Amigos, depois os “milicianos” zulianistas reclamam. Mas, você que está sempre atento aos detalhes dos movimentos políticos da cidade, não ficou com a nítida impressão, nesta semana que passou, que mais uma vez a cidade foi tomada pelas pirotecnias do prefeito Geninho Zuliani (DEM)?
Já tratei deste assunto aqui recentemente, fato que acionou a “milícia” (ver “Mais da Milícia Anônima” e “Geninho, o Bom de Mídia”) sempre de plantão. Mas, vejamos, rapidamente: Zuliani fechou a semana acusando o ex-prefeito Carneiro de não assinar um convênio para obras de infra-estrutura urbana, o que poderá fazer Olímpia perder R$ 800 mil para recape.
Diz o prefeito ainda que este dinheiro foi conseguido por ele em uma viagem que fez a Brasília logo após as eleições. Quem o teria ajudado a viabilizá-la teria sido o deputado federal Edson Aparecido. O dinheiro foi viabilizado no dia 30 de dezembro, mas não foi assinado pelo prefeito que não estava mais na prefeitura após o meio dia do penúltimo dia do ano.
Mas, apesar do estardalhaço, Zuliani não dá como perdido o dinheiro. Pode ainda reavê-lo, por meio que, diz, já tem em pleno desenvolvimento. Então – e não tirando, claro, o direito do prefeito se queixar – pode se encaixar perfeitamente no universo do factóide político esta notícia.
E o fato do prefeito alegar atraso na obras de recape, que queria começar em fevereiro não se justifica plenamente. Quem garante que a verba viria em tão pouco tempo após assinada a papelada? Atenção “milícia”: mais uma vez, isso não é crítica, é constatação.
Uma segunda “bomba” de Zuliani: os precatórios (dívidas acumuladas com desapropriações não pagas há mais de 20 anos), custarão aos cofres municipais, segundo ele, valor 130% maior que aquele publicado no Planeta News e divulgado pela Rádio Menina AM.
Detalhe: os valores foram divulgados com base em relatório feito pela Secretaria de Obras e Desenvoivimento Urbano, relatório assinado pelo então secretário de Carneiro, Gilberto Toneli Cunha, hoje secretário de Zuliani. Cunha avaliou em pouco mais de R$ 6,47 milhões, Zuliani diz que são R$ 15 milhões. Só que não detalhou a lógica de seus cálculos.
E jogou isso, assim, descompromissadamente, para a reportagem do jornal Diário da Região, de Rio Preto. Que, desconhecendo os detalhes do assunto, deu fé às palavras do prefeito e o colocou como vítima de suas circunstâncias administrativas – e cá entre nós, tornou-se sua especialidade a “vitimização”. Portanto, mais uma para a galeria de factóides do prefeito.
E, por fim, vem o anúncio-bomba da semana: uma verba de R$ 13,6 milhões para recapeamento e pavimentação de vicinais da cidade – problemas crônicos a esperar solução anos a fio. O dinheiro será liberado em etapas, dentro do programa “Pró-Vicinais”, do Governo do Estado.
Sabedor do montante global, que não será liberado todo agora – por ora a cidade terá R$ 2,383 milhões, para 11,2 quilômetros de vicinal para o Lambari. O restante virá na medida em que as fases do programa governamental forem sendo executadas.
Este montante todo e estas obras todas anunciadas por Zuliani fazem parte das fases III e IV do “Pró-Vicinais”, e também das fases últimas do programa de pavimentação de estradas vicinais. Onde quero chegar?, deve ser a pergunta de quem me lê neste momento.
Simples: na verdadeira verdade sobre o fato. E ela nos diz que, mais uma vez, o prefeito Zuliani jogou para a platéia. Porquê? Porque a verba toda, o valor anunciado por ele com estardalhaço como se fosse trabalho árduo junto às esferas estaduais, nada mais teria sido do que o chancelamento de convênios já acertados com o município tempos atrás.
Ou seja, é dinheiro que viria para Olímpia qualquer que fosse o prefeito! O “Pró-Vicinais”, lembram?, é aquele programa que já deu “xabú” no ano passado, com relação à vicinal Olímpia-Tabapuã, que Zuliani anunciou como obra sua e do deputado Rodrigo Garcia, seu quase alter-ego, fato desmentido, no ato da inauguração, pelo próprio governador José Serra.
“Esse foi um compromisso que estamos honrando, e ainda fazendo mais que o prometido”, declarou Serra na ocasião.
E agora, mais uma vez, a estória se repete. E, pior, como farsa. E o prefeito não precisa disso. Nada lhe tirará o mérito de estar no cargo e receber tantos e tamanhos benefícios. Ele pode faturar tranquilamente, vai para a sua cota de realizações, sem dúvida.
Mas, se esse “bolo” todo tivesse vindo com uma bela cobertura de verdade, teria sido muito melhor. Porque, queiram ou não queiram aqueles que adoram aplaudir feitos mirabolantes, mais cedo ou mais tarde, a realidade bate à porta. Então é melhor que se esteja familiarizado com ela.
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