Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVII

Página 13 de 162

Mesa é formada também à semelhança de Cunha

Uma Mesa Diretora sem surpresa nenhuma e sem o frisson de disputas passadas. A mão do prefeito reeleito deu as notas e os tons para a escolha dos seus integrantes.

Como já havíamos antecipado, José Roberto Pimenta, o Zé Kokão, do Podemos, foi eleito presidente por unanimidade. Não houve sequer a emoção de esperar por um voto divergente. como nas últimas eleições.

O prefeito formou também a Mesa da Câmara à sua semelhança, e desta vez com apenas um “retoque”. Pôs lá como segundo secretário, o vereador do Solidariedade, Renato Barrera Sobrinho.

Os demais fizeram parte de sua coligação eleitoral, caso da vice-presidente Cristina Reale, do PSD, e Márcio Henrique Eiti Iquegami, do DEM, primeiro-secretário.

Importante ressaltar que a Mesa segue fielmente o rito que prega o Regimento Interno da Casa, ou seja, de privilegiar sempre, as representações partidárias em sua composição.

Não foi difícil, pois temos uma Câmara plural. Não foi difícil, dada a hegemonia de Fernando Augusto Cunha sobre os eleitos.

Esta posse e eleição da Mesa também se caracterizaram pela ausência total de público, devido à pandemia, e sem a presença da imprensa local, o que não se explica por si, uma vez que não representaria mais que três ou quatro pessoas a mais no local.

Mas, pensando bem, à imprensa não atrelada interessaria o embate, a disputa, a divergência, o direito legítimo à postulação concorrente, livre e democrática.

Como foi praxe naquela Casa até mesmo na primeira gestão de Cunha, quando ele teve que interferir para impedir que seu eterno desafeto político, ex-vereador e candidato derrotado às eleições 2020, Flávio Augusto Olmos, então no DEM, ascendesse à presidência.

Depois, teve que interferir de novo para que novamente não fosse pego de surpresa, articulando para que o ex-vereador já falecido Antônio Delomodarme, o Niquinha, assumisse o posto.

Desta vez, a platitude política da Casa deu o tom que, a julgar pelas componentes desta “orquestra”, não haverá dissonâncias de qualquer espécie. Até porque, quem desafinar, vai ficar “tocando” sozinho.

Portanto, caríssimos, não alimentem qualquer expectativa com relação a esta Casa de Leis ora formada, muito menos com a Mesa, servis que serão ao poder central, segundo o que se viu por ali, conforme mostram as imagens.

Um secretariado à própria semelhança, com retoques

Só um nome surpresa nesse secretariado do prefeito reeleito Fernando Augusto Cunha, se surpresa boa, média ou ruim, só o tempo e as ações correspondentes à Pasta dirão.

É sabido por todos que o ex-vereador e terceiro suplente do MDB, advogado João Batista Dias Magalhães, é um notório defensor trabalhista, e nenhuma experiência tem na esfera assistencial enquanto política de governo.

Já se comentava que para esta Pasta, o alcaide estaria à procura de alguém próximo a ele, até comentamos aqui. Nem conseguimos vislumbrar quem no meio político pudesse ser próximo de Cunha. Mas, eis que surge o tal “nome na manga”, lembram que disse isso?

Nos quatro primeiros anos do prefeito reeleito, ambos não deram mostras, em momento algum, de serem próximos. Magalhães já foi seu líder na Câmara quando suplente ocupando a cadeira de Cristina Reale.

Fora isso, nenhuma demonstração pública de maior proximidade, embora lá atrás, nos tempos idos do velho MDB, houvesse uma militância em comum, entremeada por Décio Eduardo Pereira, saudoso e talvez o mais ilustrado político que esta terra já teve.

Mas, daí a ser hoje o nome de proa para uma Pasta tão sensível, estratégica e, por que não dizer, política, só o tempo e os resultados vão dizer.

Me ative um pouco mais em Magalhães exatamente por ser o nome surpresa do secretariado de Cunha, como já disse. Os demais já eram esperados e este blog chegou a antecipar, sob o formato de especulação.

O anúncio da equipe, que não se pode dizer nova, foi feito na quarta-feira, 23, sem a pompa e a circunstância do primeiro mandato. Até porque são todos já conhecidos dos olimpienses.

Além de Magalhães, outro nome novo foi o de Priscila Seno Mathias Neto Foresti, a Guegué, ex- vereadora, primeira suplente do DEM, que poderia ter ido para a Câmara se vingasse a ideia inicial de “subir” Edna Marques para a Assistência Social.

Mas, isso não ocorrendo, e com a destinação de apenas uma Secretaria para o partido do deputado Geninho Zulani, Guegué assume Turismo e Cultura.

Não se pode dizer que ela seja uma estranha no ninho. Ela tem contato com todo ou quase todo o baronato do trade. Tem acesso a todos eles, com certeza.

Então, as ferramentas para encaminhar as coisas conforme as perspectivas do meio conjugadas com as diretrizes do governo municipal, ela as tem em mãos.

No âmbito da Cultura, tendo à frente nosso Festival do Folclore, e outros atrativos e projetos recentemente agregados, com certeza ela cuidará dando espaço a uma equipe preferencialmente técnica, como o setor exige.

Guegué é sensível a este nicho e respeitosa quanto ao Fefol. E isso já faz emanar uma certa sensação de segurança de que as coisas vão caminhar.

Sumaia Ganej Domingues, por sua vez, chega bastante elogiada pelo professorado e componentes do “staff” da Secretaria de Educação. Ela foi outro nome surpresa, mas não causou estranheza, por ser da área e muito bem avaliada como gestora educacional.

A nota oficial fala em “renovação”, mas não chega a tanto este secretariado, uma vez que repete nomes da gestão passada, alguns em remanejamento, outros agrupando secretarias. Observem que uma das novas secretarias criada, de Zeladoria e Meio Ambiente, nem titular específico tem.

A outra nova, de Esportes Lazer e Juventude, já era sabido que seria criada para o vereador Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, que foi nomeado.

Edilson César De Nadai (atual secretário de Gestão e Planejamento) assume a Secretaria de Governo. Ele, que já faz parte da equipe desta gestão, caminha para mais quatro anos no Governo, vindo de outros oito do governo anterior.

Longevidade, às vezes, é sinônimo de competência e conhecimento. Não me parece que De Nadai seja uma ferramenta de caráter político. Por ser muito técnico.

Além dessas mudanças, também foi anunciado o responsável pela Chefia de Gabinete do prefeito, jornalista Bruno dos Santos Guzzo.

Trata-se de um órgão que passou a ter atribuições de Secretaria com a reestruturação, contemplando a Divisão Administrativa de Gabinete, Divisão de Comunicação e Divisão de Ouvidoria.

Outra “definição”, embora consideremos indefinição, é a Secretaria de Zeladoria e Meio Ambiente, que será comandada provisoriamente pelo secretário de Obras, Engenharia e Infraestrutura, Leandro Pierin Gallina, que continuará na Pasta atual.

A próxima gestão Cunha não perde nada em eficiência interna com a permanência de Mary Brito Silveira na agora Secretaria de Planejamento e Finanças, técnica que já falamos aqui, dificilmente o prefeito encontraria nome à altura por estas plagas estancieiras.

O mesmo se pode dizer da Secretaria de Administração, onde se mantem Eliane Beraldo Abreu, que junto Mary Silveira conseguem dar o formato técnico-administrativo-financeiro deste governo municipal.

Não se pode dizer que Marcos Roberto Pagliuco fez mal papel na Saúde. Por bem ou por mal, ele conseguiu formatar o setor. Muitas coisas que não funcionavam passaram a funcionar. Muitas coisas quer funcionavam errado, ele fez funcionar certo. Ou bem próximo do certo.

Muitas coisas que o setor não tinha, necessárias e até desnecessárias, ele implantou. Vira a gestão com saldo positivo, a nosso ver. Foi preciso matar um leão por dia, mas ele até que sobreviveu sem muitos arranhões ou ferimentos graves.

Talvez Cunha tenha se cansado da figura dele. Talvez o mantenha para não causar abalos até conseguir outro nome. Aí é outra história.

Mas, será uma decisão, salvo melhor juízo, meramente política. Porque o que sobressaiu este tempo todo foi a figura técnica de Pagliuco. A ver.

Na Agricultura, Comércio e Indústria, permanece o engenheiro Fabrício Henrique Raimondo, que se não se evidenciou, também não comprometeu os setores, sempre tão sensíveis e estratégicos a qualquer governo.

Entendemos que esta Secretaria seja de um valor político muito grande. Daí a permanência de um técnico é sempre uma corda bamba.

A menos que Cunha tenha um outro olhar que não vislumbramos, para as ainda molas propulsoras da economia local, malgrado o Turismo.

No frigir de todos os ovos, Cunha optou pela segurança de ter em mãos o próprio Governo, centralista puro que é.

Pode se dizer que seus secretariado foi formado à sua semelhança, com uns retoques aqui e ali. Retoques calculados, por certo.

O silêncio mais eloquente do palacete amarelo

Nos últimos dias, no entorno do poder municipal, o que mais falou alto foi o silêncio. Enquanto os bastidores gritam por novidades, e as especulações vão de fio a pavio, o alcaide reeleito faz o que chamam de “boca de siri”.

Difícil também é dizer que ele estaria trocando impressões com os mais próximos ou com gente de sua confiança o tema secretariado, até porque quem é da confiança do burgomestre? Quem é seu próximo para questões políticas? Talvez o vice? Só talvez.

Em verdade, sobre o tema nomeação de secretários, não esperem muitas novidades.

Surpresas, talvez, mas se serão boas ou ruins, vai depender do conceito que cada um tem de quem for nomeado para esta ou aquela Pasta.

Aparentemente, não haverá “notáveis” ocupando secretarias no próximo Governo Fernando Augusto Cunha.

Pelo contrário, quem achou que sua primeira equipe de trabalho foi mais política que técnica (exceção para três ocupantes de cargos trazidas de Rio Preto, uma das quais defenestrou logo depois), espere só para ver a que vem aí.

O chefe de turno foi obrigado a abrir um pouco o leque de compromissos políticos, a ponto de assimilar até desafetos de primeira hora.

Assim, em meio às escolhas, terá que quitar algumas “faturas”, embora, com certeza, sem abrir mão do centralismo, do personalismo, que são suas “marcas registradas”.

O temor maior, e não sem fundamento, é de que as escolhas de Cunha sejam “menos” do mesmo. Mas, quem liga?

O blog até tem algumas certezas. Mas, prefere deixar para a imaginação dos nobres leitores.

Duas delas, ao menos, serão impactantes, cada uma por sua característica própria e política, caso não haja mudança de última hora (política é como nuvem, lembram?).

Enfim, por mais que imaginem que não, o silêncio do Palacete amarelo tem sido o mais eloquente desde o pleito eleitoral, no mês passado.

Porém, contenham-se. Há informações de que o anúncio do quadro será feito na quarta-feira, dia 23. A ver.

E agora, prefeito?

Como não é novidade para ninguém, por meio de dois projetos, um de Lei (5.644), e outro de Lei Complementar (289), já aprovados pela Câmara de Vereadores em sessão extraordinária na sexta-feira, 11 de novembro, o prefeito reeleito Fernando Augusto Cunha agrupou quatro secretarias, e criou as de Esportes, Lazer e Juventude, e de Zeladoria e Meio Ambiente, e na mesma levada, extinguiu dois cargos de Assessor de Gabinete I, o que não chega a ser lá uma boa notícia.

No total serão 77 funcionários comissionados, dos quais 65 ocuparão os cargos de assessores de Gabinete I e II e os demais ocuparão os cargos de secretários municipais.

Para 2021 serão no total 13 secretarias, incluindo chefe de Gabinete do prefeito e Controladoria Geral do município. Secretarias foram desmembradas ou tiveram suas nomenclaturas mudadas, mas não houve redução nos cargos de secretários.

Vendo a estruturação de apoio ao governo municipal que se iniciará a partir de 1º de janeiro, percebe-se que não muda muito o quadro de assessores de primeiro e segundo escalões do prefeito reeleito.

As novidades serão poucas, talvez nas áreas de Educação e Assistência Social. No primeiro caso, dizem os corredores que a própria atual secretária deverá pegar o boné e voltar à função anterior. Mas, dos nomes ventilados, nenhum notável para ocupar a Pasta.

A menos que haja surpresa.

Na Assistência Social ainda permanece a dúvida se Edna Marques será pinçada da Câmara para ocupar a Pasta, com grandes possibilidades de isso ocorrer.

Até mesmo para que a primeira suplente do DEM, Priscila Seno Mathias Netto Foresti, a Guegué, possa ocupar a cadeira no Legislativo.

Se não, ela pode vir a ocupar uma Pasta no Executivo? O deputado Geninho terá que desatar ainda outro nó, chamado Salata, segundo suplente do Democratas.

Para que ele volte ao Legislativo, teria que sacar mais um dos dois eleitos pelo DEM, caso Edna Marques tenha sido a escolhida para Assistência: Márcio Iquegami. Este iria para onde? Ser a “sombra” de Marquinhos (veja abaixo)? Improvável (mas não impossível).

Salata, como sabemos, já foi secretário de Cunha e saiu “atirando”. Difícil uma reconciliação neste nível, quando há quebra de confiança.

A Secretaria de Turismo, que agora é também de Cultura (incrível que Olímpia, Capital Nacional do Folclore, não tenha a Cultura como secretaria independente), pode permanecer sob o mesmo comando de Beto Puttini, que estaria “pagando para ver” o alcaide peitar os barões do turismo local, já que ele se julga o “xodó” da turma.

Saúde. Os corredores dizem que Cunha não quer correr riscos de trocar o mais ou menos certo pelo inteiramente duvidoso. Bem ou mal, Marcos Pagliuco, até agora, vem segurando o “rojão” da Secretaria mais visível do governo.

Uma troca abrupta, por certo, provocaria rupturas um tanto violentas que podem acarretar retrocesso nas ações, dada a necessidade do novo detentor se “aclimatar” no cargo, com o pessoal, e nas ações.

A alternativa possível é Cunha colar uma “sombra” em Marquinhos, por um certo período, talvez meio ano, um ano, para depois fazer a troca. A ver.

No tocante ao vereador Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, parece que caminha para se concretizar sua saída do Legislativo, para ocupar a nova secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, seu sonho de consumo.

Se não for isso, com certeza o nome a ser escolhido sairá de sua manga do colete.

Já a Zeladoria e Meio Ambiente parece ter destino certo, as mãos de Tina Riscali, que disse na análise anterior, ficaria na Daemo Ambiental. Mas, faz sentido que ela vá para esta nova Pasta, “mais leve”.

Assim, Cunha pode acomodar ali outro compromisso político que por ventura tenha. Falam em Marcão Coca, que na gestão Geninho passou uma temporada por lá. Portanto, tem cancha.

Só não se sabe o tamanho da importância de Coca no universo político de Cunha.

A Secretaria de Agricultura está com um interino, técnico, que dificilmente permanecerá, já que a Pasta é de forte apelo político.

Para ela, no entanto, até agora nenhuma especulação forte de nomes. Será outra grande surpresa quem quer que seja nomeado para ocupá-la.

Depois tem as secretarias menores ou de ordem interna, mas não sem importância política ou estratégica, como as secretarias de Governo e Finanças.

No primeiro caso, parece que o atual detentor será “rebaixado” para outra função na assessoria de Gabinete, carecendo de uma forte especulação sobre quem o sucederá.

O mesmo acontece com Mary Brito Silveira, de Finanças, se realmente fizer as malas para São José do Rio Preto.

A grande novidade será o nome para ocupar a função. Sem especulação forte, também, já que não se poderá, neste caso, lançar mão o prefeito, de um arranjo político, dada a função estratégica do setor.

Enfim, poderá ser tudo isso, um pouco disso, ou nada disso. O prefeito tem o livre arbítrio e suas próprias convicções para surpreender este blog e a tantos quantos se debruçaram sobre ele para a leitura do raciocínio aqui exposto.

Em artigo publicado no Diário da Região, de São José do Rio Preto, do qual copiamos o título, Fernando Augusto Cunha dá a entender que “já está definida a equipe nos cargos principais”.

Basta, então, anunciá-la. Provavelmente já nesta semana entrante poderemos por fim às nossas (in)certezas. Oxalá!

Um exercício de imaginação sobre a Mesa e secretarias

No dia 1º de janeiro, será a posse dos eleitos e a consequente eleição para a Mesa Diretora. Ainda não se sabe como isso se dará. Resta à Câmara decidir (A diplomação será virtual).

Sobre este tópico já comentamos no artigo anterior, mas há sempre novidades: tudo indica que Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, irá assumir a Secretaria de Esportes, que terá que ser desmembrada de Cultura, onde está hoje. Talvez fique Secretaria de Esporte e Lazer.

Assim, não é absurdo pensar-se em Zé Kokão, do Podemos, na presidência. Reza a lenda que ele é homem da confiança do prefeito reeleito Fernando Cunha, mais que qualquer outro que tenha sido eleito por sua coligação.

Márcio Iquegami e Edna Marques, ambos do DEM, são da confiança do deputado Geninho Zuliani, não inteiramente de Cunha.

Cristina Reale, também do PSD e Tarcísio Cândido de Aguiar, eleito pelo MDB, parecem não terem sido boas experiências para o prefeito, indisposição que teria crescido ao longo da campanha eleitoral.

Quanto a Hélio Lisse, outro peessebista que poderia ascender ao cargo, por enquanto são só fracas especulações, embora seus fortes desejos. Há resistências. E ainda que se rebele, nunca teria votos suficientes.

Dito isso, há outra questão que excita no momento os olimpienses mais chegados às conversas políticas: as secretarias.

Como se comportará o prefeito em relação aos já ocupantes dos cargos? Quem fica? Quem sai?

Dizem que Educação fica. Daemo também. Prodem muito provavelmente, Obras, Engenharia e Infraestrutura, idem. Administração e Finanças podem perder suas titulares para a prefeitura de Rio Preto.

Caso se confirme, serão duas pastas difíceis de serem preenchidas. Mas, ao mesmo tempo, mais duas vagas para contemplar parceiros.

Controladoria Geral sem sustos, é ocupada por funcionária de carreira. Gestão e Planejamento também não deverá sofrer mudanças, pois seu ocupante foi colaborador de primeira hora de Cunha quando este ensaiava sua primeira candidatura e, salvo rusgas aqui e ali, deverá permanecer.

No Turismo, o atual secretário deverá manter-se, até por força de acordo político e por reivindicação dos investidores no player turístico da cidade. Só que Beto Puttini é também, cumulativamente, secretário de Cultura, Esporte e Lazer. E aí começam as “mexidas”.

Falamos de Fernandinho lá em cima, que deve ir para a Secretaria de Esportes, a ser criada após desmembramento de Cultura e Lazer. Talvez fique também com Lazer.

Percebam que abrirá uma vaga para secretário, já que o alcaide não irá deixar de contemplar parceiros, tendo a faca e o queijo nas mãos. Resta saber quem será o nome da Cultura.

E a Secretaria de Governo? Seu ocupante alçou ao cargo por engenharia partidária, mas segundo alguns próximos, teria acumulado dissabores ao chefe, embora não se saiba se a ponto de cortar-lhe a cabeça.

Mas, há compromissos a serem saudados, e com o atual secretário, vantagem política nenhuma terá o prefeito. Portanto…

Aí chegamos a um nó górdio deste governo. A Saúde. Pagliuco fica, ou Pagliuco sai? Se sair, quem ocupará sua cadeira? No entorno político do prefeito há dois médicos: Márcio Iquegami e Dr. Antônio.

O primeiro, eleito vereador, o terceiro mais votado entre os dez, assimilaria as críticas que por certo virão de seus 1.156 eleitores? Aliado a elas, teria condições de garantir uma gestão livre da crítica popular e mais profícua que a de Pagliuco?

Dr. Antonio, por sua vez, passada a estranheza inicial de olimpienses, devido a episódios retroativos, poderia ganhar a simpatia da opinião pública a posteriori, caso se mostre competente e resolutivo na área.

Mas, pode ser que Cunha tenha um terceiro nome na manga ou decida por manter o atual ocupante da Pasta, o que parece improvável.

Assistência Social. Fala-se muito, ainda, no nome de Edna Marques, sexta vereadora mais votada, pelo DEM, por seu conhecimento do setor. Mas, o detalhe havido com Iquegami é também o seu detalhe. Como se justificar perante os seus 943 eleitores?

Ou isso é de somenos importância? Resolvida esta equação e dando asas aos indícios, ela até pode deixar a Câmara. E depois arcar com as consequências. O cargo, então, hoje ocupado por uma técnica, voltaria a ser de teor político (Mas, caso queira não abalar as estruturas, Cunha pode lançar mão de Priscila Seno Mathias Netto Foresti, a Guegué).

Por fim, Agricultura, Comércio e Indústria. Olha que, dependendo das circunstâncias, esta Secretaria pode até ser desmembrada? E dois nomes despontariam como fortes candidatos a ocuparem as Pastas: aqui também Priscila Seno Mathias Netto Foresti e Luiz Antonio Moreira Salata, ambos suplentes, nesta ordem, do DEM.

Salata já ocupou a Agricultura. Não deu certo. Brigou com o chefe e saiu falando mundos e fundos do Governo. Mas, depois se juntou, pediu votos e está aí, flertando com a sorte.

O lado bom de lançar mão desta solução, é que Cunha não precisará sacudir radicalmente as estruturas da Câmara, já que estaria tirando de lá apenas um vereador.

E todos envoltos em compromissos primeiros de campanha, estariam contemplados. Embora as rupturas…

Eleições concluídas, olhos voltados para 1º de janeiro

Passadas as euforias pós-eleitorais, embora uns e outros ainda remoam suas mágoas absorvidas aqui e acolá, é hora de voltarmos nossas atenções para as possibilidades dos acontecimentos no prédio da Aurora Forti Neves, onde a partir de 2021 sete novos edis tomarão posse, mesclado com três reeleitos.

Os partidos coligados com a candidatura à reeleição de Cunha fizeram sete cadeiras, sendo três do PSD, duas do DEM, uma do MDB, e uma do PODEMOS, enquanto a candidatura Pimenta, do PSDB, fez uma, e a candidatura Flavinho Olmos, outras duas, com o Progressistas e o Solidariedade.

Assim, a correlação de forças na Casa de Leis já está definida, sem problemas futuros para o alcaide. Surge, então, a questão da formação da Mesa.

E, não se iludam, por mais discursos que façam invocando a independência entre os poderes, que também são harmônicos entre si, a Mesa Diretora da Câmara será aquela que o prefeito quiser que seja.

E se nela estiver algum dos vereadores não eleitos por sua coligação, então alguém terá se rebelado entre os pares, para ter a sua Mesa. Mas quem, dentre os eleitos pela chapa vencedora, teria esta coragem política? À primeira vista, não dá para vislumbrar ninguém.

Inútil, nesta situação, torcer o nariz, porque o Executivo sempre teve ingerência na formação das mesas diretoras da Câmara, perdendo raríssimas vezes. Porque, no mais das vezes, até quando tinha minoria na Casa, o alcaide de turno acabava virando o jogo.

E como todos conhecem o caráter centralizador do prefeito Fernando Cunha, que aprecia ter todos ao seu dispor, aquela Casa jamais terá uma Mesa que não seja aquela que contemple seus interesses administrativos.

Nesta gestão que termina, Cunha não teve muito sucesso em seus intentos na primeira Mesa formada, embora tenha dito algumas vezes que foi ele quem ajudou a formá-la -entenda-se arrebanhou votos para Gustavo Pimenta, a fim de impedir a ascensão ao cargo daquele que depois foi seu principal adversário no pleito eleitoral, Flávio Olmos.

Na segunda gestão Legislativa (a Mesa é formada de dois em dois anos) novamente a articulação para evitar Olmos e até Hélio Lisse, que andou fazendo suas tratativas, levou à Direção da Casa o vereador, hoje saudoso, Antônio Delomodarme, o Niquinha, o que provou-se depois, ter sido um enorme equívoco, um tremendo erro de perspectiva.

Mas não do ponto de vista dos interesses do alcaide, que teve todas as suas proposituras pautadas e aprovadas, quase sempre com nenhuma dificuldade. Para ter esta tranquilidade, no entanto, teve que voltar atrás quanto a não aceitar na formação da Mesa, “gente do deputado Geninho”.

Enfim, são histórias.

Uma outra começará a ser escrita na noite do dia 1º de janeiro de 2021. Após a posse dos vereadores, que darão posse ao prefeito e vice (todos devem ser diplomados no dia 17 de dezembro), será então a hora da formação da Mesa Diretora.

Não deverá haver surpresa quanto ao espectro político a formá-la. Todos os quatro membros sairão da coligação de Cunha. O detalhe será o movimento das peças do jogo com resultado já sabido. As peças a serem mexidas estão dentro do tabuleiro de Cunha, não haverá necessidade de nenhum gambito.

Se houver, este será Sargento Tarcisio, do MDB, eleito com 823 votos. Mas, fumaças emanadas dos bastidores da campanha eleitoral mostram que nem tudo foram flores entre o alcaide e o eleito.

E o leitor pode fazer sua aposta quanto a quem será o presidente: Zé Kokão, do PODEMOS, com seus 1.236 votos? Fernandinho, do PSD, com seus 1.200 votos?

Porque Cristina Reale, atual presidente, também do PSD, com seus 1.130 votos, e Hélio Lisse Júnior, também do PSD, eleito vice-presidente, com seus 993 votos, dificilmente tomarão posse do leme legislativo em 2021.

A menos que queiram se rebelar. Mas, não vemos coragem política suficiente.

O deputado Geninho pode articular para que um dos seus dois eleitos, Márcio Iquegami, do DEM, com 1.156 votos, ou Edna Marques, idem, com seus 943 votos, assumam a cadeira de presidente? Pode. Mas não é crível.

Especulações dão conta de que seu interesse mais imediato seria conduzir dois suplentes à cadeira de vereador: Guegué, com 803 votos, e Salata, com 489, nesta ordem de suplência.

Por isso fala-se tanto em assunção de secretarias por dois eleitos: Iquegami e Edna Marques. O primeiro para a Saúde, a segunda para Assistência Social. Porém, o clamor público contrário a esta solução está muito forte, e ambos os eleitos tiveram seus votos sob a premissa da representatividade legislativa.

Seria um tapa na cara da sociedade, como se diz. E a possibilidade de subir os outros dois primeiros colocados em sua coligação para secretarias, pode desassisti-lo no Legislativo.

No mais, é esperar para ver. Mas, não esperem nenhuma surpresa. Nada fugirá muito do que relatamos. A menos que haja, repito, uma rebelião. Mas, repetimos também, não se vislumbra coragem política suficiente entre os possíveis protagonistas.

PS: Alessandra Bueno, do PSDB, teve 824 votos, Lorão, do PP, recebeu 475 e Sargento Barrera. do SOLIDARIEDADE, 427 votos.

Agora, só o futuro interessa; política é o amanhã, a nuvem

Não foi um pleito normal. Foi uma disputa onde as entranhas ficaram expostas. Todo mundo saiu ferido nesta contenda. Sim, uma contenda. Beirando às raias do absurdo. Do surreal.

Confesso que, ao longo da minha vivência em pleitos eleitorais na cidade, jamais presenciei tamanho mar de ódio espraiando para todos os lados, uma mistura de surrealidade com realidade virtual, um campo minado de onde todos saíram chamuscados. Até eleitores.

Sem guardar proporções devidas, a Estância Turística de Olímpia viveu dias de currutela, de curral eleitoral, de coronelismos, de sabugismos à solta e descaradamente manifestos, até por figuras que, a grosso modo, seriam inimagináveis envolverem-se em situações análogas.

Foi triste. Muito triste.

Foi um pleito tão absurdo que curiosamente, quem ganhou não comemorou de espírito aberto, mãos estendidas à conciliação. E quem perdeu, parece, se deu por satisfeito com o balaio de votos que recebeu, calculando o nível de dificuldades da campanha.

Na semana passada, postamos um comentário neste blog que bateu o recorde absoluto de leitura, cravando mais de 1.330 acessos diretos, além dos milhares na página do blog no Facebook, e outras centenas na página oficial deste que vos escreve, onde dissemos que o candidato vencedor tinha a responsabilidade de, além de vencer, “matar no ninho” uma promissora liderança política futura.

Embora seus quase 60% do total de votos válidos, o vencedor não conseguiu tal façanha. Porque o oponente mais direto ficou com 34% do contingente votante. É o limite mínimo que faz florescer o ânimo do político para continuar na luta.

Não sofrerá nenhum desgaste, porque não estará na berlinda, não será vidraça e, em tese, pode fazer política por quatro anos ininterruptos. A tendência, nestes casos, é a do político aumentar seu cabedal de votos, na medida em que o detentor da cadeira principal for se desgastando perante a opinião pública.

E, para tanto, não precisa ser um prefeito ruim. É o chamado desgaste natural da função. Na casa aí dos 30%, 40%, dependendo das ações e também da comunicação que mantiver com seus administrados.

Mas, é preciso lembrar que, em quatro anos, haverá a necessidade de nomes novos, na campanha à prefeitura. Tanto o vencedor quanto seu principal escudeiro, o deputado, terão que usar da imaginação ou buscar dentro de seus grupos, um nome forte, “saído do nada”, para representá-los.

E de onde virá? Da Câmara, por ora, difícil vislumbrar alguém, embora entre os eleitos haja quem poderia fazer boa figura, dependendo de suas posturas no Legislativo.

Das hostes do vencedor, fora da Câmara, difícil imaginar quem, já de antemão. Do quadro político local do deputado dois já foram defenestrados, mas, como disse acima, há nomes ligados a ele no Legislativo que poderiam fazer boa figura.

Embora necessário, trata-se, este, de um exercício do pensamento político ainda bastante precoce.

Mas já disse em análises anteriores, a política não é o hoje, não é o ontem. A política é o amanhã. É a nuvem que se transforma ao sabor do vento. É a seara onde a correlação de força pode sempre mudar.

Findas as eleições, feitas as escolhas para Executivo e Legislativo, agora só o futuro interessa. É importante que todos estejamos preparados para ele.

O menino sorveteiro e a oligarquia estancieira

Três resultados poderão advir amanhã após a votação dos olimpienses em seus candidatos preferidos, mas analisando aqui somente os dois com mais possibilidades de chegar lá: Cunha vencer por margem mínima de votos, vencer por esmagadora maioria, ou perder o pleito.

No sentido contrário, o que pode acontecer a Flávio Olmos é perder por poucos votos, perder por muitos votos ou ganhar o pleito. Se ganhar, Olmos não o fará por margem muito grande de votos. Isso é certo.

Mesmo porque o contrário seria acontecimento fenomenal. Seria, pois, uma vitória apertada, dadas as circunstâncias.

Cunha tem a possibilidade de ganhar por margem grande, embora o clima não aponte para isso, devido ao fato de gozar de uma estrutura eleitoral que só o dinheiro pode proporcionar.

Esta foi uma campanha barulhenta por conta das redes sociais e de alguns acólitos, até coleguinhas, mais estridentes. Foi também a campanha do desamor, da falta de empatia e do acolhimento.

Foi violenta numa certa medida, e desrespeitosa em certos nichos. E, não restam dúvidas, foi uma campanha de todos contra um. Aquele que negar essa máxima, não estará lidando com a verdade.

Convencionou-se chamar de “gabinete do ódio” um emaranhado de pessoas que, no afã de emprestar seu apoio incondicional ao candidato que apanhava de todos os lados, inundaram as redes sociais.

Mas pouparam desta classificação o lado que melhor estruturou seu “gabinete” para atacar os oponentes via WhatApp, estrutura essa formada com personagens que ao longo dos últimos quatro anos gozaram das benesses de belos cargos comissionados para si ou para familiares, e que a tudo se submeteram para não perderem a, digamos, “boquinha”.

Inventaram um debate suspeito desde o princípio, onde a maior aposta era que o candidato Flávio Olmos não compareceria, para que daí pudessem atirar pedras com a ferocidade e a liberdade conivente de autoridades as quais todos vimos.

Felizmente as comunidades católicas vieram resgatar a dignidade de eventos como estes, em que o que mais interessa são as posturas, os feitos e os compromissos dos candidatos, não a oportunidade de produzir sensacionalismos.

No mais, as redes sociais ocuparam o centro das atenções e nela, prevaleceu a experiência neste tipo de meio de informações, e desinformações à larga.

Mas as redes não são suficientes para determinar quem ganha e quem perde uma eleição. Neste aspecto, as ruas são fundamentais. O contato, o aperto de mão, o abraço e o olho-no-olho.

E no fim o julgamento popular. Este possui várias e multifacetadas nuances. Tudo pesa, tudo conta, e um detalhe mínimo pode determinar quem vence e quem perde.

Dentro das hipóteses aventadas na abertura deste comentário, caso prevaleça a derrota do atual prefeito que busca a reeleição, ainda que seja por margem mínima de votos, Olmos terá vencido não só Cunha, mas toda uma oligarquia de poder arraigada nesta Estância Turística.

Será um feito e tanto para quem chegou “ontem” à política olimpiense. Mostraria arrocho e senso de oportunidade ainda maiores que do atual deputado federal, Geninho Zuliani, que em 2008 arregaçou as mangas e foi à luta, agregando aqui e ali, e chegando lá.

Neste domingo Olmos pode repetir a história, e não como farsa, o que é muito importante frisar.

Estão em disputa o arrojo e juventude, contra o establishment de quatro anos, representativo da política de caciques, tabas e tabaques. Será um feito e tanto, acreditem.

O que se espera, neste caso, é que no futuro próximo não sucumba às facilidades oferecidas pelo status quo político vigente e volte às velhas fórmulas, negando a si mesmo o direito à indignação pelo desrespeito público e os ataques à sua imagem, construída a duras penas, como fez o atual deputado federal.

Na outra seara, a da vitória de Cunha, se ela for por muitos votos de distância, nem assim estará consolidada sua marca de bom administrador, coisa que não foi, mas estará cravada a força da grana que destrói coisas belas.

Se ganhar por uma margem mínima, endossará o que dissemos acima do candidato opositor mais forte. Além do que, o tornará “a” opção para 2024.

Portanto, Cunha tem a dura missão de ganhar uma eleição e “matar no ninho” uma forte promessa para anos vindouros. Não poderá ser pífio desta vez.

Mesma obrigação do deputado Geninho, que com certeza, em seus mais recônditos pesadelos, deve se ver refletido no menino sorveteiro. E que por isso fez a escolha que fez.

Ademais, salvando-se da hipótese da chamada “grande lavada”, mesmo perdendo, silogismos à parte, Flávio Olmos terá vencido esta eleição.

Olmos, portanto, é a esperança, de si mesmo, diga-se, enquanto Cunha é o que aí está, e que funcionou até agora de forma aquém do que a cidade necessitava, e sem o arrojo e a disposição do seu antecessor, de quem passou quatro anos terminando obras.

Enfim, amanhã o povo tem nas mãos o mais forte dos poderes, aquele que pode mudar ou ser a repetição do já visto. Tanto no Executivo, quanto no Legislativo, pois os dois poderes se completam. Para o bem ou para o mal.

Eleições 2020 em números

Olímpia tem uma tradição que se repete ao longo das eleições municipais, que é a da ausência de mais de 22% na média do eleitorado apto, das urnas.

Isso aconteceu em 2012 e em 2016 também, para ficarmos com dois exemplos mais recentes. São quase 10 mil cidadãos, nas duas ocasiões, que não foram tocados pelas argumentações dos candidatos.

No primeiro caso, estes eram três. No segundo caso, quatro eram os pretendentes à cadeira de prefeito, como agora. O que ocorreu foi que, dos eleitores presentes, houve a preferência enormemente maior para os candidatos vencedores.

O que leva o eleitor olimpiense a não comparecer em tão grande número às urnas nesta Estância Turística, carece de estudos.

Isto sem contar aqueles que vão e votam em branco ou anulam o voto. Estes foram, em 2016, 10.6% do total de eleitores aptos ao voto naquela ocasião.

Numericamente, 3.309 eleitores acordaram naquele dia dispostos a comparecerem às urnas, mas votarem em branco ou anularem o voto.

É muita gente. Mas, muito mais gente ainda, três vezes isso, praticamente, aqueles que não foram às urnas em 2016, ou sejam, 9.107 cidadãos, ou porcentualmente, 22,58%. É a chamada abstenção.

Nisso tudo, temos a quantidade de votos que, podemos dizer, são jogados fora. Somada a abstenção, os votos brancos e nulos do pleito de quatro anos atrás, nada menos que 12.416 eleitores não se convenceram com os discursos dos então pretendentes a prefeito da cidade.

Em 2014 éramos 40.255 inscritos na Justiça Eleitoral como votantes. Destes, 31.234 foram votar. Descontados os nulos e brancos, os votos que valeram para eleger o prefeito saíram de um total de 27.925, os chamados votos válidos.

Para as eleições de 15 de novembro próximo, a Estância conta com mais 2.667 novos eleitores, ou um total de 42.922. Se o fenômeno das abstenções se repetir, teremos então cerca de 9,7 mil votantes que não sairão de casa.

E se também o fenômeno dos brancos e nulos se repetir, ficaremos na casa dos absurdos 3,5 mil votos ou mais, que vão para as calendas. Ou um total, somados abstenção, brancos e nulos, entre 13 mil e 14 mil votos.

Mas, ainda assim, isso não representará um refresco para os candidatos a uma cadeira na Câmara, porque se confirmando estes resultados numéricos, ou valores bem próximos disso, acima ou abaixo, o quociente eleitoral ficará na casa dos 2,9 mil votos.

Isto quer dizer que, para cada cadeira no Legislativo, é preciso que o partido obtenha esta quantia de votos.

Lembrando que nesta eleição não há mais a chamada “puxada” da coligação, o que fazia um candidato com menos votos se eleger, e um com o dobro de votos ficar de fora, por exemplo, porque cada partido corre sozinho nas proporcionais.

É cada um por si e, quiçá, Deus por todos.

‘O novo sempre vem’, como garante a famosa canção?

Já se passaram algumas semanas em que os dados estão rolando na busca por vagas nas Câmaras Municipais e por cadeiras principais nos muitos municípios que compõem este Brasil varonil.

As “propostas de governo” são quase sempre coincidentes, quando há mais de um candidato na busca pela vaga majoritária. Sempre apresentando soluções fáceis para os problemas da cidade.

É difícil falar em igualdade de condições nas disputas para a vereança e para o Executivo. É claro que todos sabem o poderio econômico-financeiro de cada grupo, de cada um e, no imaginário popular, sempre ganha aquele que tem mais dinheiro. E não devia ser assim.

Mas, também não é sonho de uma noite de verão dizer que há nos ares um quê de mudança na percepção do eleitor, que com as redes sociais pode se informar, conversar, obter esclarecimentos e, mais importante, saber quem é quem e o que cada um quer.

Mais importante ainda, saber se o que cada um quer é para si ou para a coletividade.

Não é exagero dizer que, em função disso, os que atualmente exercem ainda cargos legislativos, principalmente, estão tendo que suar ainda mais a camisa, usar de criatividade ainda mais aprimorada para, primeiro, se livrarem da pecha de inoperantes e, depois, convencer aquele eleitor de que deve continuar na sua cadeira.

Para os prefeitos de turno, candidatos à reeleição, também não está sendo nada fácil, pois as comparações e as cobranças são inevitáveis. E as críticas também. Ele é o candidato-vidraça.

Ao mesmo tempo em que precisa justificar o que não cumpriu dos compromissos anteriores, tem que convencer aquele eleitor de que, além de dar cabo do que prometera antes, também vai dar conta de cumprir com o que está prometendo agora. Difícil missão.

Até porque reeleição é sempre desgastante. Há quem diga que aquele que busca a reeleição majoritária, em tese está pedindo ao eleitor mais quatro anos para fazer aquilo que prometeu fazer e não fez nos quatro que se encerram.

Já para os que estão na disputa pela primeira vez, pode se dizer que a caminhada é menos penosa, mas nem por isso mais fácil. Todos apresentam-se como novidade, mas precisam convencer o eleitor de que, além de novidade, são de fato competentes.

Se aquele que busca o repeteco eles já conhecem (ainda que só de nome), os que estão na luta para o cargo precisam se fazer conhecer e, mais ainda, passar confiança ao cidadão.

Quererá o cidadão o novo, o supernovo, o já conhecido? O que quererá o eleitor desta vez? Em quem apostará (no sentido transitivo indireto, para não confundir com uma jogada de sorte ou azar)?

O que não dá é para acreditar em milagres. Que algo que se deixou para trás possa ser agora, com uma varinha de condão, resolvido. Parece que não, mas quatro anos são muito tempo. Embora os políticos carreiristas digam que não. Por isso inventaram a reeleição.

O que falta no país, a nosso ver, é uma coisa chamada “deseleição”, ou seja, o candidato se apresentaria ao eleitor não com um programa genérico de governo mas, sim, com um “caderno de metas” para cada um dos quatro anos.

E teria que cumprir. Falhou no primeiro ano, está fora, conforme então preveria a constituição do país.

Aí acabaria o festival de mentiras e ilusões que chamam de programa de governo. Pois não seriam “programas”, seriam “metas a serem rigorosamente cumpridas num prazo ‘xis'”. Se não, sempre teremos os carreiristas iludindo as pessoas de boa índole e crédulas.

Porém, no atual sistema, também é possível detectar a capacidade de realização do carreirista, apurando-se o porcentual daquilo que colocou em seu “programa” da vez passada e o que efetivamente realizou. Se não passar dos 80%, abandona.

Porque se ele elencou tudo aquilo que estava em seu “programa” e não cumpriu a quase totalidade dele, então ele mentiu sobre sua capacidade de realizador. Ou simplesmente não tinha a menor noção do que é exercer um cargo administrativo.

Por que da segunda vez seria diferente, já que se acumulariam a maioria das promessas não cumpridas com as novas que estariam sendo feitas?

Embora alguns até cometam o desplante de “prometer de novo” aquela mesma obra, quatro anos depois. Então, um fácil escrutínio para aquele eleitor mais atento.

No mais, o eleitorado brasileiro precisa perder o medo do novo, das mudanças, porque “o novo sempre vem”, já diz aquela famosa canção. Mais cedo ou mais tarde, ele bate à sua porta. Neste momento é preciso racionalizar, usar do bom senso.

Pensar: se tudo está empacado até agora, será que uma dose de sangue novo não vai fazer a roda girar? Não vai desengripar as engrenagens? Se não acontecer isso, muda de novo. Há sempre uma eleição para o cidadão fazer sua catarse.

A menos que, por algum motivo, prefiram conviver com “homens-rodas-gigantes”, aqueles que ficam ao longo do tempo girando em torno de si mesmos.

Página 13 de 162

Blog do Orlando Costa: .