O fato e o antifato político. A pré-candidata Helena Pereira viveu estas duas vertentes num espaço de seis dias. Na quarta-feira de manhã ela anunciava que sua pré-candidatura tinha como parceiro de chapa o frei Flaerdi Valvasssori, da congregação Franciscana, ministrando atualmente na Diocese de São José do Rio Preto. Foi o fato político mais forte desde que tiveram início as movimentações político-eleitorais na cidade, com repercussão extremamente positiva junto à opinião pública.
Hoje pela manhã desta terça-feira, freis colegas de Flaerdi, em duas ocasiões e na mesma paróquia, teriam negado a intenção dele e, por conseguinte, contestado o anúncio de Helena Pereira. O antifato político, o revés. Mas, nestas afirmativas dos freis – não se pode dizer “desmentidos” porque estaríamos partindo do pressuposto de que Helena Pereira tenha mentido -, faltou a do maior interessado, Flaerdi. Ele, que exerce o cargo de Ministro Custodial da região de São José do Rio Preto, nada falou de público até o momento, embora “divulgadores” apressadinhos tenham colocado em sua boca o que colegas disseram.
No domingo, 20, em duas missas na Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida, a primeira às 7 horas, celebrada pelo Frei Valdemir Nelo Rufino, o frei Miro, e a segunda à noite, às 19 horas, pelo Frei Fernando, fiéis disseram ter ouvido dos freis que não haveria “qualquer ligação de Frei Flaerdi com a eleição de 7 de outubro”. E que Flaerdi, em assembléia da Custódia Franciscana realizada em Franca na quinta e sexta-feira da semana passada, 17 e 18, ao ser questionado sobre a divulgação feita por Helena, teria negado a intenção.
“Ele nos disse que não é pré e nem candidato a algum cargo eletivo, mesmo porque, para tanto, seria necessário que se desligasse da função de Ministro Custodial da Ordem Franciscana, em Rio Preto”, disse Frei Miro, segundo o Diário de Olímpia.
O frei confirmou ser filiado ao PMN, mas teria dito que “em nenhuma hipótese autorizou o seu nome ser ventilado em uma chapa eleitoral, antes de convenções partidárias e da correta desincompatibilização de cargo ministerial”, prossegue o DO.
Frei Flaerdi é um superior aos dois outros que teriam feito as declarações em seu nome. E, de fato, eles as fizeram, baseado no que relataram fieis presentes às missas. Mas, observem que uma “janela” se abre quando eles dizem o que vai reproduzido no parágrafo acima, denotando que pode ter havido uma inversão de texto, a publicação da informação com viés propositadamente mal intencionado. O tal do texto “de ponta cabeça”.
Porque pelo que se depreende do parágrafo anterior, o penúltimo da matéria inserida no Diário de Olímpia, percebe-se um “por enquanto”, ou seja, “antes de convenções partidárias e da correta desincompatibilização de cargo ministerial”.
Portanto, fica carente de uma palavra oficial esta questão. Somente o próprio Flaerdi pode esclarecer à opinião pública, qual sua posição a esse respeito. Porque não é crivel que Helena Pereira fosse, deliberadamente, dar um “tiro no pé” tamanho quanto esse. Se falou, queremos crer que estava embasada na certeza. E não é crivel, por outro lado, que Flaerdi “escalasse” dois subalternos para falarem em seu nome, sobre seu presente e futuro. Há uma nuvem de desencontro nesta questão, que terá que ser desfeita pelo próprio frei, seguido da própria Helena.
E então saberemos o que de fato está acontecendo. Sabedores nós, sabedora a pré-candidata, que se falou sem estar autorizada ou mesmo ter tido a assertiva do frei, desconstruiu sua própria candidatura. Se falou embasada e agora o frei, mediante sabe-se lá que circunstâncias, decidiu voltar atrás, então ele deve dizer isso de público. E se seus colegas freis falaram por si, isso também deve vir a público. E se o frei falou uma coisa e os colegas entenderam outra, isso deve ser corrigido.
E, por fim, se houve apenas uma distorção no que foi falado, aí é a credibilidade de quem publicou, ou de quem está espalhando por aí nacos do peixe que comprou “por outro preço”, aí vai da credibilidade e noção de ética de cada um. É esperar para ver.
Até.
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