano como subvenção, adicional aos repasses do SUS.”

É claro que não se pode descartar, caso o contexto seja mesmo esse, uma certa provocação da diretoria face ao Governo municipal com tamanhos valores. Mas é preciso ressaltar que não deveria causar espanto ao grupo no poder, sabedores que a situação do hospital, para ser solucionada de vez, necessita disso e muito mais.

Claro está que em sã consciência, nenhum cofre de cidade do porte de Olímpia tem a dispor tantos reais para atender um setor específico. Mas usar isso como arma de embate provoca engulhos. Provoca engulhos também o malabarismo redatorial visando “endeusar” a administração neste aspecto, e “demonizar” o hospital.

E mais: não importam os desdobramentos das próximas horas. O estado de indignação deste blog vai permanecer, até que, de fato, algo mude para o bem. Até que, de fato, se parta para a prática.

Porque, sinceramente, não dá mais para suportar outra atitude n em relação à Santa Casa, que não seja, digamos, um “mutirão” de transformações, modernizações, readequações, enfim, um projeto definitivo, para acabar com essa lenga-lenga, esse chororô de todos os dias e, acima de tudo, tirar o hospital da reta político-eleitoral.

É muito ruim vendo gente se eleger a cada pleito e a Santa Casa ali, sempre do mesmo jeito, sempre sendo a ferramenta certeira para atacar o inimigo, angariar votos com isso e, depois, fazer a mesma coisa. Isso cansa.

Tirante outras aberrações textuais, essa é de doer: “(…) Cabe lembrar que a Santa Casa é de direito privado e de caráter filantrópico, realizando também atendimentos particulares e de convênios de saúde, cuja arrecadação deve ser administrada pela direção do hospital, sendo que a prefeitura não tem conhecimento e nem qualquer gerência nos gastos e na administração da instituição.”

Não sabiam disso durante a campanha? Parece que não.

E essa vai doer mais ainda: “Salientamos que a sustentação do hospital não é de responsabilidade apenas da prefeitura de Olímpia, como é o caso da UPA – Unidade de Pronto Atendimento. A provedoria também tem a função de captar recursos por outras fontes sem causar prejuízos às demais áreas da cidade. Seria um crime de responsabilidade com a gestão do orçamento do município”, ressaltou a secretária de saúde, Lucineia dos Santos.

Crime de responsabilidade, senhores, é lançar mão deste argumento absurdo, uma vez que, sendo a Santa Casa o único hospital de que o povo dispõe, passa a ser, sim, de responsabilidade da municipalidade, sua sustentação. Não quer o modelo de gestão atual, modifica-o, municipalize-o. Porque agora é tarde para sacar do “coldre” a arma da indiferença.

Ao final, queremos lembrar, mais uma vez, que não se está aqui defendendo a diretoria ou suas propostas, ou sua não aceitação, ou que a dinheirama corra solta por lá. Defendemos, e com gáudio, nosso hospital. Por ele que nos batemos. Historicamente, até.

Assim, rogamos: basta!

 

‘DEMISSÃO’ DE ODA NÃO EXISTIU, NEM ELE ERA ‘SÓCIO’ DE ORGANIZADORES

O blog apurou agora pela manhã, que a propalada demissão do chefe de Gabinete do prefeito Cunha (PSDB), Odair José De Nadai, o Oda, não ocorreu, sequer por iniciativa do alcaide, mas tratou-se de um pedido de exoneração feito pelo próprio funcionário, que estava encontrando problemas de agenda para cuidar de sua empresa que está em início de atividades, no Distrito Industrial, e as funções no executivo.

O blog apurou, também, que Oda nada teve a ver  com  a organização dos eventos de responsabilidade do município e, muito menos, com o evento do sábado passado, 4 de março, todos no Recinto do Folclore.

O que foi noticiado ontem aqui, portanto, perde sua eficácia no tocante ao nome de Odair José De Nadai que, de fato, não integra mais o staff da administração Cunha, mas por decisão própria, não por ação do Executivo, conforme conversas mantidas com este blog.

O ex-chefe de Gabinete de Cunha disse que apenas contribuiu como intermediário entre a secretaria de Cultura, Esportes e Lazer e os interessados em trabalhar na região dos festejos, e que no caso do evento particular, apenas direcionava os interessados a quem estava organizando.

“Eu atendia os que não conseguiam agenda com a secretária, procurava dar um encaminhamento às questões, só isso”, disse De Nadai em relação aos eventos do município. “O evento de sábado era particular, e os organizadores tinham seus interesses, e claro que iam cuidar deles. Entenderam que estacionamento fora do recinto seriam prejudiciais aos seus negócios. Mas essas foram questões deles, eu nada tive a ver com isso”.

Quanto ao seu cargo na prefeitura, Odair De Nadai disse que pediu exoneração pessoalmente ao prefeito, por não estar tendo compatibilidade entre a função e suas atividades particulares na empresa que está iniciando atividades no Distrito Industrial. “Estou muito tranquilo quanto a tudo isso”, disse.

Ou seja, foi tudo uma tremenda coincidência. E ao que consta, teve alguns “ruídos” políticos nesta movimentação toda, por causa de interesses políticos envolvidos, já que havia interessados na questão que teriam atuado como cabos eleitorais de vereador nas eleições passadas.

De parte do blog, informamos que durante dois dias mantivemos contatos com a assessoria da prefeitura, em busca da confirmação ou negativa do fato. Não obtivemos nem uma coisa, nem outra. Pedimos, por fim, um número de telefone que pudéssemos falar. Também não nos foi fornecido.

As ilações aqui publicadas, tiveram como base o “imbróglio” todo da sessão da Câmara de segunda-feira, onde o assunto estava “fervendo”, e sobraram acusações. Os bastidores davam como correta esta versão, que agora é desmentida e esclarecida pelo próprio envolvido, o ex-chefe de Gabinete.

CÂMARA, BRAÇO ESTENDIDO DO EXECUTIVO?

E a pedra de toque da sessão que deixou isso bem claro, para bom entendedor, foi o projeto de Lei (5.174) do vereador Flávio Olmos (DEM), que tratava sobre o uso de fogos de artifício silenciosos em eventos públicos do município.

Em suma, a intenção era proibir uso de rojões em inaugurações e festejos sob a responsabilidade da prefeitura e Câmara, como forma de proteger não só os animais deste infortúnio mas, também, crianças e idosos, conforme o vereador.

Olmos “apanhou” no que chega por causa desta propositura. A começar pelo parecer da Comissão de Justiça e Redação (nº 03/2017), dando-o por inconstitucional. A pressão foi enorme para cima do vereador, principalmente do colega José Elias de Moraes, o Zé das Pedras (PR), o mais feroz de todos.

Mas, por que afirmar que a Casa de Leis se comportou como braço estendido do alcaide em um caso tão banal? Porque Olmos, segundo informações que o blog apurou, tinha os seis votos necessários para o seu projeto. Tinha, inclusive, duas outras assinaturas apalavradas que, segundo consta, teriam se dissipado após breves telefonemas.

Os votos prometidos, da mesma forma, teriam se dissipado na correria do final da tarde de ontem. Somente dois vereadores, ao que consta, não votariam no projeto, mas teriam de antemão avisado Olmos. E cada um deu suas razões para tanto. Não cabe citar os nomes aqui.

Um terceiro, este Zé das Pedras, era contra por razões político-eleitorais (e citamos o nome pois ele teria sido o pivô de todo “imbróglio”). Era contra também porque se arvora em vereador defensor dos animais “antes que todo mundo ali”. O projeto em questão teria passado pelas mãos de todos. Sugestões daqui e dali, mudança radical no texto para, ao final, ser rechaçado.

Inicialmente, a intenção era proibir, de uma vez, a soltura de rojões também pelo cidadão, em qualquer evento, até mesmo na comemoração de um título, por exemplo. Nas idas e vindas acabou sendo reduzido ao que foi. E mesmo assim levou “pau”.

No final das discussões, Flávio Olmos decidiu então pela retirada do projeto de Lei. Houve episódios de colega o pressionando com telefone na mão mostrando que, do outro lado, alguém estava pedindo que retirasse para “não piorar” a situação.

Zé das Pedras até reproduziu ao microfone da Tribuna uma gravação de uma mulher não identificada, incitando outras dos grupos de apoio aos animais para que fossem à Câmara para pressionar os vereadores. Ele usou isso como uma “prova” da “conspiração” de Olmos contra a própria Casa de Leis.

Mas, os bastidores disseram que Olmos nada teve a ver com isso, que foi iniciativa da própria mulher. “Antes de querer saber o nome da mulher, que estava no papel dela de cidadã defensora dos animais, o vereador devia, isto sim, explicar quem vazou a conversa para ele, que além de tudo foi antiético ao reproduzi-la”, comentou um espectador atento.

Também chamou a atenção o comportamento do vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB), que na sessão anterior havia se posicionado de forma radicalmente contra a ingerência de “forças estranhas” na Câmara, mas na noite de ontem surpreendeu pela candura, pela tranquilidade com que retirou seus dois projetos, depois de ter “falado à tarde” com o prefeito Fernando Cunha, levado ao Gabinete pelo vice-líder do Executivo na Casa, vereador-suplente Tarcísio Aguiar (PRP), que tem se revelado a “ponte para o Executivo”.

Engraçado que outros vereadores justificavam suas posturas também deixando claro que haviam conversado com o prefeito. Sempre com Tarcísio fazendo a “ponte”. E estavam todos felizes.

Resumo da ópera: houve um vereador que garantiu da Tribuna que o prefeito não iria mandar na Câmara, por ser “diferente”. Pois bem, quem o conhece, pergunte a ele o que aconteceu depois. E então, caro leitor, tire suas conclusões.

 

GOVERNO MUNICIPAL ‘COMEU MOSCA’ (OU: quando os fatos atropelam a política)

O governo Municipal de Olímpia, como se diz no popular, “comeu mosca” esta semana. Como pode passar despercebida a doação de áreas no município suficientes para abarcar mais de 400 imóveis? Como que por aqui não se sabia do feito?

É certo que trata-se do resultado de um trabalho de longa data, com mais ênfase no governo passado, mas a desinformação e a falta de “link” com a alta esfera de governo depõe contra Fernando Cunha e sua assessoria de “notáveis”.

Principalmente para um governo que é aferrado ao marketing, que conta com uma estrutura publicitária pelo menos bem remunerada e que abastece os veículos “amigos” de mensagens custosas com vistas a “lustrar” a imagem de grande empreendedor do prefeito Cunha, foi uma derrapada e tanto.

A informação veio em primeira mão no site Diário de Olímpia, do colega Leonardo Concon. Nela, diz que 418 famílias de baixa renda da Estância Turística de Olímpia serão beneficiadas com a doação de dois imóveis destinados ao projeto de regularização fundiária na cidade, para famílias que já moram, há muitos anos, em áreas da União, sem escrituração de posse.

Concon foi buscar a noticia em publicação, na segunda-feira passada, 20, no Diário Oficial da União-DOU, da Portaria nº 12, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Até então, ninguém sabia de nada por aqui?

Entendem os caros leitores quando cobramos deste governo agilidade, dinamismo e garra? Nestes últimos dias vê-se uma luta insana e inglória em busca de visibilidade, a ponto de dar dimensão gigantesca a coisas, situações e fatos corriqueiros, e quando surge uma oportunidade verdadeira de pelo menos sacudir uma boa parte do eleitorado, cadê os luminares do governo?

Em tempo, a doação será formalizada pela Superintendência do Estado de São Paulo (SPU/SP) à prefeitura de Olímpia, que ficará responsável pela área até a transferência gratuita do domínio pleno às famílias.

De acordo com a portaria, publicada nesta terça, 21, a prefeitura de Olímpia terá um prazo de seis meses, a contar da assinatura do contrato de doação, para transferir o domínio pleno dos imóveis aos moradores.

O que se espera é que o prazo e a incumbência sejam cumpridos, que não se esqueça do assunto com o passar dos dias. Vai que… né?

Para ser beneficiado, o morador não poderá ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural e a renda familiar mensal não pode ultrapassar o valor de cinco salários mínimos (R$ 4.685,00). Durante cinco anos, a contar da assinatura do título de propriedade, o beneficiário não poderá vender o imóvel. Caso isso ocorra, perderá o direito à área doada, diz o texto de Concon com base na Portaria.

Ainda dá para recuperar terreno em torno do assunto. Mas, para isso, a “inteligência” encastelada no Governo Municipal precisará ser bem criativa, já que dinâmica mostrou que não é.

E quando este blog faz comparações, uns e outros torcem o nariz. Mas, é sempre bom repetir: o parâmetro é Geninho Zuliani, ex-prefeito por dois mandatos. Há que ter fôlego este novo governo. Olímpia não merece sucumbir ao marasmo que se prenuncia.

PRESIDENTE DIZ QUE UEUO, ‘PATRIMÔNIO HISTÓRICO’, NÃO VAI ACABAR

Eduardo Costa vê motivação política na decisão do prefeito Cunha: ‘Se a chapa apoiada por ele vencesse as eleições, teríamos essa mesma postura do executivo?’, pergunta.

 

O presidente da União dos Estudantes Universitários de Olímpia-UEUO, Eduardo Luís Alves da Costa, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, disse que a entidade representativa dos universitários olimpienses, que ele considera um “patrimônio histórico”, não irá acabar. Ele confirma que o baque será muito forte, mas garante que a UEUO continuará ativa.

“Tenho dito que essa administração passa, a história de luta e conquista da UEUO permanecerá viva”.

Para Costa, a decisão de Cunha teria sido eminentemente política, motivada talvez pela derrota de uma chapa concorrente nas eleições do final do ano passado, que perdeu, mesmo apoiada pelo executivo. Segue, abaixo, entrevista com o mandatário da entidade.

Quais implicações esta medida acarretará para a entidade?
Eduardo Costa: A seleção e distribuição das bolsas auxílio estudante sem dúvidas era a principal atividade da UEUO, porém não é a única, a entidade ao longo de sua história desenvolveu inúmeras atividades que contribuíram e contribuem com a sociedade olimpiense. Por meio da UEUO, associações foram criadas, campanhas solidárias realizadas, a própria conquista da bolsa auxílio estudante, que hoje auxilia centenas de estudantes universitários, nos mostram o real valor da entidade, acredito que a bolsa estudante faz parte da entidade, mas não é a entidade em si, sem dúvida, as doações e a participação ativa dos universitários na entidade fortaleciam a mesma e era o principal meio de arrecadação para subsidiar seus gastos, que agora, dependerá de novas ações que ainda serão debatidas pela nossa diretoria.

No tocante à taxa recebida, qual foi o montante, e como será tratada esta questão?
EC: É preciso esclarecer, que a taxa de inscrição é para o universitário se associar a UEUO, os R$ 30 pagos no ato da associação, será utilizado para subsidiar as carteirinhas estudantis e despesas da entidade. Até a presente data, tivemos a inscrição de 361 associados.

Como a entidade pretende se manter?
EC: A princípio, iremos desenvolver atividades envolvendo os universitários e a sociedade olimpiense, que reconhecem a importância da entidade na história de Olímpia, essas ações ainda serão debatidas pela nossa diretoria.

Ou ela deixará de existir?
EC: A UEUO não deixará de existir em minha gestão, e no que depender da minha contribuição, nunca deixará de existir, são mais de 54 anos de história em nosso município, chego a comparar a entidade como um “patrimônio histórico” da nossa cidade.

Qual sua opinião enquanto presidente sobre esta medida do prefeito?
EC: Tenho dito que a forma como foi conduzida toda essa situação por parte do prefeito é arbitrária, em nenhum momento a entidade foi questionada ou ouvida sobre o assunto, a UEUO é a entidade legítima que representa os universitários em Olímpia, o mínimo que se espera sobre uma mudança dessa magnitude é o diálogo, o que parece ser um ponto defeituoso dessa administração, tendo em vista que até a presente data, nenhum de nossos ofícios foram respondidos pela prefeitura. Analisando o projeto original elaborado pelo prefeito, fica de perceber que o mesmo parece ter sido feito às pressas, pois contem vários pontos que foram deixados de fora, alguns deles corrigidos por sugestões dos vereadores Hélio Lisse e Fernandinho, que se transformaram em emendas apresentadas pelo líder do prefeito, há também possíveis erros graves, que podem necessitar de alteração futura da lei, se isso acontecer, ficará caracterizado que a lei foi feita às pressas, sendo necessário “remendar” a lei depois de aprovada, isso é lamentável.

Existiria algum motivo específico para que ele viesse a tomar esta decisão?
EC: Um ponto que nos remete a dúvida e nos causa muita estranheza, é o fato de que durante a eleição da UEUO que nos elegeu como presidente, a chapa UP, concorrente à nossa, dizia que “temos, a princípio, o apoio do nosso novo prefeito”, dando a entender que o prefeito teria simpatia por uma das chapas, diante disso fica a pergunta: será que se a chapa UP, que dizia ter o apoio do atual prefeito tivesse sido eleita teríamos essa mesma postura do executivo? Outro ponto curioso é que até o momento, não ouvi do prefeito nem dos vereadores que votaram no projeto, o porquê de tirarem da UEUO a função de seleção e distribuição da bolsa auxílio estudante, considerando que a entidade vem desenvolvendo suas atividades de forma correta e transparente.

Quais são suas considerações gerais a respeito?
EC: Quem teve vida social ativa em Olímpia, quem viveu na cidade nestes últimos 54 anos, sabe da importância que a UEUO tem na sociedade olimpiense, é uma entidade que assim como qualquer outra teve suas dificuldades. Mas, também teve inúmeros trabalhos e conquistas. Vamos dar sequência às atividades, continuaremos lutando e defendendo os interesses dos universitários. A nosso ver, a administração do Sr. Fernando Cunha já entrou para a história, pena que de forma negativa, ficará sempre registrada na história da UEUO como a administração que contribuiu para o retrocesso de uma entidade histórica, retirando a função de gerenciamento das bolsas. Tenho dito que essa administração passa, a história de luta e conquista da UEUO permanecerá viva.

O DILEMA QUE TODOS OS PREFEITOS QUERIAM

Em entrevista concedida pelo prefeito Fernando Cunha (PR) a uma emissora de rádio local, na segunda-feira, 13, de tudo o que foi dito ganhou relevância um detalhe não-explícito de sua fala. O prefeito, na medida em que vai tomando assento no cargo de fato, vai também percebendo o mar de dificuldades e já começa a ensaiar o discurso da “herança maldita”.

E esta “herança” seriam as obras por acabar, como a urbanização da Aurora Forti Neves, a Estação de Tratamento de Esgoto, a Estação de Tratamento de Água, a ETA seca, a creche do Morada Verde, todas entregues ao novo mandatário com mais da metade concluída. Um outro projeto gigante, o aeródromo, foi entregue apenas no papel, com parte de área comprada, que Cunha vai abandonar.

No caso da avenida, Cunha diz ter tido problema técnico, porém solucionáveis a médio prazo, e no caso da ETA, o alcaide diz ser impossível tocar o projeto nos moldes em que foi elaborado. Pretende abandona-lo também.

De cinco obras grandes e importantes, Cunha já desistiu de duas. Outras três, por imprescindíveis, deverá toca-las até o fim. As três, coincidentemente ou não, já têm recursos alocados, seja do Estado, seja da União. Até mesmo a ETA seca tinha recursos alocados. Somente o aeródromo era dinheiro do caixa próprio.

Esta semana surgiram informações sobre um eventual abandono de 50% da frota de ambulâncias, todas avariadas, algumas já fora de uso e outras recuperáveis. De 21 unidades de pronto-atendimento, 11 estavam paradas. Cunha arriscou dizer que talvez isso tenha ocorrido por ser “fim de governo” e por isso o desinteresse em recuperar tais veículos.

Bom, ele tem agora a chance de resolver o problema. Haja vista que, segundo informações extra-oficiais, o caixa da Saúde teria sido entregue a ele recheado com R$ 3 milhões. Outros R$ 2,4 milhões seria o saldo entregue a ele pela Daemo, além de R$ 1,6 milhão disponível no caixa da própria prefeitura. A Prodem chegou com mais de R$ 1,5 milhão de prejuízos, mas aí já é outro assunto.

Convenhamos que para os dias turbulentos e incertos que o país atravessa também no aspecto econômico, e tendo um prefeito que não via vantagem do dinheiro em caixa mas, sim, sendo investido em uma coisa ou outra, que muitos chamavam de perdulário, não é pouca coisa.

Cunha não reclamou até agora, pelo menos, de dificuldades financeiras prementes. Ou seja, teria recebido uma prefeitura “redondinha”, malgrado pequenos detalhes aqui e ali. Tecnicamente, uma prefeitura “grande”, que ele pretende “enxugar”, porém espera-se sem problemas de continuidade, e administrativamente, recebeu uma prefeitura sem carências, embora cada mandatário tenha lá sua visão de mundo.

Este comentário é apenas uma precaução para o caso de a tal “herança maldita” se tornar um mantra na atual gestão, que não a teria vislumbrado quando da transição de governo. Ao contrário, até elogiou o legado.

Portanto, se tal assertiva passar a constar de forma rotineira nas falas de Cunha, será irresistível crer que o problema não está no que ele recebeu. Mas nele próprio.

O ‘SANTO DE BARRO’ DAS FINANÇAS DE CUNHA

“Devagar com o andor que o santo é de barro”.

O irresistível provérbio português, quando dito é que esta pessoa está pedindo a outra ou orientando-a de que deve-se ter cautela, ter cuidado e calma ao fazer ou falar algo. Quem já não disse ou ouviu tal provérbio, principalmente dos mais velhos?

Pois agora ele vem bem a calhar, diante da divulgação festiva feita pelo Governo Municipal, de que a economia na folha de pagamento pode chegar a R$ 2 milhões por ano. Ou cerca de R$ 170 mil por mês, arredondando para mais.

Este Governo fala em cumprimento de compromisso firmado no início de 2017, pelo prefeito Fernando Cunha (PR), de “economizar o dinheiro público”.

Eu já disse neste blog que esta administração, quando não está parada, parece andar para trás. Ou de lado, feito caranguejo. Agora, posso acrescer que ela, quando está calada, é poeta, como já disse aquele goleador de triste figura ao se referir ao verdadeiro exemplo futebolístico que este país possui.

Não que não deva se comunicar, mas é preciso tomar muito cuidado com o açodamento verbal. Deixe-o para as ações que muito está devendo esta administração.

Até porque, comparar a folha de pagamento de janeiro deste ano com a de janeiro do ano passado não é critério absoluto. Para efeito de comparação, talvez janeiro de 2008, quando Geninho (DEM) assumiu fosse o mais adequado. De qualquer forma, há quem ache ser cedo demais para Cunha “cantar vitória” com sua folha de pagamento.

E uma das razões seria que ele ainda não preencheu todas as 70 vagas comissionadas previstas, o que terá que, forçosamente, fazer, haja vista a necessidade e, também, os compromissos de campanha. Não chegam a 50 os nomeados em comissão até hoje.

Outro fator é o de que ainda não foram designados todos os diretores e chefes de setores, divisões e departamentos, que recebem um diferencial em seus proventos. E, em última análise, também porque a máquina administrativa não começou a andar.

Engana-se quem pensa que este quadro será o quadro em definitivo do Governo, que com o passar do tempo será premido a alarga-lo, sob pena de não prestar um serviço público que supra a demanda.

E pelo lado negativo, sob pena de não ter sossego para trabalhar sem que seus aliados estejam na pressão por cargos -idem vereadores, bem sabemos todos.

E não somente na questão dos cargos, embora o foco de Cunha, conforme o texto oficial, seja a folha de pagamento. Ela não é tudo numa administração, embora seja o fator de maior consumo de recursos de forma constante.

Mas, ao que consta, o ex-mandatário sempre manteve a folha fora dos limites da atenção, fora da possibilidade de “estouro”. Gastava muito com seu quadro funcional? É relativo. Alguém aí falou em custo-benefício?

Mas, leiam o texto oficial para as considerações finais:

Como compromisso firmado, no início de 2017, pelo prefeito Fernando Cunha de economizar o dinheiro público, a secretaria de Administração divulgou que a folha de pagamento teve uma redução de R$ 112.646,21 no último mês. A comparação é referente ao período de janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

De acordo com o levantamento da secretaria, os vencimentos fixos (cargo em comissão) foram os que mais tiveram economia, um montante de R$ 74.077,72, sendo que foram pagos R$ 181.669,21 em 2016 e R$ 107.591,79 em 2017.

No total, em janeiro de 2016 foram pagos, em vencimentos fixos, subsídios, gratificação de função e estagiários, R$ 412.157,48. Já em 2017, esse valor reduziu para R$ 299.511,27. Com base nisso, estima-se que a economia projetada para o ano seja de R$ 1.827.797,40.

Notem o limite frágil da diferença. Avaliem que estamos apenas a 40 dias de um ano de 365 dias. Um mês e dez dias dentre outros dez meses e dezoito dias que faltam para fechar este 2017 e, consequentemente, o quadro das finanças em geral e da folha de pagamento, em particular.

Portanto Cunha estaria “vendendo” de forma precoce o que mais adiante pode não ter para entregar -e há quem aposte que ele não entregará.

“Uma das nossas prioridades é a redução de custos e gastos. Adotamos um critério de buscar uma administração profissional reduzindo a estrutura da prefeitura e reestruturando as secretarias municipais”, diz o prefeito.

Contraditoriamente, fala em “administração profissional reduzindo a estrutura da prefeitura”. Como isso é possível? São ações que não cabem na mesma frase. Ou ele profissionaliza (difícil saber exatamente o que isso signifique, analiso por suposto) ou reduz a estrutura. Uma coisa interfere diretamente na outra (caso esteja supondo corretamente).

Administrar, infelizmente, não comporta sonhos. E administrar entes públicos não comporta previsões de longo prazo, porque é preciso esperar sempre pelas imprevisibilidades.

Nada contra, nada mesmo, a fixação de Cunha por conter gastos. Cobra-se aqui a cautela necessária até para frear a tentação de “demonizar” o funcionalismo. Atirar em suas costas todas as mazelas financeiras de um Governo. Isso seria ruim e desumano.

Todos os funcionários são necessários, imprescindíveis para o bom andamento de uma administração e para o bom desempenho de um governante, sejam eles comissionados ou efetivos, considerando que os comissionados são nomeados por suas capacidades intrínsecas e não por compadrio ou favor político.

Louvável que o prefeito queira alcançar a cifra de R$ 10 milhões ao ano em economia.Trata-se de projeção futura, mas que não deve ter como base esta pífia diferença obtida agora porque, com certeza -e absoluta, ela se diluirá ao longo do tempo. É esperar para ver.

A propósito, há quem conheça o meio financeiro-administrativo que se diz pasmado com tal divulgação. “Não deve ser com o aval de Cunha que isso foi divulgado. Se foi, cometeu grave equívoco, demonstra alto grau de primarismo”, disse esta fonte.

AEROPORTO NUNCA MAIS

Já vimos este filme. O final dele não foi nada legal. Tratou-se de um filme triste, que poderia ser chamado hoje de “estrada para o retrocesso”. Na época de sua “exibição”, nem esse nome poderia ter, uma vez que o timoneiro não fez nada sobre nada, portanto não havia termo de comparação.

Agora, quando termina um filme com enredo mais emocionante, um “thriller” de tirar o fôlego, cheio de “happenings”, parece que vemos começar um romance água com açúcar, embora não dê para afirmar se terá um final feliz, o chamado happy end.

Essa analogia toda vem a propósito do seguinte release chegado até nós há pouco tempo atrás: “Alto custo de desapropriações faz prefeito adiar projeto de aeroporto e recurso já investido será aplicado em outras áreas“.

Das duas uma: ou o ex-prefeito Geninho (DEM) era apenas um sonhador desmedido, a fazer coisas de sua cabeça, sem atentar às consequências, e com isso levava grande parcela de cidadãos a sonhar seu sonho, ciente de que mais tarde alguém colocaria uma paradeiro nisso tudo; ou entregou seus planos e projetos desenvolvimentistas a alguém que despreza o arrojo.

Não se pode, no entanto, tirar a razão de Fernando Cunha (PR), quando argumenta que abandonar o projeto do aeroporto significará grande economia para os cofres públicos, com a retomada de valor suficiente para terminar uma creche em bairro periférico.

E que o orçamento somente para comprar as terras, cerca de R$ 700 mil, é exorbitante, já que a estimativa de custos, do projeto enviado, é de que seriam pagos cerca de R$ 194 mil por cada alqueire. E o dinheiro a ser reavido chega a um montante de R$ 387.679.

Segundo o prefeito, diante de tantas demandas constatadas durante os primeiros trinta dias de governo, seria um desrespeito com a população empregar, neste momento, um grande recurso na desapropriação de parte das terras para a construção do aeródromo.

O chefe do Executivo só esqueceu de perguntar se a população, de fato, iria se sentir desrespeitada, caso levasse adiante o projeto.

“Pela decisão judicial, seriam necessários mais de R$ 6 milhões em desapropriações para que um aeroporto comercial se torne viável”, justificou Cunha, que afirma não ter desistido de construí-lo, e pensa numa parceria com a iniciativa privada. A questão seria “para quando”?

Outra questão que contribuiu com a decisão do prefeito teria sido um ofício com comunicado emitido pelo Ministério da Defesa e o Comando da Aeronáutica, afirmando que na solicitação enviada pela gestão passada, faltaram diversas informações e documentações sobre o cadastro do aeródromo da cidade no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), do Ministério da Defesa.

Entre os problemas apontados estariam a falta de um estudo indicando o movimento mensal estimado de pousos e decolagens, o projeto da Torre de Controle, a planta de pontos críticos do aeródromo, entre outros.

Em tempo: a área, de 4,5 alqueires comprada na administração Geninho era do tipo “reserva”. Inicialmente ali seria feita a implantação de um aeródromo, sistema de pouso e decolagem de aeronaves mais modesto.

Porém, a área disponível comportava equipamento maior, mas para futuro. No início seria instalada uma pista de mil metros, suficientes para aeronaves de menor porte. Mas, a partir de Cunha, por ora (sabe-se lá quantas!) nem isso a cidade terá.

Mas confessamos estar tratando deste assunto movido muito mais pelo que ele traz de excepcionalidade, já que entendemos ser o tema uma “sintonia fina” entre os interesses do município e o que pretende para ele, o alcaide; e menos pelo que pode pensar a respeito a opinião pública.

Talvez Cunha esteja com a melhor das boas intenções e seja louvado pela massa ao dar cabo do projeto. Geninho também tinha a melhor das boas intenções ao lançar tal projeto, por certo. Cada com sua visão de mundo.

À diferença de que um era intempestivo, açodado, do tipo “disposto a fazer”. Pensava grande e corria atrás (para o bem e para o mal). Este, nos parece dado ao “varejinho”, ao pensar miúdo, às coisas comezinhas.

Suas últimas decisões denotam isso. E, particularmente, nos deixa uma terrível sensação de que quando não está parado, parece andar para trás. Ou de lado, feito caranguejo.

EIS O QUE FEZ O NOVO GOVERNO EM 30 DIAS (E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES)

Como comentamos na manhã de ontem a respeito dos 30 primeiros dias do atual governo municipal, o terço primeiro dos malfadados “100 primeiros dias”, fazendo considerações externas a respeito, nada mais justo que usemos este espaço, agora, para relatar o lado oficial, em material encaminhado pela assessoria de imprensa do senhor alcaide (não sem fazermos os adendos que julgamos necessários), sob o título que segue abaixo:

“Limpeza, economia e reestruturação
marcam primeiro mês de governo” (Será que “marcam”?)
Vamos lá: “Passado o dia 31 de janeiro de 2017, que marca o fim do primeiro mês do novo governo, a Prefeitura da Estância Turística de Olímpia divulga um balanço das principais ações realizadas no período.

Desde a posse, em 1º de janeiro, a ordem foi de economia aos cofres públicos, tendo como medidas, já anunciadas, a redução de cargos comissionados, fusão de secretarias e extinção de cargos de diretores e chefes de setor.

(Consta que essa decisão está causando profundas rupturas no Governo).

Outra iniciativa adotada também nesse sentido foi a Comissão criada para reavaliar e renegociar contratos em vigor, que prevê redução de até 15% nos valores cobrados, sem ônus à qualidade de produtos e serviços. As secretarias também estão reorganizando os espaços de trabalho com a intenção de evitar o pagamento de alugueis.

(Se alcançarem os objetivos propostos, duas boas medidas).

Também em relação a comissões, foi instituída uma comissão para rever os valores da planta genérica do município, que é base do cálculo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A intenção é tornar as taxas cobradas mais justas. O impacto deve ser notado já no próximo ano.

(Já dissemos aqui, aliás: ou Cunha derruba a planta genérica, ou a planta genérica derruba Cunha. A questão é saber como ele fará isso. Aguardemos).

Além da economia, outra ação intensificada no município foi a de limpeza. Um mutirão passou – e ainda está passando – por diversos bairros, limpando praças, avenidas, escolas e espaços públicos. A UPA – Unidade de Pronto Atendimento – e o SAMU também receberam atenção especial, com uma faxina minuciosa em toda a estrutura. A limpeza também chegou aos distritos de Ribeiro dos Santos e Baguaçu com serviço de capina, poda, limpeza de ruas e recolhimento de galhos e entulhos.

(É a chamada faxina necessária. Todo mundo que chega a uma “casa nova” quer deixa-la brilhando. Oxalá essa ação seja uma constante e não mero factoide. A ver)

Ainda falando sobre os distritos, a segurança foi reforçada para tranquilizar a população. Duas viaturas, uma para cada distrito, estão intensificando o policiamento nos locais, por meio da atividade delegada da Polícia Militar.

(A ver os resultados)

Neste primeiro mês, alguns serviços e ações também estão passando por reestruturação para melhor atender à população. Esse é o caso da Ouvidoria da Saúde, que foi reativada no início do ano para checar reclamações e solicitações dos cidadãos referentes à área. (Se resultar em soluções, menos mal)

O mesmo foi feito com o Plantão Social, responsável por proporcionar auxílio e instrução aos moradores que apresentam situação de vulnerabilidade. Nos dois serviços, os objetivos são o acolhimento e, principalmente, fornecer respostas à população.

(Ação desnecessária e desconfortável para quem era atendido nos CRAS, setores sociais próximos às casas de quem necessita dos serviços. Pela nova estruturação, eles têm que se deslocar até o centro da cidade. Cheira mais a ação polítiqueira que de serviço social)

Ainda sobre reestruturação, a Feira Livre está estudando junto à Prefeitura a ampliação com novos feirantes e novos dias, oferecendo uma melhor estrutura aos comerciantes e frequentadores.

(Na verdade, a feira livre é o grande desafio do secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, como responsável maior pelo Setor de Agricultura. Se deixa-la morrer -e é o que está acontecendo, sua imagem como gestor pode ter o mesmo destino)

Os Jogos de Verão também passaram por mudanças, a começar pelo local de realização que, este ano, foi no Ginásio de Esportes, com arquibancadas e tendas para os torcedores. Uma competição que incentiva o esporte na comunidade.

(Também não tínhamos muita simpatia pelos jogos de verão no Recinto. Mas houve controvérsias)

Na saúde, setor de maior exigência da população, um mutirão foi desenvolvido para emitir laudos de exames de Raios-X que estavam atrasados. Mais de 300 exames foram disponibilizados à população. No combate à proliferação de doenças, foi intensificada a prevenção da Febre Amarela e da Dengue, ambas sem casos registrados no município este ano. Para a Febre Amarela, a principal orientação é a vacinação, que está sendo aplicada em horário especial para atender os munícipes

(Neste setor, o que se anuncia acima é muito, muito pouco. Quase nada. E não se nota maior agilidade na solução de problemas mais prementes, como o atendimento ao público, que continua sofrível, a falta de preparo dos funcionários e a redução destes e dos horários de atendimento; serviço burocrático ruim e falta de intercomunicabilidade entre setores, o que agilizaria soluções. Nestes aspectos, o governo continua na estaca zero)

Outra grande solicitação da população está recebendo atenção neste começo de ano. A vicinal Natal Breda, que liga Olímpia a Tabapuã, passa por manutenção asfáltica com o serviço de tapa buracos. No começo de janeiro, o prefeito Fernando Cunha esteve no escritório regional do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), em Barretos, iniciando as primeiras tratativas para solucionar o problema da rodovia.

(A torcida continua. Porque estes buracos vão voltar!)

Também em tratativa com órgãos estaduais está a situação da ETE – Estação de Tratamento de Esgoto. Técnicos e engenheiros do DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – estiveram na Estância Turística de Olímpia, este mês, para discutir o assunto e retomar as obras.

(Aguardemos)

Visitas também estão sendo realizadas pela equipe gestora do município para verificar o funcionamento de serviços da prefeitura e o andamento de obras que precisam ser concluídas.

Este é o caso, por exemplo, da creche do bairro Morada Verde, que deve ser concluída para uso da população. Nesta semana, outra visita de bastante importância foi realizada pelo prefeito, que acompanhou o retorno das aulas da rede municipal de ensino.

A oportunidade foi importante para aproximar a gestão dos servidores e identificar as principais necessidades para a melhoria do ensino e da estrutura oferecida aos alunos.

(Já falamos aqui sobre estas “visitinhas” que em nada acrescentam. Podem ser feitas pelos secretários e assessores diretos, enquanto o prefeito trata de coisas maiores)

‘As ações elencadas demonstram uma parte do trabalho que já foi desenvolvido no primeiro mês do ano. Sabemos que este é apenas o começo, período de arrumar a casa, mas nossa equipe da Prefeitura está empenhada para dar continuidade em todos os serviços que estão dando certo e propor novos programas e ações para melhorar cada vez mais a qualidade de vida da população’, declarou Fernando Cunha”.

(A casa estava arrumada. Quem desarrumou foi exatamente o novo prefeito e sua sanha de “desmontes” a granel. Com isso, tudo parou. Há relatos de que em determinados setores, funcionários ficam a fitar o vazio, a olhar uns para as caras dos outros, sem saberem o que fazer. Consta que ainda não há diretriz de trabalho em vários destes setores. Desmontou-se o que estava funcionando e há dificuldades para implementar uma nova sistemática. Dizem ter sido erro crasso do novo governo ter mexido na “casa” que recebeu sem antes avaliar os resultados e as necessidades de mudanças ou não)

EDITORIALIZANDO

O que mais surpreende neste novo Governo Municipal é não vê-lo debruçado sobre nenhum assunto específico. Pelo menos é o que se pode deduzir ao buscar na caixa de e-mail algum texto da assessoria que aponte neste sentido.

Até o momento, só generalidades, opiniões acerca disso ou daquilo, pretensões essas ou aquelas, mas nada específico, a não ser um certo quê revisionista desnecessário.

A comunicação do Governo, acreditamos, tem se visto em apuros para produzir material para a mídia diante de tamanha inércia. “Visitinhas” a isso ou àquilo sem necessidade específica não contribui para a boa imagem do administrador. Antes, soam como demagógicas, politiqueiras.

O governo que saiu ano passado pelo menos implantou o hábito de, toda terça-feira, reunir-se com determinado setor da administração e cobrar do secretário e seus auxiliares diretos, ações e resultados concretos destas. Funcionava. Cunha parece não acenar com esta possibilidade.

Completam-se, hoje, exatos 31 dias de Governo. Há quem diga que um gestor municipal só consegue dar “cara” e impor seu estilo de governar a partir do terceiro mês na cadeira, os chamados “primeiros 100 dias”. Um terço já se passou. E até então parece que Fernando Cunha (PR) ainda não desceu do palanque.

Seu governo vem mergulhado em um profundo silêncio, o que tem causado estranheza.

Mais uma vez, a comparação: há oito anos atrás, nesta época, o prefeito que saiu já havia balançado a estrutura da cidade e “bagunçado” a chamada opinião pública, dividindo-a entre aqueles que aplaudiam e os que criticavam suas primeiras medidas, seu “barulho”. Cunha nem isso. É uma quase unanimidade, nos tons de apatia.

As coisas permanecem como estavam antes. Porém com aparência de ter mudado para pior em alguns aspectos. Embora seja muito cedo para que tenhamos uma opinião formada. E talvez a propalada sanha centralizadora do alcaide venha impedindo que seu secretariado mostre a que veio, porque dali também não está saindo nada.

Dos nomes conhecidos a ocupar uma Pasta, não há muito o que se falar em termos positivos uma vez que assumem em uma situação totalmente diferente, com uma estrutura totalmente nova em relação aos tempos em que ocuparam tais funções, e há quem nunca ocupou função de tamanha responsabilidade, de cujas ações terão que derivar resultados concretos e imediatos, sem rupturas, por ser setor crucial para o desenvolvimento do município.

E dos “estrangeiros” menos ainda, eis que desconhecidos chegaram, desconhecidos do público permanecem ainda, “entocados” que se fazem.

Enfim, o compasso é de espera. Mas Cunha, para variar, poderia deixar o “varejinho” para seus secretários e assessores imediatos, e ir cuidar das coisas maiores. Fazer o seu caminho, abrir portas, criar uma base de sustentação política em nível regional, estadual e nacional.

As coisas estarão bem mais difíceis, agora, reconheçamos. Mas é nas adversidades que um administrador se impõe. Para navegar a favor do vento em águas plácidas, o remador da jangada se mostra o mais preparado dos homens.

Mas ao enfrentar tempestades e águas revoltas um timoneiro mostra a que veio: pode levar o barco a um porto seguro, ou não conseguir impedir que a embarcação naufrague.

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