Ganhou forte repercussão regional e alguma repercussão nacional a novidade surgida esta semana quanto à operação Fratelli. Digo novidade para nosotros de Olímpia que, infelizmente, vemos nossa cidade ser envolvida diretamente, embora ainda não se saiba exatamente em que condições, no imbróglio desbaratado por organismos federais meses atrás.
O prefeito Geninho (DEM) continua jurando de pés juntos que nada tem a ver com isso, conforme disse ao Diário da Região, edição de hoje. Em terceiro lugar em valores na lista que têm à frente talvez o deputado Itamar Borges (PMDB) e o DER, os pagamentos aparecem identificados como “Olímpia/lixo”, e somam, segundo o jornal, R$ 239 mil – no levantamento do Planeta News este valor é R$ 20 mil menor (leia abaixo).
O alcaide diz que não faz ideia do que são as menções a Olímpia encontradas na planilha de Olívio, que é responsável pela coleta de lixo na cidade por intermédio da empresa MultAmbiental, num contrato de cerca de R$ 2,5 milhões mensais iniciais. Hoje este contrato está, no mínimo, três vezes maior.
Na edição de hoje do jornal Planeta News vêm publicados todos os detalhes deste assunto. Leia abaixo:
“A terceirização do lixo em Olímpia pode ter rendido pelo menos R$ 219 mil em propina. O município é citado oito vezes na planilha apreendida em computador da empresa dos irmãos Scamatti. Ela mostra possíveis pagamentos mensais, com valores, em média, de R$ 25 mil. Ao lado dos valores não constam nomes de quem recebeu, mas só os nomes de quem entregou o dinheiro, ou de que “caixa” ele saiu. Em 2011 foram R$ 113 mil e, em 2012, R$ 106.
Num dos repasses, de julho de 2011, consta o seguinte: “20 Ref. Rec. 17/05 – 20 6868,94”, levando a crer tratar-se de um valor correspondente a 10% do recebido pela empresa que, considerando vírgula mal colocada, seriam R$ 206.868,94. A reportagem do Planeta News pesquisou na “Página da Transparência”, na internet, e lá consta um pagamento naquele mês, à MultiAmbiental, no valor de R$ 251.759,26. Considerando os descontos de praxe, o montante poderia perfeitamente resultar naquele registrado na planilha.
Em 2011 foram cinco repasses, totalizando R$ 113 mil. Foram R$ 30 mil em fevereiro, cujos pagamentos teriam sido feitos por Olívio e Edson Scamatti, nesta ordem, conforme os nomes anotados à frente dos valores. “Edson” voltou a repassar, desta vez R$ 21 mil, em março. Em maio, o dinheiro veio de “Olivinho” – R$ 19 mil -, presume-se, filho de Olívio.
Já em junho foram repassados R$ 23 mil, tendo à frente do valor, o nome “Marcelo”. Os valores e detalhes do repasse de julho estão descritos acima. Em 2012 foram R$ 22 mil em junho, tendo à frente do valor a observação “repor 12 cofre”. Em fevereiro, o repasse foi de R$ 42 mil, feito por “Paulo MultiAmbiental”, provavelmente o gerente da empresa em Olímpia, que também se chama Paulo. Em abril foram feitos dois pagamentos de R$ 7 mil e R$ 35 mil, ambos por “Nenê”.
Estes valores constam de planilha financeira encontrada em pendrive apreendido durante a operação Fratelli em poder do empresário Olívio Scamatti, preso sob acusação de chefiar a chamada Máfia do Asfalto. Ela indica possível pagamento de propina a deputados estaduais e federais, além de agentes e órgãos públicos, que chegaria a R$ 12,2 milhões.
Os documentos revelam o que seria controle da contabilidade paralela do empresário apontado pelo Gaeco, Ministério Público Federal e Polícia Federal como responsável por fraudes em licitação para recapeamento asfáltico em pelo menos 62 cidades da região Noroeste do Estado.
Os dados revelam pagamentos de “caixinha” que variam de R$ 1 mil até quantias vultosas de R$ 100 mil a nomes identificados como “Itamar”, “Vaccarezza”, “Dado”, “Devanir”, “Vinholi”, “Alex/SJRP”, “Meidão”, “Jabis”, “Gilmaci”, “Doniseti Braga”, “Aldo Ribeiro”, “Mentor”, “Zé Francisco/Tanabi” e “Tatto.”
Além de nomes de possíveis autoridades e políticos, a planilha encontrada em poder de Olívio Scamatti possui farta citação de pagamentos em cidades, como é o caso de Olímpia. Cardoso, Guaraci, Ilha Solteira, Mirassol, Monte Aprazível, Pirangi, Planalto, Santa Fé do Sul, Santa Adélia, Uchoa e Valentim Gentil também estão na lista. Consta ainda pelo menos 12 citações a quantias destinadas ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a engenheiros do órgão em Rio Preto, Barretos e Presidente Prudente, entre outros, como “ETA Barretos”, Petrobras e Brasília.
O esquema era investigado desde 2008 pelo Gaeco de Rio Preto e ganhou o reforço da PF e do MPF de Jales em 2012. Além da planilha apreendida com Olívio Scamatti, já está em poder da Procuradoria Geral de Justiça em São Paulo outro balanço financeiro, este encontrado com o contador do grupo, Ilso Donizeti Dominical, que também relaciona nomes de deputados e autoridades com valores em reais que somam R$ 3,04 milhões.
Entre os pagamentos, está aquele revelado pelo jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, ao prefeito de Catanduva, ex-deputado estadual Geraldo Vinholi (PSDB), que teria recebido R$ 20 mil do grupo. O nome de Vinholi volta a aparecer no material pertencente a Olívio. O tucano repudia e nega a suspeita que recai sobre ele, assim como os outros possíveis envolvidos.
HUMBERTO TONANNI
Segundo nota inserida na coluna política de Alexandre Gama, no Diário da Região, edição de ontem, 31, “o Tribunal regional Federal-TRF da 3ª Região, manteve decisão da Justiça Federal de Jales que recebeu denúncia por fraude em licitações e formação de quadrilha contra Humberto Tonanni Neto, lobista da Demop”. (Com Planeta News e www.diarioweb.com.br)
Até.
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