Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVII

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Liderança política: Olímpia abaixo de zero

Representatividade, quero uma para sobreviver.

Comecemos assim o texto de hoje, apenas para lembrar que força política ou se tem, ou não se tem. Não é o marketing que vai ditar esta norma. Não são as bravatas. São os resultados práticos e verdadeiros de uma empreitada.

Não é com imensa alegria que escrevemos hoje estas mal traçadas linhas. É com o pesar de constatarmos que a voz da comunidade desta urbe turística soa fraca e não impositiva alhures.

Estramos falando de uma “força” atrelada aos mandatários maiores do Estado que, mesmo assim, resultou infrutífera.

Este episódio da regressão de fase de Olímpia do amarelo para o laranja, seria o ponto “G” para quem tem gana de se mostrar influente em escala superior mas, vê-se, não há influência, talvez haja só companheirismo político-eleitoral.

Sendo assim, a urbe turística está órfã, ainda que tenha um representante eleito na mais alta corte legislativa do país.

Convenhamos que o alcaide não goza de prestígio considerável junto ao menestrel da paulistada. Fez campanha para seu adversário, criticou-o, depois criticou-o de novo quando suspendeu os convênios todos firmados pelo antecessor, impropérios que sobraram até para o tucanato local.

Bom, considerando que em política tudo é superável conforme os interesses contidos em cada virada de mesa -vide o representante legislativo e o próprio alcaide-, então estão fazendo pouco ou não estão sendo capazes de fazer o essencial para dissipar do coração ferido do superior executivo todas as mágoas que por ventura lá morem.

Mas, é pueril apelar para corações e almas em política, certo?, alguém já disse um dia. Política é a arte, não só de “engolir sapos” mas, também, com muita propriedade, de saber pensar para o amanhã bem à frente e não somente para a próxima hora.

É também a arte de saber que quem planta erva daninha pelo caminho, além de não formar um belo jardim, não colherá multicoloridas hortênsias quando retornar por ele.

Liderança é algo nato. Às vezes nos deparamos com alguns arroubos dela em certas pessoas, que nos decepcionam pouco depois. Descobre-se que foram apenas truques da imaginação.

Assim, a representatividade, que decorre da liderança, passa a ter escala zero. E esse nível percebemos agora, quando o alcaide teve que chamar para si uma responsabilidade de peso tamanho, que só o tempo dirá qual será também o tamanho de suas consequências políticas.

Nisso não há nobreza, como alguns querem impingir ao senso comum. Antes, há temor, e muito, de um desastre antecipado definitivo.

A alternativa seria acocorar-se sob um arco de incompetências e contar os dias antes da tempestade desabar.

Voto que tem preço não tem valor (Análise conjuntural)

Não se iludam os incautos eleitores desta urbe turística com os primeiros minutos ouvidos esta semana da propaganda eleitoral gratuita.

Ali, parece estarmos mergulhados em um mundo de paz e respeito, epítetos de um marco civilizatório buscado por tantos na política brasileira.

Para aqueles que preferem a incivilidade, no entanto, então recomendamos os bastidores. Ali a situação está monstruosa. Ali a falta de caráter, de moral e ética são a tônica das coisas.

Bom, já falamos aqui na semana passada sobre como funciona este espaço tão importante, às vezes fundamental em uma campanha política. Dele saem as boas coisas, dele saem as perversidades.

Não é muito chato quando você se depara com situações em que um candidato menospreza o outro por este não ter dinheiro para a “corrida final”, como chamam?

E quando na caradura dizem ao interlocutor que, no final, este ou aquele candidato “vai comprar os votos” do outro que está bem melhor que ele na preferência do eleitor?

Não é muita falta de caráter sair por aí desinformando o eleitor sobre o candidato concorrente, dizendo coisas como “ele desistiu da campanha” e pedindo a ele o voto que era do outro -que não desistiu, na verdade?

Não é antiético dizer que o oponente não vai chegar até o fim com fôlego e disposição, porque “quando os cavalos top de linha” começarem a correr, os demais vão ficar para trás?

(Por “top de linha” entendam: ricos, cacifados, dispostos a comprar de Antonio a Zeferino).

Não é de dar engulhos quando se sabe que determinados candidatos estão sentados sobre sacos de dinheiro esperando o momento de sair por aí praticando “bondades” pessoais -eis que o eleitor também não é flor que se cheire?

Mas, entendemos que vergonha maior cabe àquele que chega ao poder à base de milhares ou milhões de reais.

Porque cada voto recebido não se pode contar como adesão voluntária do cidadão às propostas, ao programa e ao trabalho pregresso daquele político.

Para este eleitor, tanto faz, como tanto fez. Seu voto teve preço, não valor. Já que foi comprado como uma mercadoria barata de banca de beira de estrada. E não raro ajudou a eleger um vereador ou prefeito tão vadio e desavergonhado quanto ele.

Mas, ambos sabem disso. E pouco importam os outros desconfiarem, olharem torto. Aqueles que ainda acreditam que um governo se firma na honradez, no brio e no reconhecimento pelos trabalhos prestados. Pouco importam.

Como falar em “trabalhos prestados” se o cabra sai por aí comprando a tudo e a todos para se garantir na cadeira? Se compra votos, é porque teme a justiça popular. E ela, quando não corrompida, é a pior (ou a melhor?) de todas as justiças.

Estamos num período de profunda carência popular, momentos difíceis provocados pela pandemia. Os políticos abonados e de má índole esfregam as mãos de contentamento. É a seara perfeita onde decerto irão plantar suas sementes de mau caratismo.

Cabe ao eleitor fazer o julgamento de ações pregressas, falas, atitudes, decisões, comportamentos e assim decidir seu voto. Não cabe medir o candidato pelo que ele tem e consequentemente, pelo que se pode “tirar” dele.

Porque depois, o que se verá são políticos inescrupulosos, senhores de si, que entendem terem quatro anos para fazer e desfazer de seu cargo, desdenhar o público, se alimentar e alimentar aos seus próximos da res publica.

Enfim, só o povo, por sua vontade e decisão, pode mudar ou moldar o caráter do seu representante. Porque grande parte dos representantes não tem caráter nenhum.

Não se deixe iludir, pois, nobre eleitor, com a docilidade dos homens públicos, antes brutos e desrespeitosos, na busca pela manutenção de seu próprio status quo.

Os bastidores eleitorais e a cozinha do belo restaurante

Quer conhecer bem um candidato? Ou o personagem ao qual você pretende dar seu voto numa eleição qualquer? Proceda da mesma maneira que deveria proceder naquele restaurante a que vai pela primeira vez: vá à sua cozinha.

Os bastidores são a “cozinha” de uma campanha eleitoral. Procure acompanhar, de alguma maneira, tais bastidores, sejam eles quais forem, comparados ao do adversário.

Ambos podem usar e abusar da mesmas táticas, se tiverem o mesmo nível de poder econômico, que campanha política não é coisa para amadores. Mas, também, ambos bastidores podem revelar dessemelhanças gritantes.

Há aquele bastidor mais agressivo, intempestuoso, desrespeitoso até, no trato com os adversários. Campanha eleitoral é jogo de poder, e este fica bem exposto quando se conhecem bastidores.

Há intrigas aos montes, queixumes, lágrimas de sangue e injustiças. Muitas injustiças. Há manifestações explícitas ou veladas de preferências, há pressões, deserções, boicotes…

Afinal, ninguém entra na luta para perder. E dentro desta “seara”, há aqueles candidatos que acham que o vale-tudo deve ser a pedra-de-toque dos trabalhos, das ações com vistas aos fins.

Porque para se chegar a eles de forma a não sofrer percalços, os fins sempre hão de justificar os meios.

Nos bastidores se fala mal do candidato adversário e não raro até mesmo do candidato para o qual se trabalha.

Se for candidaturas a prefeituras, fala-se mal dos candidatos a vereadores dentro do próprio comitê, muitos se xingam à boca pequena e há até aquela torcidinha básica para que o candidato-mor perca a disputa em favor do oponente.

Isso ocorre à larga principalmente onde a arrogância, a prepotência e o desprezo aos colaboradores e parceiros são indisfarçáveis.

Porém, um pouco mais raro existem aqueles bastidores que são um ajuntamento de pessoas que visam um bem comum e o suor é derramado coletivamente.

Não há estrelismos e o que for de um, será de todos. Estes bastidores podem até serem chamados de comunidade, tamanha a harmonia a que se assiste.

Há bastidores, como já disse acima, onde sempre os meios vão justificar o fim. E há aqueles em que se busca o fim com dignidade, integridade, respeito ao outro e o grupo segue de mãos dadas.

Neste caso, se obtiver sucesso, a vitória será de todos, porque terá uma gota de suor de cada um nela.

Nos bastidores onde imperam a força, o vale-tudo, e o personalismo, claro que, chegando à vitória, ela não terá sido de todos, mas daqueles que se acham acima dos meros mortais, meros serviçais de seu bel-prazer.

Quer conhecer bem os candidatos? Conheça a “cozinha” onde se preparam as “iguarias” que cá de fora, parecem tão irresistíveis.

Mas que quando conhecemos o modo de fazê-las, sofremos terríveis engulhos.

ERA UMA VEZ…

“Existiu há tempos um reinado onde pessoas do bem e pessoas do mal conviviam harmoniosamente, quase sempre. Certa feita, naquele reinado, apareceu um peregrino que, devido a forças telúricas, se tornou rei.

Este rei, aparentemente não gostava do seu povo. Apenas bajulava os estrangeiros que vinham trazer vantagens pecuniárias ao reinado, das quais uma certa quantia ia para sua Almoniere já abarrotada de ouro.

Muito bem, passou-se o tempo e tal reinado ia chegando ao fim. O reizinho, todo impoluto e dono de si decidiu que ainda não era a hora de deixar o trono.

E quando lhe argumentaram que o povo não o amava tanto assim, ele arguiu sua máxima: “O povo, ora, o povo é só um detalhe”. E lançou-se, e aos seus bajuladores, na empreitada pela permanência no trono que usurpara dos nativos.

O reizinho que o antecedera, findada todas as possibilidades de se manter no trono, suspeita-se ter ido a terras não muito distantes buscar aquele predestinado para o substituir. Eis que não confiava nos acólitos que o rodeavam.

Pois bem, tomado o trono, o reizinho tornou-se absoluto, inimigo de seu povo e, pasmem, senhores!, até do antecessor, atacando-o de todas as formas.

Porém, quando se esperava que este ex-rei viesse com sua legião para o combate, para reaver o trono, capitulou, juntou os poucos combatentes que lhe restaram e foi emprestar apoio ao reizinho absoluto.

Então, o reizinho, sentindo-se fortalecido, colocou ainda mais à mostra sua peculiar sanha persecutória e de vingança a quem quer que se atrevesse a dificultar sua caminhada.

Ouviu-se nos corredores do palácio, seu tonitruar inconfundível, quando se dirigia aos acólitos: “Quem não está comigo é meu inimigo, e aos inimigos, a forca!”.

Consta que sua primeira vítima teria sido uma inocente donzela à qual havia assediado para que se unisse a ele e aos seus, na batalha pela permanência no trono, ao qual se apegara de forma incontinente.

A donzela, de um vilarejo distante, muito amada pelos moradores do local, teve a ousadia de dizer a um dos acólitos do rei que sim, estaria ao lado dele, mas precisava também levar consigo na jornada outra donzela, de outro vilarejo, na busca por um dos assentos do burgo.

Não satisfeito com a “infidelidade” da donzela, o reizinho a rechaçou. Ela, então, muito triste, foi reclamar sua sorte com a amiga, temendo o pior.

Esta, então, lhe apresentou um jovem rebelde que, no condado, arregimentava bravos e corajosos guerreiros para reaver, para o povo, o trono usurpado.

Enfurecido, o reizinho lançou mão de sua mais habitual resposta, que era o uso do mecanismo do poder sem respeitar o limite da ética, do pudor e do direito do outro: convocou seu mais valioso bobo da corte para que fizesse o serviço sujo, em seu nome, e assim colocasse uma trava nos propósitos da donzela….”.

PS: Infelizmente não se sabe como a narrativa termina, porque seu autor, um degredado daquele mesmo reinado, foi encontrado boiando no grande lago dos mandriões.

Como vivia isolado pelos cantos, dormindo onde lhe dessem abrigo, comendo os restos até dos cães, não foi difícil incutir no povo, a verdade oficial, de que ele, bêbado, caiu naquele lago e se afogou….

Geninho, um político comum

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários. Miséria política, é o nome disso.

Artimanha com vistas a um futuro que talvez só ele e sua cúpula vislumbrem para Olímpia, subserviência aos “caciques” do partido, ou mera covardia política?

Como o nobre leitor classificaria a decisão do deputado federal Geninho Zuliani de deixar seus parceiros locais a ver navios, esperançosos que estavam de seguir caminhos próprios, de mãos dadas com um candidato majoritário que fosse do agrado de todos?

A artimanha caberia aí porque com a sua virada de mesa, o deputado desarrumou toda a oposição ao atual prefeito, além de pavimentar seu caminho com as facilidades eleitorais que ele tanto necessitava.

A subserviência viria como segunda possibilidade, uma vez que Cunha prefeito da Estância é resultado de uma “arrumação” do mentor político do deputado, Rodrigo Garcia, que agora desejaria tê-lo por mais quatro anos à frente do Executivo local, a fim, então, de levar a cabo a “artimanha” do amanhã.

A mais triste das possibilidades também pode ser verdadeira. Geninho apenas teria se acovardado diante de seu grupo e de seu principal oponente, já que teria que demonstrar suprema força política e de arregimentação.

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários.

Miséria política, é o nome disso.

Triste tal situação, para quem acaba de galgar dois degraus acima da seara política da província. Chegou lá e para muitos, seria a sacramentação como “ducis ingenium“. Mas, enganou-se quem assim raciocinou.

Geninho agora demonstra ser, isso sim, um político comum. Daqueles de muita sorte. Com capacidade infinita de conquistar votos, mas em nível local, haja vista sua penosa escalada ao Congresso.

(O que agora pode se inverter: terá facilidades lá fora (?), mas dificuldades aqui dentro. Seu protegido de turno foi vítima desta mesma tragédia. Perdeu sua reeleição à Assembleia paulista aqui na província)

Todos os que se dignaram a sair candidatos à Câmara de Vereadores pelo Democratas estão profundamente constrangidos. Não têm um nome à principal cadeira da Praça Rui Barbosa para chamarem de seu.

No fim das contas sobram quatro candidatos a prefeito na cidade, 129 candidatos a vereadores, dos quais talvez nenhum saia eleito das hostes do deputado.

Vergonha democrática. Ou seria do Democratas e seu, até então, principal personagem em nível local?

Geninho vai domar o leão que ruge à sua frente?

Quando a gente vê o deputado federal olimpiense Geninho Zuliani (DEM) todo serelepe por aí lançando candidaturas a prefeitos e prefeitas, automaticamente nos perguntamos: Por que não aqui, também? Mas, deixemos que a história responda.

Zuliani está agora empenhado com sua chapa diminuta de vereadores, a ser confirmada na convenção deste domingo, 13. O deputado vive um dilema crucial, pois terá chances diminutas de mostrar que ainda tem alguma influência política na cidade, considerando que imagem política positiva e influência política não bebem café à mesma mesa.

A meta do deputado, dizem, é formar uma bancada de pelo menos três vereadores dentro de sua reduzidíssima relação de nomes. Missão hercúlea para o congressista da Estância, e perigosa para quem se aventura estar ao seu lado nesta empreitada.

Ele tem nesta caminhada apenas um ocupante de cadeira no Legislativo, Luiz Antonio Moreira Salata. Caso vislumbre a impossibilidade de emplacar os pretendidos três, em quem os senhores acham que ele vai centrar seus esforços?

Enfim, para nós, espectadores, vai possibilitar vermos se Geninho ainda cavalga o leão da ‘selva’ eleitoral da cidade.

Ou, se não, ficaremos nos perguntando onde foi que um belo dia o deputado deixou o leão que sempre cavalgou.

PESQUISAS AMEDRONTAM
Começo este outro curto tópico, com mais uma pergunta: por que pesquisas assustam tanto o prefeito de turno, candidato à reeleição?

Os moralistas virão com aquele argumento de que os pedidos de impugnações são decorrentes das ilegalidades, das dúvidas, etecetera e tal. Já foram duas. E, coincidentemente, duas que não lhe davam vantagem numérica.

Mas a primeira a ser divulgada, que o coloca em uma posição nunca antes imaginada, ele não se opôs, e até comemorou, por meio de seus bate-paus.

Os moralistas vão dizer mas aquela foi feita pelo SBT que contratou um instituto (supostamente) idôneo. Será?

Cadê as outras pesquisas que prometeram fazer “em vários municípios”? E não nos esqueçamos das relações íntimas do poder com a mídia em questão e nos lembremos que ninguém teve a iniciativa de barrá-la. Porque podiam.

Não considerando aqui os aspectos legais e/ou ilegais envolvidos na situação com um todo, a pergunta é: por que Cunha tem medo de pesquisas que não são dele?

Eleições-2020 e o círculo concêntrico da Estância

Atentem para um detalhe: o deputado federal Geninho Zuliani, em sua chapa conta com apenas um vereador na busca pela reeleição: Luiz Antônio Moreira Salata.

Ao longo dos últimos quase quatro anos, perdeu dois parceiros demistas: Flávio Olmos e Luiz do Ovo.

Agora, acaba de perder seu parceiro de primeira hora e “pau-para-toda-obra”, o tucano Gustavo Pimenta.

Não é pouco, para quem ocupa um cargo da magnitude de um deputado federal, e de cuja cidadezinha foi político destaque, com carreira política relâmpago.

O deputado tem uma missão: fazer uma bancada de no mínimo três vereadores. Consta ser seu compromisso, aliás.

Menos que isso, dará a exata dimensão de seu peso político na cidade. Menos que isso, sua representatividade legislativa na Estância estará comprometida.

Esse foi o calvário de Cunha, quando deputado. Não agregou na urbe de onde fora originário. E inviabilizou sua reeleição dentro dela.

Pimenta era o único nome que lhe restara como potencial candidato a prefeito, depois que rechaçou a candidatura Flávio Olmos, por razões que só ele, deputado, poderia revelar.

Mas, se Pimenta lhe fora um vice confiável por duas vezes e agora um vereador igualmente confiável na defesa de seus interesses políticos, parece não ser confiável o bastante para disputar a cadeira principal da Praça Rui Barbosa.

Igualmente a Olmos, somente o deputado poderia revelar por quais razões Pimenta não lhe serve agora.

No caso do pré-candidato a prefeito consolidado podem ter ocorrido turbulências de bastidores na relação de ambos ao longo do tempo.

Já no caso do pré-candidato a prefeito tucano ainda por ser chancelado, talvez por ter detectado ser um nome inviável eleitoralmente.

Mas isso foge à razão, por ter sido Pimenta a emprestar-lhe nome e prestígio quando disso precisou, nos primeiros movimentos em 2008.

Há políticos que quando abraça um parceiro, o mantém ali, enredado, forte e seguro, e com ele enfrenta as maiores tempestades.

Há políticos que não fogem do barco quando o mar se apresenta turbulento, duvidoso, com altas e perigosas ondas.

E estes, damos o nome de líderes.

Que líder sou eu?

Não que isso não fosse o esperado. Era. Mas é tão frustrante quando o pior de nossas expectativas se cumpre, é ou não é?

Fato consumado, o deputado federal Geninho Zuliani, do DEM, “lava as mãos” com relação a encarar uma oposição ao atual detentor da cadeira principal da Praça Rui Barbosa e anuncia que vai facilitar a caminhada daquele que é o seu maior desafeto político, até em níveis judiciais (consta terem sido mais de uma dezena de denúncias na Justiça, algumas ainda em andamento).

Mas, a justificativa que ainda não foi dada, parece ser em razão de ordens emanadas de cima para baixo. Pode ser também falta de vontade do deputado ou, pior ainda, de capacidade de arregimentar bons nomes ao pleito no seu entorno.

O que redunda em renúncia à busca pela posição de liderança política desta Estância, tão necessitada de uma.

Acomodando-se tal como fará, Geninho evita uma eventual derrota política e o desgaste com consequências futuras. Como presume-se estar ele bem avaliado no momento, devido às circunstâncias, preferirá garantir sua reeleição sem muitos riscos.

Enquanto isso, o lugar reservado a uma liderança política local continuará vago. Até quando, o tempo dirá.

Cunha lança mão do ‘velho’ para buscar sua reeleição

Prefeito da Estância Turística formou base com seis dos atuais vereadores, sete ex-vereadores, alguns nomes que tentaram, mas foram candidatos derrotados no pleito passado, e ex-funcionários comissionados

Se as redes sociais estiverem certas, o prefeito Fernando Cunha (PSD) não estaria navegando em mares de calmaria nesta sua tentativa de se manter na cadeira principal do Palácio da Praça Rui Barbosa.

Ele se apresenta ao eleitorado sustentado por uma plêiade de não muito nobres senhores(as) na busca pelo voto. Não estaria se atentando muito bem para a necessidade do “novo” na seara política de Olímpia. Estaria o alcaide, então, “nadando contra a maré”?

Eis que que vem acompanhado por nada menos que seis dos atuais vereadores, outros sete ex-vereadores titulares ou suplentes, e algumas figuras que foram candidatos derrotados no pleito de 2016.

A relação abrange três dos cinco partidos que estão ligados à campanha cunhista: PSD, MDB e Podemos, que formam sua base partidária. Os outros dois partidos são o PSB e o PHS, siglas de apoio, segundo informações da coordenadoria de campanha do prefeito.

O PSD, atual partido do prefeito Fernando Cunha, é o que abriga mais candidatos à reeleição à Câmara de Vereadores.

São três no total: Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho; Hélio Lisse Júnior e Cristina Reale. Mas, no grupo há também ex-vereadores, como Aguinaldo Moreno, o Lelé; Marco Aurélio Martins Rodrigues, o Marcão do Gazeta; Adriano Reginaldo da Silva, o Capitão do Mato, de Ribeiro dos Santos (substituiu Marco Santos, então preso pela prática de “metadinha” na Câmara, nos três últimos meses de 2016).

Há também quem se candidatou nas últimas eleições e não se elegeu, como é o caso de Luciano Ferreira, e a de um ex-assessor comissionado, Rodrigo Flávio da Silva, que usará a alcunha de Rodrigo Ruiz, e até uma antiga desafeta do governo municipal, Tati Zimmermann.

Já no PODEMOS, os atuais vereadores-candidatos são José Elias de Morais, o Zé das Pedras, Luiz  Antonio Ribeiro, o Luiz do Ovo, que foi eleito pelo DEM mas se bandeou para a bancada situacionista na Câmara.

No PODEMOS ainda há o ex-assessor comissionado José Roberto Pimenta, o Zé Kokão, candidato derrotado a vereador no pleito passado e o ex-vereador, ex-presidente da Câmara e hoje funcionário público municipal comissionado, Rodnei Rogério Fréu Ferezin, o Toto Ferezin, também não eleito em 2016. De “novo” nesta sigla, só Tatiane Gerolim, se é que podemos dizer isso, pois seu pai, Primo Gerolim, é “antigo” no ofício.

Por fim, temos o MDB, partido historicamente nas mãos do ex-vereador e ex-presidente da Câmara, suplente até março passado, João Baptista Dias Magalhães, agora tentando de novo voltar à Casa de Leis, disputando cadeira com o atual presidente da Câmara, Antonio Delomodarme, o Niquinha, seu antigo desafeto na Casa de Leis, que se abrigou na legenda como tábua de salvação, já que ninguém o quis nas outras composições.

Como ex-vereador e suplente até janeiro, temos ainda neste partido, Marco Antonio Parolim de Carvalho, o Marcão Coca, ex-PPS.

Entre os que tentaram uma vaga em 2016 estão José Sérgio Benites, o Porcaria; Lúcio Cláudio Pereira, conhecido como Amaral, e Tarcísio Cândido de Aguiar, o Sargento Tarcísio, que foi suplente de vereador até agosto de 2017, e depois assumiu a Secretaria de Agricultura, Comércio e Indústria, função da qual se desincompatibilizou no prazo eleitoral.

SUPLENTE STELLARI TOMARÁ POSSE
A partir do dia 1º de setembro, terça-feira, o vereador João Luiz Stellari passará a integrar a Câmara de Vereadores da Estância, em substituição ao vereador e presidente da Casa, Antonio Delomodarme, afastado por covid-19.

O Ofício GP nº 757/2020, em caráter urgente, foi encaminhado a ele com data de 28 de agosto. Stellari é 1º Suplente da Coligação PSB/PTdoB/PMB/PSDB. Isso se dá em função do pedido de licença para
tratamento de saúde do vereador Niquinha, nos termos do Artigo 100, inciso I, combinado com o parágrafo 3º do mesmo dispositivo do Regimento Interno da Câmara Municipal de Olímpia.

A assinatura do termo de posse se dará no próximo dia 1º de setembro de 2020, às 10 horas, na sede da Câmara Municipal, a qual, espera-se, esteja liberada para o acesso a partir daquela data, pois está em lockdown desde a sexta-feira da semana passada, por causa dos cinco casos confirmados de covid-19, incluindo o presidente.

Conforme o Artigo 100 do Regimento Interno, “o vereador poderá licenciar-se para: I – tratamento de saúde, face a moléstia devidamente comprovada (…). § 3º – No caso do inciso I a licença será por prazo determinado, nunca
inferior a quinze dias, e ficará automaticamente autorizada mediante
requerimento subscrito pelo vereador e instruído com o devido atestado
médico, dirigido ao presidente da Mesa que, do mesmo, dará conhecimento
imediato aos Vereadores”
.

João Luiz Stellari, que foi candidato pelo PSDB, é o primeiro suplente da coligação que apoiou Fernando Cunha. Esta é a segunda vez que ele, como suplente, assume cargo na Casa de Leis. A vez anterior, quando concorreu pelo PFL, substituiu o vereador Julio César Faria, o Julião Pitbull, em meio à legislatura 2001/2004.

Quando rolarão os dados no entorno do deputado?

Faltando a partir de hoje 25 dias para as definições de candidaturas aos cargos majoritário e proporcional das eleições 2020, cadê a tal definição no grupo que cerca o deputado Geninho?

No dia 31 próximo será a data a partir da qual, até 16 de setembro, é permitida a realização de convenções destinadas a deliberar sobre coligações e a escolher candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, conforme a Lei n° 9.504/1997, artigo 8º, ​caput​).

Em nove dias, portanto, já teria que haver uma situação esquadrinhada neste aspecto. A grande questão é: teremos?

No momento, o que se tem de concreto nas movimentações eleitorais de novembro próximo, são as pré-candidaturas de Cunha à reeleição, de Flávio Olmos por um ajuntamento de partidos e Willian Antônio Zanolli, pelo PT.

No “barco” genista navegam…quem, mesmo? O médico Márcio Iquegami dificilmente encarará esta empreitada, assim, de repente. Quem sabe tente uma cadeira na Câmara? Há espaço.

Os demais nomes manifestados lá atrás dentro deste “barco” desapareceram do cenário político há algum tempo. A menos que o deputado tenha uma carta na manga que venha surpreender a todos, terá que lançar mão do seu velho amigo de guerra, Gustavo Pimenta.

Se não for isso, só restará emprestar apoio ao poderoso de turno, como medidas conciliadora e de conforto. Não por menos, é possível sentir que Pimenta está com um pé atrás.

Mas, em se concretizando esta mudança de planos do deputado, para onde voaria o tucano? Se sujeitaria, mais uma vez, aos propósitos de Geninho, ou buscaria seu espaço próprio, ainda que junto a outro grupo político?

Tudo são expectativas. Mas já passou da hora do deputado olimpiense dizer qual é a dele. Parece que não, mas a rolagem da política-partidária, por ora, e em certo aspecto, passa por ele.

Não cabe, a esta altura, indecisões. A cidade precisa de um norte eleitoral. E isso só se terá, quando ele soltar as “amarras” que prendem as pretensões várias no seu entorno. Hora de rolar os dados, deputado!

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