Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVII

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CUNHA TEM UM LÍDER, MAS NÃO LIDERANÇA NA CÂMARA

Falta coordenação política à base do prefeito Cunha (PR) na Câmara de Vereadores. Falta, também, liderança política. A bancada cunhista está solta, “frouxa”, e por isso mesmo, imprevisível. Há fiéis da balança ali, que talvez sejam Fernando Roberto dos Santos, o Fernandinho, e Hélio Lisse Júnior, ambos do PSD. Havia também Selim Murad (PTB), mas este deu lugar a Marcão Coca (PPS) que ainda não mostrou a que veio (Ou será que já?).

São sim, seguidores da linha do chefe do Executivo, mas não estão imunes ao livre pensar e agir, em certas situações, como a de segunda-feira, onde o resultado político para o alcaide não foi dos melhores. Aliás, foi dos piores desde o início da gestão, frente à Casa de Leis.

Mas, tal resultado, que pegou a todos de surpresa, até mesmo àqueles que votaram contra o projeto de Lei 5.265, o alcunhado “projeto dos muros”, pode ser atribuído a esta “frouxidão”, no sentido de falta de força ou intensidade da liderança do Executivo no Legislativo. Talvez seja o caso, antes, de cobrar força e intensidade do próprio Cunha, no comando de seus aliados.

Exigir foco, força e nem tanta fé assim, nos demais pares. Para estes, devem ser reservadas a capacidade de convencimento, a argumentação firme, e a clareza de intenções, sem meios-termos, sem tergiversações. Em síntese, e isso não se pode escamotear a ninguém, o prefeito tem que ter a última palavra junto a seus representantes. Na base do “é?” ou “não é?”. Exatamente assim. Sem titubeios.

Ou vai continuar amargando as horas de insegurança quando uma propositura importante está em discussão e votação naquele Plenário. Foi a falta de tudo isso, com certeza, que ocasionou a primeira derrota política de Cunha, na noite trágica de segunda-feira passada. Faltou foco, faltou força, faltou liderança.

Ou será que sobrou arrogância? A prepotência, em política, é a pior conselheira que pode existir. O líder do prefeito, João Magalhães (PMDB), no afã de agradar o chefe – cuja principal atividade desde que assumiu a cadeira é atacar de todas as maneiras e por todos os meios seu antecessor Geninho (DEM) – entrou na seara do bate-boca entre Salata (PP) e Niquinha (PTdoB), e se esqueceu de orientar o voto.

Ou não é para isso que serve um líder? Secretários que lá estiveram, explicaram, explicaram, mas não prestaram atenção ao Regimento Interno, no seu Capítulo X – Do Plenário, Artigos 85 e 86 e parágrafos. Ou no Capítulo XI – Das Deliberações, Artigo 87 e Incisos.

Está nestes trechos do RI a forma de votação para projetos do tipo que foi rejeitado e arquivado. Ambos os subordinados de Cunha, após as explanações, “deitaram no berço esplêndido” de suas atitudes de desprezo pelo que ali se desenrolava, e pelos personagens que daquele ato faziam parte.

Também há relatos de que dentro da própria reunião houve quem não se dispusesse ao debate, à discussão de detalhes da proposta, ao entendimento, chamando para si a responsabilidade do resultado da votação, na base do “vamos pro pau”. Trágico. Porque também contribuiu para o resultado.

Enfim, foi um verdadeiro samba-do-crioulo-doido a ação governista segunda-feira, incluindo todos os personagens. Porque todos erraram. Erraram por não saberem a modalidade do que estavam votando -exceto o presidente, seu assessor parlamentar e os advogados da Casa.

Mas, todos alegam que “ninguém perguntou nada a respeito”. Daí imaginarem que todos sabiam qual era o trâmite.

E para que o leitor deste blog se inteire do procedimento, tomo a liberdade de reproduzir, abaixo, os capítulos e artigos do Regimento Interno que trata do assunto.

CAPÍTULO X
Do Plenário
Artigo 85 – Plenário é o órgão
deliberativo e soberano da Câmara,
constituído pela reunião dos Vereadores
em exercício, em local, forma e número
regimental para deliberar.
Artigo 86 – As deliberações do
Plenário serão tomadas:
a) por maioria simples de votos;
b) por maioria absoluta de votos;
c) por dois terços dos membros da
Câmara.
Parágrafo 1º – Maioria simples é a
que compreende mais da metade dos
votantes, presentes à sessão, obedecido
o “quórum” regimental.
Parágrafo 2º – Maioria absoluta é
a que compreende mais da metade do
número total de membros da Câmara.
Parágrafo 3º – Considerar-se-
á, também, como maioria simples, a
que representar o maior resultado de
votação, dentre os que participam do
sufrágio, quando forem computados
votos para mais de dois nomes ou
alternativas.
Parágrafo 4º – “Quórum” é
a presença mínima de Vereadores no
recinto, estabelecido regimentalmente.

CAPÍTULO XI
Das deliberações
Artigo 87 – Ressalvadas as exceções
previstas em lei, as deliberações da
Câmara serão tomadas por maioria
simples de votos, presente a maioria de
seus membros.
Parágrafo 1º – Dependerá do voto
favorável de no mínimo dois terços dos
membros da Câmara:
I – perda de mandato do Prefeito e
do Vice-Prefeito;
II – emenda à Lei Orgânica do
Município;
III – destituição de membro da
Mesa;
IV – alteração de denominação de
próprio, vias e logradouros públicos;
V – concessão de título de cidadão
honorário ou benemérito;
VI – alienação de bens imóveis;
VII – concessão de direito real de
uso;
VIII – rejeição de parecer prévio do
Tribunal de Contas;
IX – rejeição de proposta
orçamentária;
X – aquisição de bens imóveis com
encargos;
XI – pedido de intervenção no
Município.
Parágrafo 2º – Dependerá de voto
favorável de maioria absoluta dos
membros da Câmara a aprovação
referente a:
I – criação de cargo, emprego ou
função;
II – plano de carreira;
III – zoneamento urbano e utilização
do solo, compreendendo o código de
obras e edificações;
IV – concessão de serviços
públicos;
V – obtenção de empréstimos junto
a particulares;
VI – rejeição de veto;
VII – realização de sessão secreta;
VIII – Regimento Interno da Câmara;
IX – leis complementares;
X – cassação de mandato de
Vereador.

Se não bastasse isso, ainda há no Parágrafo 3º deste Artigo, a orientação sobre votação de emendas e alterações relativas às proposições ou leis que necessitem de quórum qualificado para aprovação, ou seja, seis votos, que dependerão, igualmente, do mesmo quórum qualificado para a sua aprovação em
Plenário, o que, em síntese, foi o caso do PL 5.265.

A lição, deveriam saber de cor. Se não sabiam, doravante saberão, espera-se, como se comportarem quando há interesses administrativos maiores em jogo. E este aprendizado é simples: basta fazerem tudo ao contrário do que fizeram na segunda-feira fatídica.

HÁ MESMO UM ‘PLANO DIABÓLICO’ DE CUNHA CONTRA GENINHO?

Não são poucos aqueles que, versados nas coisas da política olimpiense e seus personagens, atestam que o prefeito Fernando Cunha (PR) “detesta” o ex-prefeito Geninho. Alguns usam até expressões mais fortes para denominar o sentimento que o nobre alcaide estaria nutrindo pelo seu antecessor.

Estes mesmos versados, no entanto, não encontram explicações para tanto. Tem até quem arrisque dizer que “alguma coisa de muito grave” aconteceu lá atrás entre os dois para que Cunha, vira e mexe, “solte os cachorros” para cima de Geninho.

Como não havia provas cabais de tal comportamento, sempre levávamos a coisa como diz-que-diz, impressões, o “ouvi dizer”, o “parece que é assim mesmo”, etc.

No entanto, quando um vereador, que até pouco tempo atrás era detentor de uma das mais, se não a mais importante Secretaria do Governo, vem a público e faz uma denúncia da gravidade da que foi feita na sessão de segunda-feira passada, 4 de setembro, da Câmara, conclui-se que as conversas dos cafés fazem sentido e pelo menos “raspam” a verdade.

Salata (PP) vem de acusar o prefeito de articular um “plano diabólico” contra Geninho. O ex-secretário vai mais fundo ainda, e revela que o prefeito teria oferecido cargos aos vereadores para que votassem contra a prestação de contas do ex-prefeito, que está em vias de ser votada na Casa de Leis, com parecer pela aprovação do Tribunal de Contas do Estado.

Mas, como o julgamento de tais contas é político, Cunha estaria tentando fazer a maioria da Câmara, conforme Salata, votar pela rejeição destas contas, o que no final traria problemas para a ascensão política do ex-mandatário.

O que viria a ser um resquício do ódio cunhista por Geninho, a bem da verdade. Mas que não explicaria, como de resto o prefeito não explica, prefere tergiversar, declarando uma indiferença em relação a seu antecessor que, estamos vendo a cada dia que passa, não existe.

O ex-secretário de Turismo, Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Fernando Cunha e agora vereador Luiz Antônio Moreira Salata fez na Câmara o que chamou de “desagravo” contra o chefe do Executivo, que disse em entrevista, entre outras coisas, ter sido obrigado a “engoli-lo” na Secretaria, para “ajustar a eleição da Mesa da Câmara”, o que em si já estende uma névoa de mácula sobre o poder Legislativo.

O vereador disse ainda que Cunha teria tentado “golpeá-lo de forma violenta”, por meio da Abecao. E na seara política fez a grave acusação contra o prefeito: a de que ele estaria “articulando um plano diabólico no sentido de rejeitar as contas de Geninho” na Câmara de Vereadores.

Disse Salata que, em abril passado, foi consultado por pessoas do Gabinete do prefeito, e teria se manifestado solidário ao ex-prefeito Geninho, com relação às suas contas.

“Em abril, de forma articulada, ele determinou ao meu suplente (Tarcísio Cândido de Aguiar, atualmente secretário de Agricultura) que viesse a esta Casa e consultasse alguns vereadores, e oferecesse cargos, para votarem contrários às contas do ex-prefeito. É um absurdo”, denunciou.

E o mais interessante a notar é que, mesmo diante de tão grave acusação, nenhum representante da bancada do prefeito levantou-se para defendê-lo, nem mesmo seu líder, João Magalhães (PMDB). Fizeram “ouvidos moucos”.

Salata pediu até que Cunha “pare de viver na sombra do ex-prefeito Geninho e comece a trabalhar”.

Pano rápido.

O CONTRA-ATAQUE TARDIO E EQUIVOCADO DE CUNHA

Não somos versados no Direito, por isso não há a menor possibilidade de estarmos aqui advogando qualquer causa que seja. Mas são tão óbvias certas coisas que chegam a gritar para nosso senso de razão, o que evita fazermos papel de idiotas. Ou, a partir de então, que faça o referido papel quem assim o quiser.

Faço tal introdução a propósito da tão comentada entrevista do prefeito Fernando Cunha (PR) na semana passada, na qual tratou, não sem uma dose de profundo rancor, da saída do secretário Salata, de Turismo, seu retorno à Câmara, e as consequências já sentidas.

Não contente com a espetacular inconfidência cometida, na tentativa clara de atingir o seu ex-aliado, mas fazendo a centelha do vexame se espalhar por outros poderes, o alcaide, ainda, partiu para o revide explícito.

E de que forma? Apoderando-se de um pedido de instauração de uma ação civil pública por improbidade administrativa contra a Associação Beneficente Cultural e Assistencial de Olímpia-Abecao, seu principal representante, não por coincidência, Salata e, por extensão, o ex-prefeito Geninho (DEM), explicitando sua animosidade contra o ex-mandatário.

Usou deste expediente durante entrevista radiofônica, visando rebater a acusação de que seu governo seria “uma pornografia política”, como afirmou Salata, e depois acionou aquele semanário que, antes, um leão, rugia, mas que, hoje, um gatinho, mia, para contra-atacar seus desafetos.

Neste ingrato ofício chamado jornalismo, é sempre necessário colocar-se de corpo, alma e coração. O corpo terá que suportar os trancos e barrancos dos tortuosos caminhos e descaminhos; a alma terá que armazenar todas as sensações, todos os momentos vividos, bons e ruins, o que trará o crescimento dentro do universo do conhecimento, enquanto o coração cumprirá a função de depurar ambos.

Estes três elementos sensoriais, juntos, formam um corpo denso chamado senso crítico, por meio do qual o homem aprende a buscar a verdade questionando e refletindo profundamente sobre cada assunto.

Dito isso, passamos aos fatos: o prefeito Fernando Cunha foi ao contra-ataque usando não só a emissora que lhe dá sustentação, mas também o semanário que cumpre a mesma função, embora os tantos malabarismos para parecer o contrário, afim de atingir Salata, o ex-prefeito, e “abafar” a rumorosa saída do agora vereador de fato, de sua Secretaria.

Manda estampar ali uma inusitada foto de capa inteira do vereador e do ex-prefeito, juntos em uma cerimônia do 9 de Julho, com manchete escandalosa em três linhas, com tipo negrito talvez 70 ou 100, e assim promover um barulho maior ainda, para se resguardar e amenizar o profundo desgaste sofrido. Aliás, tática primária e passadista, diga-se de passagem.

Além disso tudo, há uma questão de fundo que precisa ser trazida à luz. Ao semanário em questão bastou a acusação da Promotoria para embasar textos que ocuparam nada menos que duas páginas, com quatro títulos, enfocando o que a promotora Valéria Andréa Ferreira de Lima relatou em sua peça acusatória.

Porém, não deu sequer um parágrafo para o que a juíza da causa, Andressa Maria Tavares Marquiori, disse a respeito do pedido, o que seria o chamado contraditório, o “outro lado” ou, no mínimo, a consequência das acusações e a postura da Justiça frente ao pedido. Isso não interessa ao leitor quando a intenção é a de macular o oponente.

Portanto, para não nos estendermos muito, reproduzo, abaixo, o que disse a juíza do caso, e o semanário que mia ocultou de seus leitores:

Trata-se de uma Ação Civil Pública de Dano ao Erário, que tramita na 1ª Vara de Justiça, movida pelo Ministério Público contra a Associação Beneficente Cultural e Assistencial de Olímpia-Abecao, o ex-prefeito Geninho e o advogado Henrique José da Silva, que recebeu despacho da juíza Andressa Maria Tavares Marchiori, tratando de uma contratação de funcionário em comissão, que o denunciante afirma que recebia sem trabalhar, mas que a própria juíza coloca em suspeição tal afirmativa.

A promotora do caso entendeu que o advogado em questão fazia serviços com viés político eleitoral para Salata, mas o próprio Salata nega, dizendo que Henrique da Silva estava cedido à Abecao com a finalidade de acompanhar formalizações de convênios entre a entidade e outras partes interessadas.

Salata disse também que sequer foi ouvido pela promotoria, bem como, também não foi ouvido o prefeito Geninho. E que a promotora concluiu seu trabalho sem dar o direito à outra parte, ouvindo apenas o próprio denunciante. Tanto, que foi a juíza quem mandou intima-los para depor.

“Recebida a manifestação (do Ministério Público), o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita”, manifestou-se a magistrada. De pronto, a juíza indeferiu o pedido de liminar, de bloqueio de valores e contas dos réus, pedido pela promotora “a fim de garantir o ressarcimento ao erário”.

“Nesse momento processual, não vejo a probabilidade do direito, por não vislumbrar o dano ao erário nessa cessão (do funcionário), mesmo que infringisse a moralidade, eis que os servidores receberiam pelos serviços prestados onde lotados”, prosseguiu a juíza Andressa Marchiori. “Aquele dano ocorreria somente se o município tivesse pago esse tanto a outras pessoas para fazerem às vezes dos cedidos”, complementou.

Quanto ao pedido do Ministério Público da devolução do que entende ter sido ilicitamente acrescido ao patrimônio da entidade, disse a magistrada que “também não se tem a probabilidade suficiente para medida tão drástica, pois ela pode provar que a cessão serviu para propósitos abrangidos pela discricionariedade do administrador municipal, ou que não tenha havido desvio de finalidade”.

A manifestação da juíza Andressa Marchiori data do dia 24 de agosto passado. Bom, vá lá que o jornal não teve tempo de acessar o texto. Embora estivesse com o teor das acusações da promotora desde o início da semana.

Não se está aqui, dizendo que a situação para os lados dos acusados terá um final feliz. Como não se está afirmando que terá um final infeliz. Diz-se, apenas, que há um outro lado desta questão não abordado pelos defensores do Governo e pelo próprio. Nada além.

Porque, como dissemos na introdução a este tema, não advogamos causa alguma. A não ser a do jornalismo, digamos, pelo menos bem intencionado. Pelo menos no que diz respeito ao básico nesta profissão. Qual seja, ouvir os dois lados, garantir o equilíbrio da informação, blá,blá, blá…

COMO ASSIM, TEVE QUE ‘ENGOLIR’ SALATA, PREFEITO?

Do folclorário político olimpiense, sem dúvidas nenhuma a declaração do alcaide que gerou o título “‘Tive que engolir Salata na Secretaria’, disse Cunha”, vai figurar no topo.

Fernando Cunha (PR), pouco afeito que é ao universo onde ora está imerso, disse o que disse – numa das mais fantásticas inconfidências a serem cometidas por um político – em resposta às críticas do ex-secretário Salata, aliás 20 dias depois de sua saída da Pasta e retorno à Câmara.

O que vem demonstrar que até agora o chefe do Executivo não digeriu bem tudo o que foi dito pelo seu ex-auxiliar. E, considerando o que disse ainda Cunha, que “não tem que dar satisfação a secretários”, pois afinal “quem manda é o prefeito”, muito menos ainda dá para entender a razão pela qual ele teve que “engolir” Salata.

Aliás, dizendo o que disse, para muito além de revelar que o prefeito joga o jogo quando este precisa ser jogado, e assim se iguala, na pior das atitudes, àqueles dos quais se diz diferente, também demonstra comportamento tão antigo e arraigado quanto àquele que quer fazer crer à opinião pública, não faria parte do seu metiê.

E, pior ainda, revela que a Casa de Leis, cujo princípio básico tem que ser o da independência, embora a necessária harmonia, estaria atrelada ao Executivo. Pior que isso, teria as rédeas de todas as coisas e seres dali. Ou não soa estranho o governante de turno afirmar de público que teve que fazer “arranjos” para garantir a eleição de quem quer que seja para a Mesa Diretora?

O prefeito não só se compromete na lisura política como compromete também a Casa de Leis e seus representantes. Deixa antever que aquele Poder não seria outra coisa senão um joguete em suas mãos, do qual faz e desfaz a bel-prazer.

São simplesmente inqualificáveis as afirmações de Cunha em direção à Casa de Leis. Ofende, ou pelo menos deveria ofender os brios de quem lá está a fim de desempenhar seriamente seu papel de legislador e fiscalizador dos atos e decisões que emanam do Poder Executivo, ou seja, dele próprio.

E nesse “angú” todo se configura uma situação de dualidade, caso nenhuma das partes se posicione à frente: o prefeito foi fraco ou desesperado a ponto de “engolir” o que ele não gosta para garantir a Mesa, ou a Câmara foi forte e determinada a ponto de fazer o prefeito “engolir” o que não gostaria? Esse “dilema tostines” fica a critério do leitor.

Mas, para quem ainda não teve acesso ao assunto em questão, reproduzo abaixo a matéria veiculada na edição de hoje, sexta-feira, 1º de setembro, do semanário Planeta News:

O prefeito Fernando Cunha (PR) disse em entrevista à Rádio Espaço Livre AM esta semana, que teve que “engolir” o vereador Luiz Antônio Moreira Salata (PP) como secretário municipal de Turismo, Agricultura, Indústria e Comércio, por causa de “arranjos políticos” visando a eleição da Mesa da Câmara. Para ele, Salata não tinha o perfil executivo que ele procurava. Disse até que orientou seu ex-secretário a não assumir a Pasta, mas no fim acabou nomeando-o. Hoje diz se sentir traído porque Salata saiu da Secretaria “atirando”.

A resposta de Cunha às graves acusações feitas por Salata quando deixou a Pasta, entre elas a de que sua administração era uma “pornografia política” chega 20 dias depois da fala do ex-secretário. E chega também cheia de rancor e mágoa. Para começar, disse à emissora que nomeou Salata secretário para “acertar a eleição da Mesa, com a eleição de (Gustavo)Pimenta (PSDB)”. “Não achava que Salata tinha perfil (para o cargo de secretário). Ele nunca teve cargo no Executivo. É um legislador, aguerrido e crítico. Eu falei para ele que achava que não deveria ir (para o cargo), mas tive que engolir”, justificou.

“Mas, quando se comprovou que não funcionava, que não deu resultado –as outras secretarias iam a 160 e a dele a 40 por hora, decidi trocar”, disse Cunha, para quem “as feirinhas eram muito pouco”. Quanto à separação do Turismo de Agricultura, recriando a secretaria, disse que a intenção era deixa-la para Salata, na esperança de que “ficando com a parte menor, talvez ele fosse melhor”. Disse isso, visando rebater as críticas de que estava provocando as mudanças à revelia do então secretário, que disse ter ficado sabendo pela imprensa.

“Então, ele saiu atirando. Mas eu não tenho que dar satisfações a ele. Acho que não concordava com o que penso. Mas, quem manda é o prefeito”, enfatizou Cunha. “E sua nomeação foi uma tentativa de acomodação política”, reiterou. Cunha se arvora até em responsável pela eleição de Salata para a Câmara, porque estava em sua chapa. Desdenhando do esforço eleitoral do ex-secretário declarou que “eu me elegeria sem os votos dele, mas ele não se elegeria sem os meus”.

Sobre a acusação de que seu governo é uma “pornografia política”, Cunha disse que “pornografia política” é a dele, por causa de uma ação civil pública que está na Justiça, contra a Abecao, ação esta que, segundo se comenta nos meios políticos, Cunha teria trazido à tona como forma de vingança política contra o vereador e visando atingir também o ex-prefeito Geninho, de quem é desafeto declarado.

POR QUE CUNHA NÃO QUER QUE AÇÕES ADMINISTRATIVAS CONSTEM EM LEIS?

Por que o prefeito Cunha tem medo de que certas ações administrativas constem em lei? Pelo menos é o que deixa transparecer quando orienta seus aliados na Câmara de Vereadores a barrarem propostas que tratam de questões claramente de interesse público e voltadas à moralidade, imparcialidade e transparência da coisa pública.

Porque não é de outras coisas que tratam três projetos de Lei do vereador Flávio Olmos, todos barrados pelos mais próximos ao prefeito, por meio de pareceres de Comissões, mormente a de Justiça e Redação, da qual fazem parte João Magalhães (PMDB), líder do Executivo na Casa, e José Elias de Morais, o Zé das Pedras, ambos membros, mas que, na impossibilidade de Olmos emitir parecer sobre suas próprias proposituras, assumem o protagonismo da Comissão.

Desta última vez, porém, o tal parecer (nº 5) sobre PL (5.179/2017) que torna obrigatória a identificação dos veículos oficiais, máquinas e equipamentos dos poderes Executivo e Legislativo, teve seu parecer derrubado por maioria de seis votos a três -Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB), Magalhães e Zé das Pedras (PR) votaram a favor do parecer, os demais contra.

O projeto foi aprovado em primeira discussão e votação. Volta no dia 4 de setembro para aprovação final. Mas, deverá ter o destino de outras proposituras aprovadas à revelia da vontade do prefeito Cunha, ou seja, o veto.

Por que tamanha resistência da bancada do prefeito para as mudanças propostas por Olmos não se sabe. Ele propõe apenas mudanças no tocante a práticas enraizadas na política local e que podem sim, serem mudadas bastando a boa vontade legislativa local.

Exemplo? Por que Olímpia não pode, por sua livre e espontânea vontade, proibir vereadores de deixarem suas cadeiras na Casa de Leis para assumirem secretarias? Por que não pode a Câmara aprovar projeto de Lei exigindo que para poder assumir um cargo público, seja efetivo, seja comissionado, o cidadão tenha que ser “ficha-limpa”?

Alegam-se nos dois casos acima, que o município está “amarrado” à Federação, por meio da Constituição Federal, e ao Estado, enquanto subordinado à Federação. Mas, e a autonomia municipal em certos aspectos, onde fica?

No caso da identificação veicular, a alegação é a de que geraria gastos aos cofres públicos e como se sabe vereador não pode aprovar projetos que onerem os cofres públicos, o chamado vício de iniciativa. Mas, também argumentam os contrários à medida que os veículos já estão adesivados e portanto uma lei é desnecessária.

Observem que um argumento derruba o outro. Se os carros já estão adesivados, então não há que se falar em gastos. E se não há gastos, então por que não aprovar, para pelo menos normatizar esta situação e daqui para frente todos saberem que há lei neste sentido e a coisa não mais ficará ao bel-prazer do governante de turno? Por que o medo, a cisma, a resistência? Aliás, por que políticos têm medo de leis?

A PRIMEIRA
Consta que o Instituto Áquila já está prestes a transferir para seus cofres o primeiro pagamento a ser feito por Cunha, de R$ 150 mil, por este breve período de tempo passado após ser contratado.

Como o prefeito havia dito que o Instituto só seria pago mediante resultados concretos de seu trabalho, resta ao Executivo Municipal, agora, prestar contas sobre o que foi feito pelo IA para já fazer jus a este montante.

Conforme algumas informações, a única reunião que seus responsáveis fizeram até agora teria sido com os próprios vereadores, para falar sobre o trabalho que executam, explicar seu modus operandi.

Será que isso já justificou o pagamento?

 

‘GIRINO’ MULTICOR NA PRAÇA NÃO É OBRA PASSADISTA E FORA DO TEMPO?

O projeto de Ohtake já caiu no imaginário popular como um “girino” multicor

O prefeito Fernando Cunha parece ter dado mais um dos seus tiros no pé, ultimamente tão constante no cenário político-administrativo local. O anúncio de que pretende construir um “centro cultural” na Praça Rui Barbosa, caiu mal junto à opinião pública, que o julga desnecessário e o valor a ser destinado, R$ 3,5 milhões, absurdo, mais exatamente, um acinte, quando Saúde e Santa Casa, especificamente, estão à míngua.

Após a divulgação do projeto feito pelo renomado arquiteto e designer de móveis Rui Ohtake na imprensa local, sites e até em nota no Diário da Região, de Rio Preto (não se sabe com que intuito, considerando que tal publicação não foi, digamos, “espontânea”), as reações dos cidadãos nas redes sociais e nas rodas, primeiro foram de surpresa por tamanho desperdício de recursos em um projeto equivocado, depois, de indignação por contemplar uma visão nada moderna de se lidar com uma praça pública.

Houve também manifestações de estranhamento quanto ao formato do prédio em questão, algo parecido a um réptil multicor, ou como bem definiu uma internauta, um “girino”. Guardado o profundo respeito que merece ter o autor do desenho, não deixam de ter razão aqueles que estranham tal estrutura.

Ela rebusca o estilo de Oscar Niemeyer, de quem Ohtake é discípulo, mas estas formas sinuosas faziam sentido num país emergente a partir da década de 60, que se pretendia moderno e futurista.

Das críticas colhidas no Facebook, por exemplo, selecionamos três, que julgamos mais expressivas do estado de espírito a que foi remetido o cidadão olimpiense, tomando a liberdade de suprimir os nomes de seus autores, mas eles estão no Face, para quem se interessar em conferir:

Gostaria de ver a Santa casa com tanto investimento assim…nossa praça já teve sua beleza…que foi retirada pelo prefeito anterior dizendo que iria tornar Olimpia uma cidade futurista e agora outro dizendo ser mais futurista ainda. Sempre tive a ideia de que praça deveria ter árvores para ajudar no nosso clima, mas não entendo porque ninguém pensa na natureza…será que esse dinheiro todo não seria melhor empregado se fosse em outras áreas? Não consigo entender o ser humano…ou melhor, a política pregada por eles.

Este outro:

Ainda bem que não me enganei na hora do voto, mas pagarei junto com a maioria essa enganação em forma de “menino mimado”, que dizia que o ex- prefeito governava de costa pra cidade é de frente pro Thermas, esse parece estar dentro do Thermas, até secretário já caiu por discordar dos desejos de agradar o turismo do chefe do executivo. Três milhões numa praça recém reformada é uma afronta à nossa inteligência, tanto quanto contratar uma empresa por 1,8 milhão pra fazer consultoria administrativa, ou seja, trabalhar pro prefeito folgar. Não era difícil de prever que um dos sócios majoritário de um grande parque, só olharia pro turismo. E ainda tem mais três anos, vamos firmes sem creche em período integral, sem especialidades na saúde, sem hemodiálise, sem bilhete único, e sem e sem e sem tantas promessas deste forasteiro.

E mais este:

A saúde continua na mesma! Por experiência própria constatei que um simples exame de sangue tem demorado 40 dias para ser entregue, imagine os mais complexos… mas isso não parece ser relevante a gestão que chamou de “aventureiro” o prefeito anterior por querer construir um aeroporto, mas tem priorizado o supérfluo e deixado em muito a desejar naquilo que deveria ser essencial.

QUESTÃO DE DEMOCRACIA
OU A FALTA DELA
Concordamos que não é justa a cobrança no tocante à Saúde quando a verba a ser destinada a esta obra, sabemos todos, vem com o “carimbo” do Turismo, portanto não pode ser direcionada à Santa Casa, UPA ou a qualquer outra despesa dentro deste Setor. Mas, isso não justifica o verdadeiro desperdício do dinheiro.

Não, estes R$ 3,5 milhões não podem ser gastos em outra coisa. Mas daí “queimá-lo” todo para dar vida a uma edificação em forma de “girino” na nossa praça central é muito temerário, além do que a deixará, de certa forma, “encubada”, fechada, ao fazer parelha com outra edificação, esta enorme, a da própria Igreja Matriz.

Talvez para a nossa praça central o que esteja faltando seja um projeto paisagístico que venha dota-la de verde, árvores, vegetação (que pode até ser artística), sim uma mini-concha acústica para intervenções artísticas, culturais e musicais, enfim, uma praça arejada, aberta, livre, leve e solta, como devem ser, em geral, as praças públicas.

E isso, com certeza, se faria com um terço ou menos do montante estimado, com um resultado melhor.

A cidade está carente de uma “morada” decente para sua Biblioteca Municipal, seguramente uma das mais bem equipadas em termos de acervo da macrorregião, mas sem prédio próprio, coisa também de décadas, mas que agora, com dinheiro, pode ser corrigida.

Para encontros técnicos ou espetáculos fechados, até cinema, temos a nossa Casa de Cultura, sempre relegada a segundo plano ou objeto de reformas precárias ou “guaribadas” somente. Investir num reforma e adequação pra valer ali, é resgatar um tesouro histórico para os olimpienses.

Além do mais, temos a Praça do PAC, ou CEU no Jardim Paulista. Por que não incrementá-la, amplia-la se for o caso, fazer dali um ambiente que atenda não somente o público das imediações, mas que tenha a amplitude de um equipamento urbano democrático e, digamos, “plurisocial”.

Aliás, parece, também, que o prefeito Cunha estaria trocando esta obra por aquela da Avenida dos Olimpienses, muito mais adequada, necessária e moderna. Além do que estaria tirando dos olhos dos olimpienses e turistas, aquele modelo de desleixo administrativo de décadas.

E o tão propalado aproveitamento da Estação Ferroviária, com a transformação dali em um espaço de artes, cinema, cultura, música e lazer. Viram, quantas possibilidades com estes fins?

Ou seja, exemplos existem a cântaros para o emprego de tão alta soma. A ideia de investir tudo na instalação na praça do tal “girino” multicor, é pensamento reducionista, retrógrado e, acima de tudo, atitude a demonstrar total desconexão dos anseios populares locais.

Se insistir nisso, Cunha estará dizendo em alto e bom som ao cidadão pagador de impostos: “Tô nem aí, tô nem aí” pra vocês. E isso é muito perigoso. Quiçá antidemocrático.

COM MUDANÇAS À VISTA, CUNHA PODE DAR UM ‘SACODE’ EM SEU GOVERNO; OU NÃO?

E o pré-roteiro elaborado neste espaço em publicação do dia 4 de agosto, começa a se definir exatamente como foi tratado aqui. Alguém poderá imaginar que foi o próprio prefeito Cunha (PR) quem nos deu as linhas mestras do que viria a fazer dias depois, como é praxe sua comunicação com o semanário “gatinho-que mia” e seu poderoso editor, mas não.

Isso tudo é resultado do nosso incansável labor diário na busca pela informação em primeira mão, aquela que ainda está fervilhando nos bastidores. Bom, como se sabe (ou não?), Cunha está recriando a Secretaria de Agricultura, desmembrando a de Turismo, blá,blá, blá…

E assim, confirmando roteiro traçado neste blog, sem por nem tirar. A menos que resolva contrariar e mude tudo, embora a esta altura seja um tanto quanto difícil, uma vez que as peças no tabuleiro de xadrez já foram mexidas, e uma delas, pelo menos, já tenha mudado de lugar. Mas, vamos aos fatos.

O prefeito Cunha encaminhou à Câmara de Vereadores na sessão de segunda-feira da semana passada, dia 14, o projeto de Lei 5.262/2017, recriando a Secretaria Municipal de Agricultura, Comércio e Indústria, que no início do ano havia desativado alegando economia de recursos.

Com esta nova Secretaria, já aprovada em primeira discussão e votação de primeiro turno em Urgência, o prefeito teve que recriar também três novos cargos, o do próprio secretário e de dois assessores de Secretaria (Divisão de Agricultura e de Comércio e Indústria). Os três consumirão mais de R$ 17,2 mil por mês (o assessor percebe R$ 4.122,30 mensais e o secretário, R$ 9.005,79).

A medida foi necessária, entre outras coisas, para acomodar Tarcísio Cândido de Aguiar, o Sargento Tarcísio, que até a semana retrasada era suplente de vereador, exatamente em lugar de Luiz Antonio Moreira Salata (PP), que se desentendeu com o prefeito, a quem chamou de “neurótico”, e cujo governo tachou de “pornografia política”, e voltou para a Câmara.

Por enquanto, Aguiar ocupa o lugar de Salata em Turismo, mas deverá ceder a Pasta a outro vereador, Selim Jamil Murad (PTB), tão logo a Agricultura, Comércio e Indústria estiver consolidada.

A Secretaria de Agricultura estava atrelada a Turismo, e tinha se transformado em uma Diretoria. Agora volta a ter status de Secretaria e Turismo volta a ficar independente. Assim, Olímpia passará a ter 11 secretarias, não computando a Controladoria Geral do Município, cujo titular tem nível hierárquico de secretário.

A mudança obrigou também o encaminhamento do projeto de Lei Complementar 238/2017, este criando o cargo de secretário de Agricultura, Comércio e Indústria, revogando a LC 189, que em dezembro de 2016 extinguiu-a. Ambas as proposituras tiveram os votos contrários de Flávio Olmos (DEM) e Salata. Os projetos voltam para segunda discussão e votação na sessão do dia 28 de agosto.

O blog relatou tudo isso em primeira mão no dia 4 de agosto, especulando sobre a saída iminente de Salata, a volta dele à Câmara, a ida de Tarcísio Aguiar para Agricultura e a de Selim Murad para Turismo, abrindo vaga para Marcão Coca (PPS) na Casa de Leis.

Até este exato momento é este o desenho político para os próximos dias se concretizar. Se houver a mudança de alguma peça neste tabuleiro, terá sido meramente para contradizer o que aqui vem sendo narrado há dias. Ou por ter o alcaide vislumbrado um diferente ponto de “costura”.

Mas, dada a sua pouca habilidade política, talvez até por comodismo, ou para não correr o risco de apostar ainda mais em mediocridades, o que aqui foi dado, assim será cumprido. Oxalá!

‘OPS, FOI MAL’, É TUDO QUE CUNHA TEM A DIZER SOBRE A SAÚDE?

O prefeito Fernando Cunha (PR) só pode estar de brincadeira. Passados oito meses de governo e sua principal realização continua sendo a tentativa de continuidade das obras deixadas inacabadas pelo seu antecessor. Fora isso, é só queixas e lamentações. Choro e ranger de dentes.

E quando se imagina que nada mais grave sairá dali, eis que o alcaide lança mais essas: a de que precisará de mais um ano para sanear a saúde, que o próprio meio de comunicação que lhe dá sustentação diz que está “um caos” oito meses após suas tentativas malogradas de correção de rumo; e a de que a transição feita por ele junto ao governo passado, antes de tomar posse, “foi fajuta”.

Cunha precisa de duas coisas: aprender a governar urgentemente e, enquanto isso não acontece, aprender a pensar antes de falar. “Prefeito diz que precisará de mais um ano para sanear caos da saúde”, é a manchete daquele jornal que, conforme disse, já foi um leão e hoje apenas mia feito gatinho diante do governo de turno, e que na introdução do texto dando ciência a seus leitores de tamanho desalento, tenta justificar o injustificável.

“A solução desses problemas parece estar mais distante do que era imaginado inicialmente, fazendo crer que o sofrimento dessas pessoas ainda vai demorar para chegar a um momento de solução mais rápida”, afirmou.

Perceberam a meiguice das declarações do alcaide? A que se perguntar se foram preciso oito meses para ele perceber que a solução está “mais distante do que era imaginado antes”. Imaginado por quem? Pelo gnomos? Pela fada dos dentes? E tem mais:

“Eu tenho sensos de urgência, gostaria de fazer isso para a semana que vem, mas acho que vai talvez um ano mais para a gente ter um sistema de saúde mais razoável para a população aceitar bem”.

Isso dói na alma de quem ainda nutria um fio de esperança de que estava na cadeira principal da Praça Rui Barbosa, 54, alguém assaz preparado para dar um fim às agonias prementes do cidadão pagador de impostos e usuário do sistema público de saúde.

“Em Olímpia a situação da saúde é muito ruim. Essa é a realidade. Não é porque quero criticar esse ou aquele. É uma consta­tação”, avaliou.

Em Olímpia e alhures o sistema de saúde “é muito ruim”. Portanto, o sistema de saúde em Olímpia seria ruim na medida em que não há o que fazer para melhora-lo, ou seja, a saúde local vinha sendo tocada, digamos, da melhor maneira possível, e assim sendo, Cunha candidato prometeu o que agora não tem como cumprir.

É como se chegasse agora para dizer ao povo que continuasse a sofrer as agruras de uma saúde que, aos trancos e barrancos, foi oferecida ao cidadão, com suas deficiências e carências, situação que não mudou um tiquinho sequer, a não ser para pior, uma vez que sequer alguém do ramo o governo conseguiu encontrar para gerenciar o setor.

Teve que improvisar, numa área em que improvisos geralmente redundam em sofrimento alheio quando não em mortes. Mas, não nos desesperemos, porque o prefeito disse àquela emissora amiga aqui do centro que “já entendeu os pontos mais fracos desse setor e já começou a atacar o problema. “Só que é caro e toma tempo”.

E o que o cidadão doente, que precisa de medicamento, de um exame, de uma cirurgia, de um atendimento de urgência, tem a ver com isso? Ele paga seus impostos e estes impostos têm que ser convertidos pelo menos em um atendimento digno em saúde, prover seu bem estar físico, emocional e psicológico.

E quanto a tomar tempo, digamos que tempo é o que mais um governo deve dispor para enfrentar questões prementes. Decerto, na visão do alcaide, problemas físicos como prioridades em estabelecimentos de saúde seja mais benéficos ao cidadão do que a solução de problemas estruturais de atendimento.

Reclamar, definitivamente, não deveria mais fazer parte do “cardápio” governamental de Cunha. Isso já está ficando chato.

MENOS DINHEIRO NA SAÚDE EM 2018
A propósito, para quem ainda não sabe, nos números apresentados por Mary Brito Silveira, secretária de Finanças de Cunha, na Audiência Pública sobre o orçamento para o ano que vem, os gastos previstos em Saúde estão estimados 42,6% abaixo daqueles previstos para serem investidos este ano. Ou seja, em espécie, a Saúde olimpiense, que o então candidato Cunha disse ser prioridade, terá R$ 11,6 milhões a menos em 2018.

Os gastos orçamentários em Saúde, por lei, têm limite mínimo de 15%. Cunha estima chegar a até 23%. No Orçamento em execução, estão previstas despesas no setor da Saúde de R$ 38,8 milhões, e para o ano que vem, Cunha quer despender R$ 27,2 milhões. Nessa toada, o ano que vem vai de “embrulho” também.

COMO ASSIM, TRANSIÇÃO NÃO EXISTIU?
É claro que o prefeito Cunha não ia dar esta noticia desalentadora assim, do nada. É preciso que haja um culpado, ou uma culpa para impingir a outrem e “limpar” a sua própria. Então, o que ele faz? Vem dizer que houve “falhas estruturais que prejudicou(sic) a transição de governo”. Como assim?, pergunta o Zé na esquina.

Poderíamos aqui trazer arquivos e mais arquivos dos jornais locais, eletrônicos ou impressos, constantes ou não no “portfólio” de agraciados com contratos de publicidade oficial, onde o então prefeito eleito e depois o prefeito em exercício diz de viva-voz que a transição foi um sucesso e que tudo estava em ordem.

E agora vem dizer que a tal transição “foi fajuta”? Entre outras coisas, acusando uma “concentração de poder muito grande, um autoritarismo muito grande”? Tipo de situação que deveria ter sido denunciada na hora, sem pestanejar. Por que só agora?

“Quer dizer, essa transição de governo foi fajuta, uma transição de discurso”, classificou Cunha. Ora, então foi discurso da parte dele, porque só ele falou sobre a tal transição antes, durante e depois. E nunca se queixou, pelo que nos lembramos.

“Nem mesmo sobre a fila de espera por exames ninguém tinha conhecimento”. Convenhamos que se foi feita transição na saúde e ninguém tomou conhecimento disso, alguém foi relapso.

Não se pode culpar ou alegar “autoritarismo” da outra parte, se quem está ali para obter estas informações tem todo o poder de direito e os meios judiciais para fazer valer tais direitos. Portanto…

E para concluir: Cunha disse ao filósofo, advogado e jornalista: “Havia problemas também na área de medicação que teve que ser totalmente reorganizada a distribuição de medicação”.

E nós contribuímos com uma informação ao prefeito: este setor não está reorganizado coisa nenhuma, e a distribuição de medicamentos continua do mesmo jeito, ruim à beça, embora já tenhamos nos deparado com  relatos de que tenha piorado em relação ao sistema anterior.

Enfim, de tudo o que o alcaide disse àquela emissora amiga, pode-se tirar uma única conclusão: a de que ele veio a público expressar o seu “Ops, foi mal!”.

INFLAÇÃO ALTA OU INFLAÇÃO BAIXA, O DILEMA DO FUNCIONALISMO É.

Um terrível dilema se abate sobre os funcionários públicos municipais para 2018. O de torcer para a inflação cair ao máximo para não comprometer seu poder de compra, ou que ela vá aos cumes, para que possa vislumbrar um acréscimo maior em seus salários. As duas hipóteses, é bom que se diga, em nada ajudará a categoria.

Este comentário jocoso vem a propósito do que disse a secretária de finanças de Cunha (PR), Mary Brito, na quarta-feira passada, durante audiência na Câmara, para apresentar a previsão orçamentária de 2018. Se a peça não traz lá noticias alentadoras de modo geral, para os municipais menos ainda, a julgar por matéria inserida na edição desta sexta-feira, 18, do semanário Planeta News. Leia abaixo:

Os funcionários públicos municipais de Olímpia, que já neste ano de 2017 receberam somente o repasse da inflação, de 6,29%, não deverão vislumbrar melhoras salariais consideráveis também para 2018, uma vez que só terão o repasse inflacionário, algo na casa dos 3,5% ou menos. Quem adiantou a informação foi a secretária de Finanças do prefeito Cunha (PR), Mary Brito Silveira, durante Audiência Pública sobre o Plano Plurianual-PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias-LDO e Lei Orçamentária Anual-LOA, na Câmara de Vereadores.

Este ano, o prefeito Fernando Cunha concedeu apenas a inflação de 2016 aos funcionários públicos municipais, índice que valeu, também, para o vale-refeição, eliminando a possibilidade também dos 2,5% de aumento real reivindicado pelo sindicato da categoria. Segundo o prefeito, o repasse inflacionário, este ano, representou montante em torno de R$ 5,5 milhões sobre o valor anterior da folha de pagamento.

Para 2018 a estimativa é despender R$ 68 milhões com a folha dos municipais, somente na administração direta, excluindo Saúde e Educação. “Não estamos prevendo aumento real de salário neste momento”, disse a secretária, em resposta a questionamento feito pelo vereador Hélio Lisse Júnior (PSD). “Portanto, o aumento para o funcionalismo deverá se ater à inflação do período, que deve ficar em torno de 3,5%”, completou.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Olímpia-SSPMO, Jesus Aparecido Buzzo, estava presente à Audiência, mas preferiu não tecer nenhum comentário a respeito da declaração da secretária, preferindo aguardar para ver como as coisas se darão até o ano que vem. Ano passado ele havia reivindicado 9,24% de aumento nos salários, e 30% no Auxílio Alimentação, que passaria de R$ 115,44 para R$ 150, o que não vingou. A data-base da categoria é janeiro.

PLANO DE CARREIRA
A propósito, o prefeito Fernando Cunha havia decretado um prazo de no mínimo seis meses para tratar da questão do Plano de Carreira dos professores, conforme reivindicação da categoria, e compromisso assumido pelo então candidato Cunha. Porém, já caminhando para o final do oitavo mês de governo, até agora o professorado não viu uma linha sequer do tal Plano.

A última vez em que se ouviu falar do Plano de Carreira dos municipais foi em abril do ano passado, quando o prefeito Geninho (DEM) recebeu da Comissão formada com esta finalidade, o Plano de Carreira do Magistério da Rede Municipal de Ensino. O Plano anterior era de 1999, e estava em vigência até então. “Mas, nesse período aconteceram várias mudanças na Educação e alguns pontos precisaram ser atualizados nessa lei”, explicava a então secretária Eliana Bertoncelo Monteiro.

A Comissão formada era composta por representantes de diretores e coordenadores de Ensino Fundamental, professores do Ensino Fundamental, creche e pré-escola. “Todos os membros foram eleitos para representar cada setor”, explicou a secretária. Portanto, se Cunha quiser poderá fazer bom proveito. A menos que decida mudar também o documento, como tem feito com os projetos de obras deixados pelo seu antecessor, Geninho Zuliani.

SECRETÁRIO SALATA LEVA ‘BOLA NAS COSTAS’ DE CUNHA

Se outras razões não houvessem para que o ainda secretário municipal de Turismo, Agricultura e Desenvolvimento Econômico, Luis Antônio Moreira Salata, vereador licenciado do PP, pegasse seu “boné” e fosse para casa, ou melhor, para a Câmara, a deselegância, para dizer o mínimo, cometida pelo prefeito Fernando Cunha (PR) neste final de semana, seria motivo mais que suficiente.

Em meio aos burburinhos, e ao “furo” inconteste deste blog no tocante à solução do embate velado entre o alcaide e o secretário, o chefe do Executivo fez circular por meio daquele semanário – que, surpreendentemente não ruge mais feito leão contra as coisas como fazia no governo passado, e mia constrangedoramente neste governo – que estava propenso a promover mudanças na Secretaria de Turismo, e reativar a de Agricultura.

Exatamente como narrado aqui na sexta-ferira pela manhã. O jornal-amigo, como vem fazendo nos últimos tempos quando o assunto é governo municipal de turno, tratou de colocar uma “cereja” no bolo, na tentativa de fazer passar por uma ação administrativa corriqueira, mas provocando uma saia justa e desmoralizando o titular da Pasta que, assim, acabava de ser destituído do Turismo, via imprensa.

Se isso não for um ato de profunda deselegância, que nome se poderia dar a esta atitude do prefeito? Já se sabia do desfecho, que mais cedo ou mais tarde Salata seria “rifado”, mas não passava pela cabeça de ninguém que fosse enxovalhado publicamente, desmerecido em sua capacidade administrativa e tido seu nome citado como “virtual” secretário de uma secretaria  a ser criada e, pior, sem ser consultado antes.

A propósito, o próprio Salata havia dito, na quinta-feira à tarde, ao semanário Planeta News, ter mantido reunião com o prefeito Cunha, na quarta-feira de manhã, e o assunto mudanças na sua Secretaria sequer foi ventilado.

Difícil imaginar que Cunha tenha tido esta ideia de quarta para quinta-feira e, ainda assim, não chamou de volta seu secretário para informa-lo primeiro de tudo e consulta-lo sobre a possibilidade. Ou seja, naquela reunião o óleo para a “fritura” de Salata já estava fervendo. Talvez ele até tenha sentido o mormaço, dadas suas manifestações.

Quanto ao jornal pró-Cunha, leia abaixo parte dos comentários publicados na “Coluna do Arantes”, com os devidos adendos:

EM SÃO PAULO, …
… na quinta-feira desta semana, onde foi, junto com seu vice, o médico Fábio Martinez, em busca de verbas para a área da saúde, após refletir e chegar a tal constatação, Cunha tomou a decisão de desmembrar as secretarias que havia fundido.

Ou seja, foi somente durante a viagem, decerto sem ter no que pensar, que Cunha refletiu e…”plim!, vou mudar a secretaria”. Será que ele comentou com seu vice sobre o “insight”?

EM CONTATO …

… telefônico com este jornalista, no final da tarde de quinta-feira, confirmou o que já se comentava nos bastidores. Vai mandar para a Câmara, no decorrer da semana, projeto de lei para recriar uma secretaria exclusivamente para o Turismo e outra para a Agricultura, Indústria e Comércio.

Presume-se, pois, que Cunha, ao tomar a decisão, pegou seu celular e ligou para o primeiro nome que lhe veio à cabeça, sem antes, talvez, comunicar sequer seu vice: o colega Antonio Arantes. Deu-lhe a informação que este blog antecipou na sexta-feira de manhã, mesmo sem ter recebido telefonema nenhum.

 PARA O TURISMO …
… Cunha ainda não tem o nome certo para levar adiante os projetos que tem para o setor. Mas garante que o novo membro de seu governo terá que estar afinado com a importância do Parque Aquático Thermas dos Laranjais para o desenvolvimento econômico da cidade.

Bom, quanto a ter “o nome certo”, não é crível que Cunha, tão diligente com o colega, não lhe tenha dito que o primeiro nome da lista é o vereador Selim Jamil Murad, do PTB, que, entre outras coisas desejadas pelo prefeito, está, sim, “afinado” com a importância do Thermas.

NA OUTRA, …
… a que englobará a agricultura, a indústria e o comércio, secretaria que cuidará do desenvolvimento destes setores, pretende que continue o vereador Salata que, na área, tem mostrado desenvoltura.

“Na área tem demonstrado desenvoltura”, enquanto “espalhador” de feiras livres pela cidade, eis a ação mais visível de Salata nos últimos tempos. É também uma maneira pouco sutil de dizer que, para o Turismo, ele não serve.

Não acreditamos que Salata aceite, haja vista que lhe viria como “prêmio de consolação”, uma vez que Cunha já demonstrou pouco interesse nesta área, e estaria recriando a Secretaria de Agricultura por pressão do setor, haja vista ter sido um erro colossal sua desativação, embora o alcaide talvez pense diferente.

Mas, sem problemas aí também. Salata voltando à Câmara, quem sai é Tarcísio Aguiar, o Sargento Tarcísio, suplente do PRTB, que não se furtaria em aceitar o convite de Cunha para preencher aquela Pasta. Afinal, ele merece um espaço maior no Governo, depois de tamanha ênfase na defesa dos interesses do Executivo naquela Casa de Leis.

É este o roteiro a ser seguido nas próximas horas. A menos que Cunha tire das mangas de seu paletó nomes-surpresa para assessora-lo nestas duas pastas. Mas, pelo que temos visto até agora neste Governo, é melhor Cunha lançar mão do certo, para que não amargue, mais ainda, o desgaste que tem vivido de apostar no duvidoso.

A propósito, prefeito, nosso celular é 9.9220.3894, para o caso do senhor ter um novo “insight” qualquer. O blog também tem grande interesse nas novidades administrativas.

PS: em se confirmando o roteiro, Marco Antonio Parolim de Carvalho, do PPS, o Marcão Coca, será o novo nome na Câmara de Vereadores.

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